Efectivamente, a abreviação MAVAA não se conforma aos padrões típicos de construção de palavra do português. Encarando-o como um acrónimo, isto é, como abreviação lida como palavra, uma possibilidade de interpretação pode ser deduzida da existência do nome de origem grega Nausícaa. Esta palavra, analisável como sendo constituída por quatro sílabas (nau.si.ca.a), tem acento na sílaba -si-, estando as vogais das duas últimas sílabas em hiato; é, portanto, possível haver uma palavra com dois aa finais em hiato. Contudo, não encontro registos de palavras com configuração silábica semelhante e acento tónico a recair sobre o a da penúltima sílaba: a existir tal palavra, é de esperar que essa vogal tónica tenha não o timbre fechado do a de -ca- em Nausícaa mas, sim, timbre aberto, porque aa fechados tónicos só ocorrem antes de consoante nasal. É, pois, de esperar que MAVAA soe como "maváa", palavra grave.
Mas o comentário prosódico sobre a estrutura em causa não pode ficar por aqui, porque se verifica na ligação de palavras em discurso que a sequência de um [a] seguido de um [ɐ] tende a ser pronunciada com crase, isto é, com redução de uma sequência de vogais a uma única vogal. Neste caso, prevalece o chamado aberto: por exemplo, uma sequência fará assim é pronunciada "faràssim". Tendo em conta este fenómeno, é, pois, de prever que a sequência MAVAA seja pronunciada e percebida como palavra aguda: "mavá".