Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Fonética
Sílvio César Otero Garcia Professor São Carlos, Brasil 4K

Movido por uma dúvida surgida num fórum, gostaria de saber qual é a pronúncia correta das palavras ventríloquo e ventriloquia. Sobre a primeira delas, consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa as pronúncias "quo" e "co", por outro lado, sobre a segunda, os dicionários Aurélio e Houaiss, anteriores ao Acordo Ortográfico, trazem a grafia ventriloquia, sem o trema, sugerindo, assim, a pronúncia sem o "u". Finalmente, foi-me dito que deve-se ler o "u" em todas as palavras que têm a base latina loquu-. Temos, então, um impasse. Como resolvê-lo?

Alexandre Camões Barbosa Médico Lisboa, Portugal 7K

Se, como diz FVP Fonseca em A fonética de equino e equidistante, o -u de equino é para ler, porque o mesmo acontecia no seu étimo latino equinu, não se deverá dizer também "e-kwi-ta-ção", dado que o étimo é o mesmo (e ao contrário do que diz José Neves Henriques em Pronúncia de equitação)?

Agradecido pela atenção dispensada!

Álvaro Barros Estudante Ipiaú, Brasil 8K

Agradeço à equipa do Ciberdúvidas pelas respostas dadas anteriormente, e à senhora Ana Carina Prokopyshyn, por ter-me auxiliado na resposta 28 400.

Mas, ainda tendo algumas dúvidas, peço o vosso auxílio. Tendo em vista o que a senhora Ana Carina Prokopyshyn escreveu no trecho — «Estes desvios ou desarticulações são próprios da linguagem corrente, ou seja, são tendências do registro oral, mas devem ser evitados, principalmente na escrita, pois nos dias de hoje existem normas e convenções que devemos seguir» — ocorrem-me algumas questiúnculas.

No trecho «Estes desvios ou desarticulações são próprios da linguagem corrente, ou seja, são tendências do registro oral,» pode ser aplicado ao que se encontra na obra de Camões, Os Lusíadas, uma vez que se encontra formas como «ingrês»?

Em «Mas devem ser evitados, principalmente na escrita», isso levaria a uma inibição de novas formas fonéticas e estagnação na língua? Como ajustar esta conceção com as mudanças constantes que a língua viva sofre?

«Pois nos dias de hoje existem normas e convenções que devemos seguir.»

Por que as mudanças fonéticas ocorridas na passagem do latim para a língua portuguesa são aceitas e as que ocorrem dentro da própria língua não são aceitas, ou mal vistas, dependendo da classe social em que ocorrem? Só se considera uma forma legal e aceita aquela admitida na elite erudita que forma a língua? Mas quando nos recordamos que a língua portuguesa estruturou-se, tendo como base o latim vulgar, não entraria em contradição o pensamento cultivado pela norma culta de uma língua «perfeita»?

Ainda não consigo compreender as discussões e as dimensões das implicações que decorrem de críticas feitas à norma culta do português.

Vemos muitos argumentos em prol de mudanças na norma culta, mas que argumentos podem ser elencados para salvaguardar nosso patrimônio histórico e nossa tradição perpetuados na língua?

Agradecido pela atenção e consideração sempre prestada por todos vós.

Álvaro José de Barros Lima Estudante Ipiaú, Brasil 19K

Prezada equipa do Ciberdúvidas, agradeço-lhe pelas respostas sempre esclarecedoras e por verdadeiramente manter um intercâmbio entre as diferentes variantes da nossa língua portuguesa. Estou a fazer um trabalho na escola sobre alguns fenómenos fonéticos. Gostaria que, se possível, auxiliassem-me nesta tarefa. Minha professora passou um livro, A Língua de Eulália, de Marcos Bagno, que descreve com uma novela sociolinguística o tema proposto para o trabalho, o rotacismo. Procurei num outro livro, Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno também, que descreve apenas o dito fenómeno num ponto que visa apenas o preconceito e a discriminação. Gostaria de uma explicação linguística adequada e uma descrição do fenómeno na língua portuguesa. O que ele é? Ele ocorreu no passado, logo no início da língua? Ocorre hoje? É adequado à língua moderna? Como é a relação deste fenómeno com o preconceito e a discriminação?

Desde já, adianto-lhes meus agradecimentos.

Samuel Arantes Pai de família Braga, Portugal 6K

Gostaria de saber como se pronuncia correctamente a palavra plenitude: se com e aberto (como café) ou se com e fechado (como questão).

Agradeço a atenção dispensada.

José Novais Gestor Porto, Portugal 9K

Procuro saber a origem e o significado da expressão "pop-chula" ou "pop-xula".

Podemos lê-la numa letra de José Mário Branco.

Obrigado.

Gílson Celerino da Silva Filho Estudante Hanôver, Alemanha 3K

Não entendo a razão por que tanto se insiste aqui (cf. grande número de respostas) em dizer que no Brasil se prefere a forma quatorze à catorze. Não me estranha nenhuma das duas, mas confesso que me parece mais comum no trato com brasileiros ouvir catorze.

O dicionário Houaiss não me deixa pensar assim sozinho, quando dirige a quem procura por quatorze para o verbete escrito com cê, dando a entender que esta última será a forma preferida.

Fernando Marques Técnico de museografia Vila Franca de Xira, Portugal 15K

Uma vez que existem obras de carácter normativo para a língua portuguesa que permitem a forma intoxicar (em que o x tem valor de "ch"), será que é igualmente permitido dizer tóxico ("tóchico") e toxinas ("tochinas")?

Hélio Dias Servidor público Rio de Janeiro, Brasil 10K

Gostaria de saber se a pronúncia da sigla IPHAN é "ipan" ou "ifan" como a maioria da mídia pronuncia. (IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Obrigado.

Manuel Alberto Reformado Bruges, Bélgica 10K

Gostaria de saber a pronúncia correcta da palavra laxante. Diz-se "lacsante", ou "lachante"? Tal como na palavra intoxicação, deve dizer-se "intocsicação", e não "intochicação", com "chi", ou estarei errado?

Muito obrigado.