Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Ana Santos Professora de Português para Estrangeiros Birmingham, Inglaterra 7K

Gostaria de saber se ouriço-cacheiro é um substantivo epiceno e, caso não seja, qual é então a forma feminina.

Obrigada.

Daniel Calich Luz Estudante Natal, Brasil 6K

A expressão destacada na afirmação abaixo exemplifica uma figura de linguagem (expressão sublinhada):

«Agora que a velhice começa, preciso aprender com o vinho a melhorar envelhecendo e, sobretudo, a escapar do perigo terrível de, envelhecendo, virar vinagre

(D. Hélder Câmara, arcebispo emérito de Recife/Olinda, falecido em 1999.)

Nomeie a figura e esclareça o sentido da expressão no contexto em que foi empregada.

Muito estudei a respeito, e cada vez me convenço mais do eufemismo como sendo a chave de resposta. Apesar de a grande maioria das pessoas afirmar a metáfora como certa, não achei em material algum uma justificativa que assegure naquele contexto a expressão «virar vinagre» como metáfora.

Eis aqui uma definição de metáfora da Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara, 37.ª edição (revista e ampliada):

«Translação de significado motivada pelo emprego em solidariedades, em que os termos implicados pertencem a classes diferentes mas pela combinação se percebem também como assimilados.»

Ex: «cabelos de neve», «pesar as razões», «negros pressentimentos», «doces sonhos», «passos religiosos», «boca do estômago», «dentes do garfo», «costas da cadeira», «braços do sofá», «pés da mesa», «rios de dinheiro», «vale de lágrimas», «o sol da liberdade», «a noite caiu».

Eis aqui um outra definição de metáfora: «Metáfora é, portanto, a igualdade de duas matrizes de dois campos semânticos diversos provocada pelo domínio comum.»

Fica claro e evidente que e expressão metaforizada não existe na realidade, de modo que apenas em nossa imaginação se faz possível existir um vale de lágrimas, uma noite que cai, um braço no sofá, um pressentimento negro...

A expressão «virar vinagre» não é uma metáfora como afirma a Comperve, pois vai de encontro à definição de Evanildo Bechara, visto que ela não contempla alguma translação de siginificado em que os termos virar e vinagre pertencem a campos semânticos diferentes. Além disso, «virar vinagre» é uma condição natural do vinho. Não existe nada de surreal nisto. Como existe em: «dentes de garfo», «doces sonhos», «passos religiosos», «rios de dinheiro»...

Um gay quando morre, não morre, ele, em morrendo, «vira purpurina». «Vira purpurina» é um eufemismo assim como «virar vinagre».

Gramaticalmente não se pode provar que o termo «virar vinagre» se refere a D. Helder ou ao sujeito do trecho em questão.

O sentido da expressão «virar vinagre» era de se tornar um velho "azedo", "ranzinza", "mala morto", "sem função"... palavras que, com toda certeza, são carregadas de maldade, ao contrário da expressão «virar vinagre», que exige uma interpretação e ameniza um verdadeiro sentido cabível, ou seja, a expectativa de resposta da UFRN justifica o eufemismo e traz a metáfora como resposta, entrando, assim, em contradição. Posto aqui a definição de eufemismo dada pelo dicionário Aurélio, 1.ª edição (4.ª impressão):

«Eufemismo: S. m.: 1. Ato de suavizar a expressão duma idéia substituindo a palavra ou expressão própria por outra mais agradável, mais polida.»

Gostaria de saber a opinião do pessoal do site a respeito desta questão. Obrigado desde então.

Paula Évora Estudante Évora, Portugal 5K

Encontrei num livro de/sobre Erasmo de Roterdão, das Edições 70 (Portugal), o termo irenismo, que não me aparece depois em dicionários em linha.

Existe de facto ou terá sido uma adaptação livre do tradutor?

João Batalha Estudante Lisboa, Portugal 5K

Sou um aluno do 12.º ano e, a propósito da notícia dada pela televisão sobre insólita "gravidez do dragão" de Komodo no jardim zoológico de Londres, fui incumbido de explicar para a minha turma o fenómeno científico.

Da pesquisa efectuada, surgiram algumas dúvidas, pois os artigos por vezes consideram a partenogénese sinónimo de autofecundação.

Li também um artigo que colocava a hipótese de o referido dragão ser hermafrodita e assim poder, em condições especiais de ambiente, autofecundar-se.

Gostava por isso que me esclarecessem para assim poder apresentar o meu trabalho com o menor número de incongruências científicas.

Pamela Viegas Macau, China 12K

«Tempo necessário para apreciação e despacho: apreciação casuística.»

Pergunta: qual o sentido da expressão «apreciação casuística» neste contexto (duração para autorização de um requerimento)?

Agradeço antecipadamente a vossa atenção ao assunto.

Eliel Eleutério Farias Estudante São João de Meriti, Brasil 3K

É correto afirmar que a ação de multiplicar por dois é uma duplicação, por três é uma triplicação. Gostaria de saber como é a correta designação da ação de se multiplicar por quatro, seis e por oito.

Juarez Rogério Félix Advogado/Professor Ribeirão, Brasil 5K

Qual o coletivo de monstro?

Obrigado!

J. Barros Médico Leça do Balio, Portugal 5K

Numa das fábulas, Esopo fala-nos de uma «coreixa» (um bicho, pelo contexto).

Há uma aldeia no concelho de Penafiel chamada Coreixas. No Brasil, existe o apelido Coreixas. Os dicionários ignoram a palavra. O que será?

Jorge Lino Ribeiro Alves de Sousa Juiz conselheiro Portugal 10K

Quais as situações em que se emprega «face» e «em face»?

Gustavo Branquinho Crespo Portugal 5K

 Manha é um nome abstracto ou concreto?