DÚVIDAS

Sobre as consoantes t e d no Nordeste do Brasil
Qual a explicação para a não palatalização (ou pelo menos parcial) das consoantes d e t na região Nordeste do Brasil? Ao mudar-me de Pernambuco para o Sudeste da Bahia/Baía, percebi uma mudança sensível na pronúncia do d e do t que são lidas “dji” e “tchi”, assim como no Sudeste do Brasil; deparei-me, assim como vários conterrâneos, ainda por cima, com o preconceito e com a discriminação por não pronunciar as ditas consoantes com palatalização. Qual a explicação linguística para este fenômeno em ambas as regiões? Gostaria, outrossim, de saber se existe alguma regra que defina a pronúncia-padrão das vogais átonas (como, por exemplo, o e com som de i, ou o com som de u).
A pronúncia do s como x no início de algumas palavras
Recentemente surgiu a "moda" de pronunciar o s como x no início de algumas palavras. Choca-me ouvir apresentadores dizer "jornal da xete" em vez de "jornal das sete" ou "à xinco" em vez de "às cinco". Não terão os meios de comunicação o dever de pronunciar correctamente as palavras? Este fenómeno recente torna a pronúncia portuguesa já de si bastante fechada cada vez mais desagradável ao ouvido.
Pronúncia: alertado
Não estando em campanha contra quem quer que seja, deparo-me, no que respeita ao português falado e escrito, com grandes perplexidades na comunicação social no nosso Portugal. E até pode ser que seja eu o equivocado nos reparos que faço regularmente ao sempre qualificado Ciberdúvidas, razão pela qual, para meu proveito, continuo inquirindo. 1) — O ministro Rui C. Pereira (Administração Interna) pronuncia "ale(é)rtados"; por mim julgo saber que se deve dizer alertados com e fechado. Quem tem razão? 2) — Ainda na RTP África, de 1/04, vi escrito "antipilético". A eliminação do c antes do t julgo que está bem, segundo a nova ortografia, agora, pelo contrário, não seria de considerar como correto "anti-epilético" (talvez sem hífen: "antiepilético")? Noto que continuo a escrever epilepsia, pois no português europeu o p pronuncia-se. Será assim? A propósito: em alguns canais da TV há uma grande confusão na pronúncia das palavras (pré-Acordo 1990) Egipto, egípcio, egiptologia, egiptólogo Ou agora Egito, egípcio, egiptologia, egiptólogo Na Europa, se estou certo, apenas em Egipto deixamos de pronunciar o p. É que já ouvi, por mais de uma vez, "egitologia" e "egitólogo". Poderá Ciberdúvidas ter a bondade de me esclarecer? No [recente] golpe político/militar da Guiné (Bissau), um António Aly Silva, pelos revoltosos, afirma (sic) que não pode tolerar-se haver ministros analfabetos do Governo agora deposto. Felizmente cá na nossa terra, para sossego das almas e preservação da propriedade, não se passa nada semelhante. . .
A pronúncia dos acrónimos ONU, SMU e INPI
Gostaria de saber por que se pronunciam algumas siglas que formam palavra com mais de uma sílaba cuja letra final é o U como paroxítona, enquanto outras são pronunciadas como oxítonas. Exemplo: ONU (paroxítona) e SAMU (oxítona). De maneira semelhante, aparecem as siglas terminadas em I. Na sigla INPI (que aqui no Brasil pronunciamos como paroxítona), não sería correto lermos de maneira igual a "tupi", palavra oxítona que designa etnias pré-colombianas brasileiras?
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