Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Pronúncia
Dídimo G. Anconi Aposentado Uberaba, Brasil 7K

Qual a pronúncia correta: "Amambai", ou "Amambaí", tendo em vista que as imprensas falada e escrita têm adotado a primeira grafia, contrariando o que aprendemos em Jutaí, Araçuaí, Unaí, Gravataí, Avaí, Caracaraí e todas as outras terminadas em "ai" precedido de consoante?

Luís Amaral Afonso Investigador (reformado) Lisboa, Portugal 5K

Não estando em campanha contra quem quer que seja, deparo-me, no que respeita ao português falado e escrito, com grandes perplexidades na comunicação social no nosso Portugal.

E até pode ser que seja eu o equivocado nos reparos que faço regularmente ao sempre qualificado Ciberdúvidas, razão pela qual, para meu proveito, continuo inquirindo.

1) — O ministro Rui C. Pereira (Administração Interna) pronuncia "ale(é)rtados"; por mim julgo saber que se deve dizer alertados com e fechado. Quem tem razão?

2) — Ainda na RTP África, de 1/04, vi escrito "antipilético". A eliminação do c antes do t julgo que está bem, segundo a nova ortografia, agora, pelo contrário, não seria de considerar como correto "anti-epilético" (talvez sem hífen: "antiepilético")?

Noto que continuo a escrever epilepsia, pois no português europeu o p pronuncia-se. Será assim?

A propósito: em alguns canais da TV há uma grande confusão na pronúncia das palavras (pré-Acordo 1990)

Egipto, egípcio, egiptologia, egiptólogo

Ou agora

Egito, egípcio, egiptologia, egiptólogo

Na Europa, se estou certo, apenas em Egipto deixamos de pronunciar o p.

É que já ouvi, por mais de uma vez, "egitologia" e "egitólogo".

Poderá Ciberdúvidas ter a bondade de me esclarecer?

No [recente] golpe político/militar da Guiné (Bissau), um António Aly Silva, pelos revoltosos, afirma (sic) que não pode tolerar-se haver ministros analfabetos do Governo agora deposto. Felizmente cá na nossa terra, para sossego das almas e preservação da propriedade, não se passa nada semelhante. . .

Figueiredo Lima Médico Almada, Portugal 6K

Em congressos, ouvimos a fonética de: "transamináses" ou de "transamínases". Qual a forma correcta?

De igual modo, sobre desfibrilhação cardíaca existe uma curiosidade: no Norte dizem "defibrilação", no Centro e Sul dizem "desfibrilhação". Qual a forma fonética correcta?

Filipe Santos Magalhães Médico Itaperuna, Brasil 7K

Gostaria de saber qual é a pronúncia correta de hanseníase. Sei que quando falamos o nome bacilo de Hansen, em Hansen temos de falar com som de R, "Ransen", por ser nome próprio e de outro idioma. Em português, vejo que todos, inclusive na televisão, falam "Ranseníase", mas na palavra em português, aprendi que não falamos o H, então seria "ânseníase"... Está correto?

José Cunha Estudante Aveiro, Portugal 11K

Gostaria que me respondesse a esta dúvida: o que é o fenómeno da velarização?

Jacob Jakovski Jornalista Maceió, Brasil 9K

Gostaria de saber por que se pronunciam algumas siglas que formam palavra com mais de uma sílaba cuja letra final é o U como paroxítona, enquanto outras são pronunciadas como oxítonas. Exemplo: ONU (paroxítona) e SAMU (oxítona).

De maneira semelhante, aparecem as siglas terminadas em I. Na sigla INPI (que aqui no Brasil pronunciamos como paroxítona), não sería correto lermos de maneira igual a "tupi", palavra oxítona que designa etnias pré-colombianas brasileiras?

António Machado Trolha Canidelo, Portugal 3K

Agradecia o favor de me esclarecerem o seguinte:

Qual a fonética de RENRede Eléctrica Nacional?

