Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Relações de sentido/Relações sentido - forma
Noemia Freitas Professora Hong Kong , China 2K

Gostaria de saber em quais circunstâncias devo usar «em direção a» ou «na direção de» e qual a diferença.

Raquel Correia Química Paris, França 666

Recentemente e graças a um dos contactos em minha rede social, eu aprendi a existência da palavra énantiosème e o seu significado – uma palavra que pode significar algo e o seu contrário, como, em francês, apprendre e hôte. De pronto, parti em busca de exemplos na língua portuguesa, mas eu não os encontrei; não encontrei nem mesmo registos para a sua tradução enantiossema.

Poderiam, se faz favor, partilhar algum conhecimento sobre este assunto?

Desde já, agradeço a atenção e também a permanência deste interessante e rico repositório de conhecimentos sobre a língua portuguesa.

Maria Cândida Paiva Professora Matosinhos, Portugal 655

Na frase «[…] uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem […]», podemos considerar a existência de uma enumeração para além da personificação nela existente?

Juan SC vs Espanha 680

Estou a fazer uma pesquisa sobre o meu apelido materno Charneco e vejo que em Portugal, para além de ser um apelido, também é usado como alcunha. Gostaria de saber a etimologia ou origem desta palavra.

Muito obrigado

Eduardo O. Silva Jornalista Lisboa, Portugal 757

Ouço regularmente falar de enclave a respeito de Gaza.

Para ser enclave tem de estar totalmente rodeado, sem saída para o mar, pelo que qualquer pessoa que queira sair tem de passar por outro território. É o caso Nagorno-Karabak, sempre bem denominado como enclave.

Agradecia um esclarecimento

João Padilha Diplomata Brasília, Brasil 737

Ao ler um texto de 1857, de autoria de um brasileiro, topei com uma palavra nova (para mim): jesuítico.

O contexto era insultuoso: o autor falava de alguém «atrevido e jesuítico». Os dicionários esclarecem-me que, além de referir-se a assuntos atinentes à ordem dos jesuítas, o adjetivo jesuítico ganhou uma acepção pejorativa. Algumas definições: «que é considerado fingido ou dissimulado», diz o Priberam; «fingido, dissimulado», ecoa o Caldas Aulete; «que não merece confiança; hipócrita», informa o Michaelis.

Minhas perguntas:

Qual é a origem dessa palavra em sua conotação depreciativa?

Tem algo que ver com a política anti-jesuítica do Marquês de Pombal?

Era comum, na época do marquês e depois dele, pespegar nos jesuítas a mácula da hipocrisia, do fingimento ou da dissimulação?

É possível ouvir-se ainda hoje, em Portugal, a mesma palavra pejorativamente?

Muito obrigado!

Teresa Freitas Professora Porto, Portugal 1K

Tenho ouvido e lido «a envolvência da população...» (em determinado evento, celebração, acontecimento).

Deve dizer-se assim ou será mais correto «o envolvimento da população em»?

Agradeço a disponibilidade.

Clara de Santos Loureiro Psicóloga Borlange, Suécia 1K

Qual a forma correta?

«Ele subiu dois lanços de escadas.»

ou

«Ele subiu dois lanços de escada.»

ou

«Ele subiu dois lanços das escadas.»

Ana Gomes Estudante Lisboa, Portugal 1K

Tenho dúvidas acerca da formulação «Ele olhou à volta/em redor da sala», com o sentido de alguém estar dentro de uma sala ou de um espaço fechado e olhar a toda a sua volta. Este uso está correto?

«Em redor» ou «à volta de uma sala» não seria aquilo que está no seu exterior e que a circunda?

Vitor Nogueira Motorista Moita, Portugal 756

A palavra aposento, faz algum sentido na seguinte denominação Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita (GFA MOITA)?

Moita é a localidade do grupo, mas como aposento é nome masculino – «1. parte de uma casa que pode servir para uma ou mais pessoas se instalarem; quarto 2. pousada» –, não vejo que sentido faz a palavra aqui aplicada, pois numa leitura simples será «a casa da Moita», o que não faz sentido algum, pois os forcados não são a casa da Moita.

Este grupo GFA MOITA formou-se em 1975. Acontece que existia, e existe desde 1964, o Grupo de Forcados do Aposento do Barrete Verde de Alcochete. Antes, em 1944, foi fundado o Aposento do Barrete Verde de Alcochete (coletividade), que tem a sua sede social com este nome; em 1964 surge o Grupo de Forcados do Aposento do Barrete Verde de Alcochete. Em minha opinião aqui faz sentido, pois os forcados são do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, que é uma instituição.

Já o Aposento da Moita não me parece que faça sentido, pois é como dizer Grupo de Forcados do Aposento («a casa da Moita»,«quarto de descanso», «pousada»...) da Moita.

Gostaria da vossa sábia opinião.