Depende do que quiser dizer com «orações sem sujeito». Há orações que não têm sujeito explícito, mas que o têm subentendido, fazendo ele parte dos argumentos de verbos transitivos directos; neste caso faz sentido distinguir voz activa de voz passiva:
«Comi uma maçã.» —> «Uma maçã foi comida (por mim).»
Mesmo na construção apassivante, pode-se estabelecer tal contraste de vozes verbais, desde que se usem verbos transitivos directos:
«Comem-se maçãs.» = «Alguém come maçãs.»
Esta equivalência e o facto de verbos intransitivos também serem compatíveis com o pronome se («conduz-se depressa») permitem ao pronome assumir o valor de sujeito indeterminado (esta construção é condenada por vários gramáticos):
«Come-se maçãs.»
Com verbos defectivos (sobretudo, verbos meteorológicos), só se pode falar em voz activa, uma vez que os verbos sem sujeito são também intransitivos: chove, troveja. Deste modo, não é possível construir a voz passiva.