Não é fácil a abordagem que propõe, sobretudo por não haver uma regra explícita para o aportuguesamento das palavras tomadas de outras línguas. Antes de mais, há que ter em conta que uma dada palavra pode entrar por influência de outra língua que não a da palavra original, trazendo, assim, influências dessa língua que se vão reflectir na pronúncia.
De uma forma geral, e tendo em conta o comportamento mais recente, há palavras estrangeiras que se mantêm, durante muito tempo, como estrangeirismos, e outras que são facilmente adaptadas à língua portuguesa, transformando-se em empréstimos. Nestas situações, a tendência é adaptar quer a grafia, quer o som, aproximando-os do que é comum no léxico português. Este é, digamos assim, o comportamento face ao vocabulário comum. No caso dos topónimos, o processo poderá ser idêntico, havendo lugares cujo nome já está adaptado para o português, e outros que permanecem com pronúncia relativamente próxima da original, obedecendo, também, à grafia do país de origem. Claro que, muitas vezes, mesmo involuntariamente, o falante se distancia da pronúncia original, transmitindo-lhe algumas características prosódicas do português.
A situação concreta que descreve, por exemplo, no caso de Bückeburg/Buqueburgo ilustra uma situação de fácil resolução, digamos assim. Os restantes exemplos parecem-me mais complexos. Não lhes encontrei adaptação já elaborada, mas, se forem nomes muito pronunciados por falantes de português, com o tempo, poder-se-á chegar a uma versão prosódica intermédia. Em Portugal, e em situações destas, optar-se-ia por indicar o nome com a pronúncia próxima, para não dizer idêntica, à original. Já no Brasil, dada a natural criatividade linguística dos brasileiros, que adaptam os vocábulos estrangeiros com mais naturalidade do que os portugueses, poderia surgir uma solução intermédia.
Em Portugal, para nomes e lugares estrangeiros recentemente entrados e ainda não aportuguesados, a recomendação é a de respeitar, o mais possível, a pronúncia e a prosódia de origem, o que, valha a verdade, nem sempre é fácil.