Gostaria de saber quando usar de já e mais, por exemplo, «já não tenho ganas de o fazer», «não tenho mais ganas de o fazer».
Júlio Moreira refere que é erro usar de mais em lugar de já. Mas a que situações é que esse uso se aplica? Em que casos é que se emprega «já não» e «não mais»? Lendo José Luís Peixoto, tenho vindo a observar a presença de já não, embora noutras passagens ele se valha de não mais. Quando é que se deve usar «não mais» e quando «já não» de acordo com a norma culta portuguesa?
Reconhecido imensamente ao vosso trabalho.
Na frase «Nem por sombras!», como podemos considerar a sua polaridade? Negativa ou afirmativa?
Gramáticos há que rechaçam a expressão «outro que não», dando-lhe como alternativa «outro que» (nunca «outro que não eu», mas «outro que eu», a título de exemplo).
Qual a explicação de tal?
Qual a formulação correta? «Não gosto de tudo o que me lembra defuntos», ou «não gosto de nada que me lembre defuntos»?
«Bastava o levantar de asas da notícia de um novo morto, para que ele se apressasse em esmiuçar os detalhes mórbidos, sem distinção de parentesco, de fama ou de posição social.»
Pergunto; na frase acima deve-se usar a conjunção nem, em vez da conjunção ou?
Obrigado.
É correto dizer «Não faltou ninguém»? Não estamos a dizer o oposto?
Há dias, ouvi alguém dizer que não andava a fazer "nestum". Parece a mesma palavra que a conhecida marca comercial, ou será o mesmo que «nada»? Como apareceu esta expressão?
Veja-se a seguinte frase:
«Esta não é notícia que se possa nem se deva divulgar.»
Veja-se esta outra (em que se altera a posição do advérbio não):
«Esta é notícia que não se possa (pode) nem se deva (deve) divulgar.»
Minha dúvida se situa justamente sobre a aparente necessidade de se empregar o tempo no indicativo (que me parece soar melhor) em virtude da simples modificação da posição do advérbio na frase.
Gostaria de um esclarecimento, o qual desde já agradeço.
Na frase a seguir, a conjunção nem foi bem empregada? Não deveria ligar orações de igual natureza, no caso, negativa (não... nem)?
«Como eles se convenceram de que este novo federalismo fiscal será indolor nem implicará austeridade, ninguém percebe.»
A língua portuguesa é rica em sutilezas e opiniões diversas sobre o mesmo tema. Consultei hoje, agora mesmo, uma resposta dada pelo sempre respeitável professor Carlos Rocha sobre o uso do indicativo ou subjuntivo na seguinte frase: «De resto, não tenho dúvidas de que a FMU é/seja uma excelente faculdade.» Disse o sábio professor que o enunciador assume o valor de verdade se usar o indicativo, ao passo que, se usar o subjuntivo, deixa uma ponta de dúvida quanto à veracidade da afirmação. Há algum tempo, consultei outra resposta dada pelo também respeitável professor José Neves Henriques (21/03/2001) sobre a seguinte dúvida relacionada ao mesmo tema: «Não há dúvida de que ele está (ou esteja).» Segundo sua opinião, a negação da dúvida torna o fato real, certo, absoluto, por isso empregamos o modo indicativo. Com base nessa opinião, jurava, usando uma expressão do consulente Mauro Pinho, ter exterminado tal dúvida. Segundo minha humilde opinião, se uma pessoa diz que «não há dúvida» ou «não tenho dúvida», deve ter elementos suficientes para emitir tal juízo, semelhante a «tenho a certeza». Se houver alguma dúvida, acho melhor expressar «há dúvida» ou «tenho dúvida». Senão, fica difícil entender a intenção do falante, pois, ao mesmo tempo que diz «não tenho dúvidas», restando clara a certeza absoluta do fato ou afirmação (com base em experiência pessoal, opiniões de terceiros que lá estudaram, consulta ao MEC, mercado de trabalho etc.), logo em seguida usa o subjuntivo (seja), deixando dúvida quanto à negação da dúvida.
Grato pela forma sempre cordial com que respondem às nossas dúvidas.
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