Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Fonética
Verónica Araújo Professora Albufeira, Portugal 7K

O adjectivo é doirado, o verbo é doirar, e o substantivo?

Cláudio Alexandre Duarte Estudante Coimbra, Portugal 11K

Acabo de ver a resposta dada à pergunta n.º 28 711 (sobre o aportuguesamento de Oregon, Kansas, Arkansas e Oklahoma), e queria aproveitar para lançar uma questão que já há muito me perturba.

Não existe nenhuma regra, em português, para a colocação dos acentos (acentos tónicos, não gráficos) nos aportuguesamentos de palavras estrangeiras? Eu tenho observado uma disparidade de critérios, e tendo eu crescido num ambiente multilingue, choca-me um bocadinho quando vejo palavras que na língua original têm acento numa determinada sílaba, e no seu aportuguesamento o acento "salta" para outra sílaba...! O que chamou-me atenção foi a palavra "Arkansas", que em inglês é proparoxítona, ['ɑ:kənsɒ], e no entanto, o aportuguesamento proposto sugere que a palavra seja paroxítona, [ɐɾ'kɐ̴sɐʃ]. Ao que parece, existe o hábito de, ao fazer-se o aportuguesamento de certas palavras, ligar-se apenas à forma escrita, e não à pronúncia original, ou seja, as palavras estrangeiras são aportuguesadas como se a escrita original fosse em português! Estão neste caso Ankara,[aŋkaˈɾa], oxítona, aportuguesada para Ancara, [ɐ̃ˈkaɾɐ], paroxítona (repare-se na raça de gatos e no tipo de tecido angorá); Ottawa, [ˈɒtəwə], proparoxítona, aportuguesada para Otava, [oˈtavɐ], paroxítona (onde é que foram encontrar o «v»?); Addis Abeba, [adis ˈabəba], proparoxítona, aportuguesada para Adis Abeba, [ɐdiz ɐˈbɛbɐ], paroxítona; Bamako, [bamaˈko], oxítona, aportuguesada para Bamaco, [bɐˈmaku], paroxítona; e muitos outros casos, na toponímia ou não.

É que, se não houver um critério uniforme para a colocação do acento tónico nos aportuguesamentos, nota-se aqui uma dualidade de critérios. Perde-se toda a legitimidade em exigir certas pronúncias (por exemplo, Florida, e não Flórida — o Estado é deles (dos americanos), mesmo que o nome tenha vindo do espanhol — e perde-se toda a legitimidade em ficar chocado quando francófonos pronunciam «Cutô» (Couto) ou anglófonos pronunciam «Bêicsao» (Baixão)...

Gostaria de saber a vossa opinião em relação a este assunto.

Obrigado.

José Melo Empresário Ponta Delgada, Portugal 8K

A palavra assiduidade, no dicionário, apresenta-se escrita sem acentuação, mas no entanto a fonética da mesma, nomeadamente no ditongo ui, pronuncia-se como "uí". A minha pergunta é se a mesma não devia ser escrita como "assiduídade", ou pronunciada como "a- ssi - dui - da - de" e não "a- ssi -du - í -da - de".

Não sei se fui claro na exposição da minha dúvida, dado a mesma estar relacionada com a fonética.

Desde já grato pela atenção.

Paulo Aimoré Oliveira Barros Servidor federal Garanhuns, Brasil 6K

Embora escrevesse sapato, salema etc., o grande estudioso da língua portuguesa Cândido de Figueiredo afirmava que tais palavras deveriam grafar-se "çapato", "çalema"... Li isso numa de suas obras, Problemas da Linguagem. Em que se baseava o mestre lusitano para dizer que esses e outros vocábulos deveriam ser escritos com cê cedilhado inicial e não com s? Seria certo escrevê-los hoje com ç inicial?

Muito grato!

Oliveira Ramos Professor Aveiro, Portugal 3K

Nos termos cefalorraquidiano e cerebrorraquidiano, a primeira sílaba é tónica, isto é, os seus elementos iniciais pronunciam-se tal e qual como nas palavras céfalo e cérebro?

Muito agradecido às excelentes Ciberdúvidas por mais este esclarecimento.

João Costa Funcionário administrativo da Segurança Social Braga, Portugal 10K

No âmbito das comemorações do centenário da República, a RTP exibiu um programa que intitulou de Vivá República.

Ora, considerando a existência de uma crase em "Vivá" de "Viva a República", não deveria escrever-se "Vivà República"?

Obrigado.

Luís Filipe Dias Bibliotecário Abrantes, Portugal 8K

Nasci, cresci e vivi no Pego, uma aldeia do concelho de Abrantes. Toda a gente na minha terra pronuncia "Pégo", pese a inexistência do acento. Contudo, os demais pronunciam "Pêgo". Posso utilizar a analogia Pego-Cego para explicitar a razão de uma aldeia?

José Passos Reformado Santarém, Portugal 5K

Como se pronuncia Scalabis? Acentuando a antepenúltima, ou a penúltima sílaba?

Os meus agradecimentos.

Jorge Santos Carvalho Reformado Abrantes, Portugal 7K

Sobre a vossa resposta à pergunta «A capital da República da Macedónia», a transliteração seria "Sekópie", como se lê Skopje em macedónio. Logo, talvez, Skopie... Não haverá na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) uma academia ou outra instituição que possa fazer um vocabulário para resolver (de vez) estas dúvidas toponímicas?

Luciano Eduardo de OIiveira Professor Brno, República Checa 16K

Descobri que em Portugal também se escreve estômago, como no Brasil, e não "estómago", como eu imaginava comparando com quilômetro/quilómetro, econômico/económico, etc. Noto que como nas outras duas palavras que apresentei o som o vem antes do m. Por que será que estômago é estômago em Portugal e não "estómago"? Poderiam dizer-me que é assim que se pronuncia, mas então por que não se pronuncia quilômetro e econômico com o o aberto?

Como curiosidade, deixo-lhes o comentário que na escola aprendemos a escrever quilômetro com acento circunflexo, mas muitos, talvez a maioria dos brasileiros nascidos de São Paulo para baixo (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) pronunciam tais palavras com o aberto.

Obrigado por nos proporcionarem este maravilhoso espaço.