Em «Ele levou uma surra», «Ele recebeu um presente», «Ele ganhou um prêmio», tais verbos de sentido passivo tornam a voz verbal "ativa" ou "passiva"? Por quê? Qual gramático brasileiro diz algo sobre isso? Grato.
Parece-me haver uma tendência para deixar de usar o modo conjuntivo, o que seria um empobrecimento para a nossa língua (talvez pior do que a vossa chamada de atenção para a falta de acentuação e má pronúncia na primeira pessoa do plural do pretério perfeito simples). Já tenho chamado a atenção de amigos para tal facto, mas dizem que não notam.
Será real o facto que refiro?
Alguns exemplos:
a) «Mas a ERSE admite que esse estudo [ou outra coisa qualquer] pode aumentar os custos...»;
b) relações de igualdade (entre europeus e africanos) não quer dizer que as contribuições de cada um podem ser iguais...» (a propósito da cimeira UE-África);
c) «Agora, o que é irónico é que este "falso" plural é também designado nos prontuários por "plural de modéstia" — o que prova que nem a terminologia gramatical é imune a manipulações ideológicas» (Vossa pelourinho Nós, vós, ele e artigo publicado no semanário Sol, de 29 de Dezembro de 2007).
Então, não deveria ser "possa", "possam" (aliás, "tenham") e "seja", respectivamente?
Obrigado.
Ouvi na RTPN o seguinte (sem pausas):
«... os estragos muito elevados não estão cobertos pelo seguro»
em vez do muitíssimo mais provável:
«...os estragos, muito elevados, não estão cobertos pelo seguro.»
Quando será que os nossos noticiaristas tomam atenção às vírgulas intercalando a devida pausa?
Vi as vossas respostas relacionadas com a questão reserva o direito/reserva-se o direito, mas não estou satisfeito com elas.
Digam-me, por favor, como devo traduzir para português o seguinte início de frase em inglês: «XPTO reserves the right to change product features...»
Eu acredito que a seguinte forma é a correcta:
«A XPTO reserva o direito de alterar as características dos produtos...»
No entanto, as vossas respostas parecem indicar que o correcto seria dizer «A XPTO reserva-se o direito de alterar as características dos produtos...»
A XPTO não se está a reservar-se a si própria, nem pretende dizer explicitamente que está a reservar o direito para si própria (isso deve estar apenas implícito, dado que proporciona vários subterfúgios legais que as empresas consideram ser muito úteis). Quanto ao reservar o direito para si própria, também não vejo como a conjugação reflexa "reserva-se" (dado que o sujeito está imediatamente antes) poderia significar «reserva para si».
Sem sujeito/nome, não há dúvidas. A forma correcta é «Reserva-se o direito de admissão», por exemplo.
Obrigado.
Uma propaganda de uma rede educativa, que traz de vez em quando questões relacionadas à língua portuguesa aqui no Brasil, disse que a norma culta não considera correto o uso de «Eu vou precisar de fazer as questões»; o problema apontado por esse programa é a presença da preposição antes do verbo no infinitivo, mas, buscando respostas no Ciberdúvidas, vi que ambas as formas estão adequadas à norma culta, ou seja, «Eu vou precisar de fazer» ou «Eu vou precisar fazer», ambas estão corretas segundo vocês, mas não segundo o programa daqui do Brasil. Afinal, existe alguma referência, algum gramático que acabe com a minha dúvida se ambas as formas podem estar corretas, ou só uma delas, como disse o programa?
Muito obrigado.
Quando se faz uma enumeração de substantivos sem a terminar com um e, deve-se colocar também uma vírgula antes do verbo?
Por exemplo: «A luminosidade, a frescura tépida, as cores súbitas, a suavidade(,?) pareciam indicar a chegada definitiva da Primavera.»
Obrigada!
Será correcto dizer-se que uma coisa é «equivalente de outra» (por exemplo, «como se [os novos] fossem equivalentes dos antigos»), ou diz-se sempre «equivalente a» (e neste caso seria «como se [os novos] fossem equivalentes aos antigos»)?
Grata pela atenção.
Deve dizer-se: «caracterizar alguém como trabalhadora», ou «caracterizar alguém de trabalhadora»?
Na oração «Maria estava em casa», qual a classificação do verbo? O predicado é verbal? Se «em casa» é adjunto adverbial, o verbo é intransitivo?
Procurei em várias gramáticas e não encontrei resposta satisfatória.
«A interface de utilizador remoto permite aos utilizadores um fácil acesso e gestão de qualquer dispositivo de impressão ligado à rede.»
Os substantivos acesso e gestão pedem preposições diferentes («acesso a» e «gestão de»). Ora, uma vez que eu quero juntá-los, porque se referem os dois a «qualquer dispositivo», como poderei fazê-lo sem cair na repetição?
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