Conforme as regras ancestrais não deturpadas da gramática portuguesa: "rên"?

Ou de acordo com o modernismo devastador, macarrónico: "rène"?

Se possível, grato ficaria ainda que me informassem tomando apenas como base a gramática e as regras portuguesas, deixando de lado eventuais considerações fundamentadas nas normas gramaticais ou outras brasileiras.

Gílson Celerino Estudante Hanôver, Alemanha 18K

Escrevo-lhes em parte para pedir esclarecimentos, em parte para, com cuidadosa modéstia, contribuir.

Começo pela contribuição. Acerca da conjunção como, ao ler nesta resposta a categórica afirmação de não-existência da pronúncia /cumo/ no Brasil, tenho de discordar.

Certamente não era do conhecimento dos senhores consultores — daqueles que formularam a resposta — a variação ortoépica existente no Nordeste brasileiro. Embora tida como ruralizante, a pronúncia /cumo/ ainda se encontra em pessoas mais velhas ou em falantes que vivam mais afastados dos grandes centros urbanos. Tal fato se torna bastante notável em frases que contenham a expressão de realce é que. Por exemplo: «Como é que vai a senhora?» pode soar, no Nordeste do Brasil, da seguinte maneira: /cumé qui vai a sinhóra?/, em que ocorre elisão de como + é.

Em seguida, a respeito do tema em apreço ainda me restam dúvidas relativamente à pronúncia doutras palavras. Em se tratando de língua portuguesa, que palavras são, por natureza, átonas? Há classes gramaticais de palavras inteiramente átonas?

De acordo com o que aconselham, deve-se proferir /cômo/; se se trata de dissílabo átono, como se explica a preferência pelo o fechado, em contraste com porque /purque/? Sem contar com outros monossílados átonos, por exemplo: por, com.

Muito obrigado pela atenção.

Sousa Ribeiro Advogado Porto, Portugal 8K

Em primeiro lugar, os meus cumprimentos e parabéns pelo site e serviço de esclarecimento público e pedagógico tão utilmente prestado.

A minha dúvida, na senda da mais correcta expressão oral das palavras, é perceber como proferir oralmente a forma verbal dos verbos da 1.ª conjugação na 1.ª pessoa do plural nos tempos verbais pretérito perfeito e presente, ambos do modo indicativo. Distinguem-se, quer pelo seu contexto, quer, quando na forma escrita, pelo acento (obrigatoriedade que julgo desaparecer com o famigerado acordo ortográfico).

E foneticamente? Não são ambas as formas verbais palavras graves, com acentuação na penúltima sílaba? Como portuense, confesso que tenho manifesta dificuldade em imitar as pronúncias mais sulistas, que alternam o a aberto com o a fechado, conforme seja o tempo pretérito ou presente. Pergunto: qual a forma mais correcta de pronúncia? Está errada a não distinção fonética/sonora feita no Norte, no que tange à pronúncia dos dois tempos verbais?

Antecipadamente grato pela vossa resposta, deixo os meus votos de sucesso para este sítio virtual e para os seus colaboradores.

Luís Amaral Afonso Investigador Lisboa, Portugal 5K

Um deputado, licenciado em Direito, pronuncia, na palavra contexto a sílaba -tex valendo tês. Todavia, o Dicionário Porto Editora confere à sílaba em questão a elocução –teis, o que está, aliás em consonância com texto, contextual, contextuação, etc.

Para mim, que sou ignorante nestas matérias, e, para mais sem a proeminência de ser deputado eleito da A. R., testo com aquela pronúncia só conheço na acepção: «tampa de vasilha», «cabeça», «chapéu».

Todavia, tendo em conta a proveniência do referido homem público, ficamos na dúvida se estamos na presença de uma variante insular açoriana, ou, pelo contrário, não passa de pura alarvice, isto na hipótese de que tenha completado no continente a sua instrução primária.