Sobre Roxina, que será nome próprio e faz parte do topónimo Rua da Roxina, em Benquerença (Penamacor, Castelo Branco), não foi aqui possível encontrar registo em fontes dicionarísticas ou enciclopédicas. No entanto, no distrito de Castelo Branco, na vila de Monsanto, há (ou havia) um Casal do Roxine, de configuração semelhante à do nome em apreço (ver Américo Costa, Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, 1948).
Não podendo enquadrar devidamente este nome, abre-se um leque de conjeturas, procurando pela semelhança fonética com outras palavras lançar alguma luz sobre a questão. Assim, convém mencionar rochina, forma homófona, que significa «variedade de mandioca», segundo o Dicionário Houaiss, que também lhe atribui origem obscura. Um artigo de investigação também consigna rochina, no sentido genérico de «farinha». Torna-se, porém difícil justificar a motivação do uso de rochina como nome de um lugar ou de uma rua. Encontra-se também a forma arrochinar, que significa «apertar», e cuja sonoridade sugere alguma afinidade com Roxina. Outra possibildiade ainda é a de este nome corresponder, afinal, a rechina, que, no Alentejo, se usa (ou usava) no sentido de «sopa de sangue de porco» e «calor forte» (Dicionário Houaiss), bem como «a pleno sol» («estar à rechina do sol»; cf. Revista Lusitana, vol. X, p. 240).
Quanto a marigada, há bastante informação. É uma variante de milgrada, o mesmo que romã (cf. dicionário de Cândido de Figueiredo, s. v. milgrada, Dicionário do Falar das Beiras, de Vítor Fernando Barros e blogue Capeia Arraiana). Noutro blogue, Viver Casteleiro, em apontamentos dedicados ao falar de Casteleiro (Sabugal, Guarda), em região fronteira à Beira Baixa, igualmente se acolhe a forma marigada com o significado de «romã». Contudo, nessa mesma região, também se atesta o uso de marigada com o significado de «cereja» – cf. blogue Baságueda.
Milgrada será palavra bastante antiga, como parece sugerir a forma milgranda, que se atesta nos dialetos galegos. Ambas as formas terão procedido de "milgrãada", hipotética evolução galego-portuguesa de milgranada (cf. Dicionário Houaiss). Existe também em espanhol milgrana, que se classifica como termo em desuso (dicionário da Real Academia Espanhola). Em português e galego, não parece tratar-se de castelhanismo, mas, sim, de uma palavra herdada e comum às línguas românicas do centro e do ocidente peninsulares.