Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Paulo Duarte de Almeida Professor Coimbra, Portugal 2K

Peço o favor de me esclarecerem sobre qual é a função sintática desempenhada pela expressão «do ser humano» na frase «Com Maria apareceu também a luz que, [...] apesar de ainda me escaparem enquanto metáforas belíssimas, encobrimentos e contradições do ser humano.»

Muito obrigado.

Afonso Hermínia Estudante São Domingos de Rana, Portugal 2K

Não abdico de um bom pequeno almoço logo pela manhã.

Qual é a função sintática «de um bom pequeno-almoço»?

Sebastian Gost Estudante Miami, Estados Unidos 1K

A seguinte situação é-me um bocado confusa, pois lamentavelmente tenho dificuldade em parar de pensar de acordo com a gramática de um dos meus idiomas maternos, o espanhol.

No espanhol, é possível construir a frase imperativa «apriétense las manos!» ou «dense las manos!», pois no espanhol, estamos a mandar fazer essa ação reciprocamente.

Em português, não entendo porque só há de ser «apertem as mãos» e «deem as mãos» (versus estas supostas frases erradas segundo os nativos de português: “apertem-se as mãos” e “dêem-se as mãos.) Agradeço antecipadamente a vossa resposta.

Silva Rodrigues Autônomo Barretos, Brasil 1K

Gostaria, se possível, que dissertassem um pouco sobre o predicativo do sujeito na seguinte frase «Esse bolo é para mim».

Sabendo que o predicativo é uma característica do sujeito, como defender a ideia de que «para mim» é uma característica de «esse bolo».

Certo do auxílio, agradeço.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 1K

Sobre o uso (por vezes incorreto) do verbo derivar, perguntava-vos se, na frase apresentada, é possível aceitar o seu uso:

«A poluição deriva da falta de civismo.»

Cordialmente.

Marcos Almeida Estudante São Paulo, Brasil 1K

É correto "preposicionar" uma oração subordinada substantiva predicativa, como frequentemente ocorre em frases como essas:

«A tendência é de que os preços aumentem.»

«A expectativa é de que eles não irão recuar.»

Isabel Maria Pires Barbedo Professora Sintra, Portugal 1K

Numa ficha de 11.º ano vi o seguinte:

«Na frase "O silêncio assume a mesma importância QUE pode ter a música" (linha 27) o constituinte sublinhado é ( o constituinte sublinhado é QUE) (A) uma conjunção. (B) um determinante. (C) um pronome. (D) uma preposição.»

Na correção afirmam que o constituinte «que» é um determinante... Confesso que não entendo.

Gostaria, por obséquio, que me ajudassem a entender. Sei que pode assumir a classe de nome, preposição, pronome, partícula de realce, mas de determinante não consigo ver.

Muito obrigada!

Kamila Rocha Pedagoga Aparecida de Goiânia, Brasil 15K

Vi no cursinho que durante, mediante, senão e salvo podem ser considerados preposições acidentais.

Eu sei que segundo pode ser representado um numeral (2.º) e uma preposição ao ligar palavras («segundo ele, estamos bem»).

Mas qual a outra classe gramatical dessas quatro palavras acima? Seriam substantivos? Não consegui encontrá-las em nenhuma outra classe para fazer a comparação.

Obrigada.

Maria Martins Professora PLE Portugal 1K

O pronome pessoal se pode ter vários valores. Relativamente ao valor reflexo, sabemos que a ação cai sobre quem a praticou, por isso, verbos como vestiu-se, lava-se, deitar-se, etc., são fáceis de identificar. Sei também que a expressão «a si mesmo/próprio» é uma boa maneira de identificação.

A minha questão é sobre o que se passa em outros verbos, por exemplo, cruzar-se, intromete-se ou apercebeu-se.

A frase «Ele intromete-se (a si próprio) na vidas das outras pessoas» não me parece descabida de todo, no entanto, num livro de exercícios de gramática que estou a usar indicam que este se não tem valor reflexo, assim como nos outros verbos que mencionei.

Há alguma outra maneira de identificar mais facilmente o valor do pronome pessoal se?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Quanto à questão formulada por Natanael Estêvão, em 4/3/2022, foi dito, ao final da resposta, que «esta construção será preferencial à que se apresenta na pergunta, pois não causa a estranheza da primeira». A par da estranheza, pergunto: seria a construção também agramatical, configurando uma exceção? Creio ser essa a dúvida de Natanael.

A propósito, nos exemplos dados pelo citado consulente, pode-se também lançar mão do recurso de usar a expressão «o fato de»: «apesar de o homem ter morrido...» (apesar do fato de o homem ter morrido); «o maior problema está em isso fugir do nosso controle (o maior problema está no fato de isso fugir do nosso controle). Portanto, pode-se imaginar uma elipse em todos os casos, contornando as contrações.

Obrigado.