Na perspetiva da pronúncia padrão de Portugal, a forma arrestadas contém, em sílaba átona (-rres-), um e que soa como o da preposição de.
Convém assinalar que o nome arresto tem um e aberto (símbolo fonético [ɛ]) em sílaba tónica: em transcrição fonética, [ɐʀˈɛʃtu]1.
O verbo arrestar também apresenta um e aberto sempre que a sílaba -rres- do radical arrest- recebe acento tónico. Por exemplo, no presente do indicativo, «eu arresto» e «ele arresta» têm e aberto tal como acontece com o verbo levar (levo, leva); mas nas formas «nós arrestamos» e «vós arrestais», esse e passa a átono, eleva-se e neutraliza-se, soando como o e de palavras clíticas como de, se, me, te ou lhe – trata-se, portanto, do fenómeno de neutralização das vogais átonas, de acordo com regras características da variedade europeia do português.
No caso de arrestadas, que é uma forma de particípio passado, a pronúncia do e também corresponde a uma vogal alta, tal como acontece as formas arrestamos e arrestais, devido à deslocação do acento tónico.
1 É a descrição mais consensual. No entanto, o Dicionário Priberam atribui-lhe um e fechado.