Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Etimologia
Pedro Oliveira Analista bancário Quinta do Anjo, Palmela, Portugal 3K

Agradeço antes de mais o tempo dispendido para avaliar e responder às minhas questões.

Sei que a aférese é uma figura de estilo/linguagem que consiste na queda/retirada de um fonema no início de um vocábulo (ex. ainda – inda) e que ao mesmo tempo existe um outro recurso estilistico, a prótese que consiste no contrário, ou seja, no acrescento de um fonema no incío de uma palavra (ex. levantar – alevantar).

A minha primeira questão é a seguinte: ao depararmo-nos com determinado vocábulo, como sabemos se se trata de uma prótese ou de uma aférese?

Por ex.: arrebentou e rebentou.

Pelo que entendo, antes de escolhermos a figura de estilo apropriada, temos de decidir qual a palavra de origem, é isso? Mas isso nem sempre me parece evidente... Por exemplo há três ou quatro gerações (e ainda em várias zonas do norte de Portugal, por exemplo) ainda se diz arrebentou ou inda. No primeiro caso, trata-se de uma prótese porque partimos de rebentou, e no segundo, de aférese, porque temos em conta que a palavra "correta" é ainda – ou esse raciocínio é demasiado frágil?

Além disso, torna-se difícil de decidir quem fala/escreve bem ou menos bem. Tenho a ideia de que a lingua, sendo um produto social, mesmo com esquematizações e normas lexicais/sintáticas/etc. constitui um fenómeno humano muito dinâmico e permeável ao meio envolvente, o que dificulta essa mesma sistematização do bem falar/escrever.

No que nos podemos basear para essa questão das figuras de estilo? Na maioria dos falantes? Do país/zona de origem de quem proferiu/escreveu determinado vocábulo/frase?

Muito obrigado pela ajuda.

Rute Oliveira Formadora/Mestranda em Ciências da Linguagem Évora, Portugal 2K

Atualmente, encontro-me a fazer um trabalho sobre a toponímia da freguesia de Évora Monte [no concelho de Estremoz]. Um dos desafios passa pela pesquisa do étimo de algumas palavras, como Ossa, que dá nome à serra onde Évora Monte se situa.

[...] Creio, de acordo com as pesquisas que já fiz, que é uma palavra latina, que provavelmente deriva da palavra osso. É o que tenho, mas estou na esperança que me possam adiantar mais alguma informação.

Obrigada pela atenção dispensada.

Kamila Rocha Pedagoga Aparecida de Goiânia, Brasil 14K

Vi no cursinho que durante, mediante, senão e salvo podem ser considerados preposições acidentais.

Eu sei que segundo pode ser representado um numeral (2.º) e uma preposição ao ligar palavras («segundo ele, estamos bem»).

Mas qual a outra classe gramatical dessas quatro palavras acima? Seriam substantivos? Não consegui encontrá-las em nenhuma outra classe para fazer a comparação.

Obrigada.

Maria Teresa Furtado Silva Professora de Português/Francês (aposentada) Canidelo–Vila Nova de Gaia, Portugal 2K

Gostaria de saber a origem e significado da palavra blusa.

A minha maior dúvida é se vem do latim ou do francês. Qual a sua verdadeira história? 

Obrigada pela atenção.

Frederico Carvalháo Gil Desempregado Lisboa, Portugal 2K

Peço que me informem, se possível, da origem e sentidos das seguintes palavras: "roxina", "marigada" – esta, é certo, que na Beira Baixa significa «romã».

Obrigado.

P. S.: Envio imagem com exemplo do termo Roxina em Portugal, com x.

 

Margarida Ferreira Reformada 2675-454 Odivelas, Portugal 21K

'Passei a encontrar a expressão humano como nome em vez de adjetivo, significando «ser humano».

É correto ou mais uma importação do inglês?

Renato de Carvalho Ferreira Historiador São Paulo, Brasil 1K

Referente aos antropônimos germânicos terminados em -ulfo, há alguma prescrição para que sejam registrados sem acento? Ou será que deveríamos utilizar? Me intriga, pois já me ocorreu de notar casos de uso e desuso do acento, muitas vezes no mesmo nome.

Lembro-me imediatamente de Ataúlfo, o segundo rei visigótico conhecido, cujo nome é relativamente bem documentado com acento, embora haja oscilação (vide verbete Decadência e Queda do Império Romano no Ocidente, na Infopédia, que oscila entre ambos no mesmo texto).

Há, claro, os casos de adaptação com -o-, como Rodolfo, mas é uma incógnita para mim acerca dos muitos -ulfos conhecidos, sobretudo dos fins da Antiguidade e Idade Média.

A título de comparação, alguns destes germânicos citados em grego são acentuados (cf. Αριούφος; Ἰνδούλφος; Αταούλφος).

Agradeço de antemão.

Renata Falcone Locutora e Estudante de Jornalismo Salvador, Brasil 2K

Qual a maneira correta de escrever o nome desse município baiano, "Xique-xique" ou "Xique-Xique"?

Antonio de Lima Ribeiro Professor Bonito, Brasil 7K

Qual a origem da expressão «minha jóia»?

Exemplos: «Como vai, minha jóia?» e «Não deu para ir no seu aniversário, minha jóia».

Seria pronome de tratamento?

Obrigado desde já pela resposta.

João Soromenho Professor Portugal 3K

Será possível ao Ciberdúvidas saber se a origem da palavra cara-metade (um dos cônjuges em relação ao outro) é mitológica?

E em que circunstâncias entrou este substantivo na língua portuguesa? Não encontrei respostas a estas questões em nenhum dicionário que consultei.

Ainda sobre esta designação, será o português a única língua que tem esta palavra formada de cara + metade?

Exemplos: inglês, better half; francês, ma moitié1, âme sœur; espanhol, alma gemela; italiano, anima gemella, etc.

 

1 Ver "Âme soeur" na Wikipédia e "Ma moitié" em Omnilogie