Ambas as possibilidades estão corretas, embora possam ter significados distintos.
Entre não e nada costuma estabelecer-se uma concordância negativa para expressar a negação existencial de uma dada classe:
(1) «Não gosto de nada que tenha creme.»
Esta frase negativa corresponde à frase afirmativa:
(2) «Gosto de tudo o que tenha creme.»
Assim, se a intenção for a de negar o gosto por tudo o que lembre defuntos, será mais natural o recurso a não… nada:
(3) «Não gosto de nada que me lembre defuntos.»
A construção com tudo incide na totalidade de coisas que lembram defuntos, que se pretende negar, pelo que poderá constituir uma opção estilística que reforça a negação de um todo:
(4) «Não gosto de tudo o que lembra defuntos.»
Acresce que o uso do modo indicativo confere à existência deste todo um cariz de realidade, ou seja, existe, de facto, uma totalidade de coisas que lembram defuntos de que não se gosta. Por sua vez, a utilização do conjuntivo na construção introduzida por nada aponta para uma possibilidade e não para uma factualidade.
Em suma, em (3) e (4) estamos perante duas frases semanticamente distintas, pois não referem o mesmo universo.