Só tenho visto conteúdos em que se diz que o pretérito perfeito só é usado para ações terminadas no passado e que não tem relação com o presente, isto é, pretérito absoluto.
Mas, às vezes, sinto que possui parcialmente o valor do present perfect do inglês. Por exemplo, em «Maria, a maçã caiu ao chão», o verbo cair pode nos mostrar que a maçã ainda está caída ou que ela já foi removida do chão.
A ambiguidade é resolvida pelo contexto, é claro. Mas em alguns casos, não se dá para perceber muito bem. Existe alguma expressão para se referir a esse aspecto que envolve a língua portuguesa?
Outro exemplo: «Claro! Ela roubou o meu carro.» Pode ter dois significados: «que o meu carro está com ela»; e «que o meu carro tinha sido roubado por ela, mas o recuperei».
O verbo reacionar [re-acionar] existe?
Ou seja, na aceção de «voltar a acionar» ou «voltar a pôr em ação, prática ou funcionamento» alguma coisa – mecanismo, medida, plano, processo, etc.
De entre as formas contempladas, qual a etimologicamente mais correta para designar um natural das ilhas Maldivas?
Os meus agradecimentos.
Desde já muito obrigada pelo vosso trabalho.
Ao explicar a uma aluna estrangeira a formação da voz passiva indiquei que geralmente o verbo auxiliar para a formação da voz passiva é o verbo ser. Contudo, expliquei também que apesar de o verbo ser constituir o verbo principal da voz passiva, verbos como estar, ficar, ... combinados com um particípio também podem formar a voz passiva.
A pergunta da aluna foi: «quando é que eu sei se tenho de usar o verbo ser ou o verbo estar?»
Dado que na língua nativa dela (francês) só existe um verbo com o mesmo significado (être), torna-se mais complicado entender o significado de cada verbo.
Ex.: «A mãe lavou a minha camisola. A minha camisola foi lavada pela mãe. A minha camisola está lavada.»
Para a aluna, faria sentido dizer «A minha camisola esteve lavada...»
Entendo que quando em português usamos o verbo estar, estamos na verdade a deixar claro o resultado da ação, mas acabei por não encontrar nenhuma explicação lógica/prática para esta questão.
Poderiam esclarecer-me, por favor?
Muito obrigada.
É correto dizer «Falaste mais bem dele do que mal» ou dever-se-ia dizer: «Falaste melhor...»?
Efetivamente, o senso comum diz-nos que, quando o verbo não está no particípio passado, se deve dizer melhor. No entanto, no entender de alguns puristas como Sá Nogueira, melhor é comparativo de «mais bom» e nunca de «mais bem», como julgo que afirmam numa das vossas respostas.
Mesmo assim, esta posição será válida?
Tendo fundamento, devemos ser nós mais puristas ou laxistas?
Malgrado a insistência neste tópico que se faz presente nas respostas inúmeras dadas aqui na página, gostaria que me elucidassem (e, se o assunto for polémico e não se importarem, debatessem) as minhas dúvidas.
Um bem-haja a todos os consultores!
Cumprimento-os, desejoso de que todos desfrutem de boa saúde física e emocional.
Surgiu uma dúvida quanto ao plural do vocábulo fera, usado como adjetivo.
O correto é dizer-se: «Os alunos são fera» ou «Os alunos são feras»?
Pergunto isso, partindo-se do pressuposto de que os substantivos, quando funcionam como adjetivos, não se flexionam em número.
Desde já, agradeço-lhes os vastos esclarecimentos.
Na frase «João admira os mesmos pintores que Caio», entende-se que houve a elipse de «admira», isto é, «[…] que Caio (admira)».
Mas estaria igualmente correta uma frase como «João gosta dos mesmos pintores que Caio», considerando-se que o verbo «gostar» pede objeto indireto?
Se considerássemos somente a elipse do verbo, teríamos esta frase agramatical:
*«João gosta dos mesmos pintores que Caio (gosta)».
Ou seja, há que pressupor também a elipse da preposição de:
«João gosta dos mesmo pintores (de) que Caio (gosta)».
É pressuposto aceitável? Está correta a frase «João gosta dos mesmos pintores que Caio»? Se não, que torneios devemos dar à frase para corrigi-la?
Agradeço desde já quaisquer esclarecimentos.
Qual o significado da expressão «neste conspecto», muitas vezes utilizada pelos tribunais?
Por exemplo:
«Quando o despejo tenha por fundamento a falta de pagamento de rendas, encargos ou despesas, a decisão de promoção da correspondente execução deve ser tomada em simultâneo com a decisão do despejo, o que significa que é conferida competência legal a um órgão administrativo para determinar, não apenas o despejo, mas a sua execução, e neste conspecto, o poder de decidir o despejo e de o executar, sob autotutela declarativa e executiva» – aqui.
A minha dúvida prende-se com a utilização da expressão «do tempo da outra senhora».
Conheço a sua origem e sei que é utilizada, normalmente, para nos referirmos ao período do Estado Novo [em Portugal].
Mas será que a podemos utilizar simplesmente como referência a algo antigo como no caso do «tempo da Maria Cachucha», sem a leitura política?
Obrigado.
Ambas as formas são corretas para se dizer ou escrever?
– cruelíssimo;
– ou crudelíssimo.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações