A frase «Falaste mais bem dele do que mal» será a mais aceitável.
Recorde-se que melhor é comparativo de superioridade do adjetivo bom, não se usando a forma «mais bom», exceto quando se comparam «duas qualidades ou ações»1:
(1) «Ele é mais bom do que inteligente.»1
A forma melhor é também comparativo do advérbio bem.
Defende a posição mais normativa que junto a um particípio/adjetivo participal se deve usar «mais bem» e não melhor:
(2) «Ele está mais bem preparado do que eu.»
No entanto, há autores que discordam e consideram que atualmente se podem usar as duas formas (é o caso de Bechara, que cita também Mário Barreto2).
Depois de um verbo, usa-se melhor e não «mais bem»:
(3) «Aqui ele estuda melhor.»
No caso colocado pelo consulente, surge o advérbio bem e, nesta construção, parece-nos que a forma «mais bem» será a mais frequente porque, como explica Carlos Rocha, citando Vasco Botelho de Amaral, «[n]ote-se que é de uso empregar mais mal quando se expressam qualidades no mesmo sujeito: "V. Ex.ª escreve mais mal que bem." Por outras palavras, quando os advérbios mal e bem são os próprios termos da comparação, emprega-se "mais mal do que bem". Sendo assim, parece ficar também legitimada uma frase em que ocorra «mais bem do que mal», por exemplo, como acontece neste diálogo: «– Ele escreve mais mal do que bem./ – Não concordo: ele escreve mais bem do que mal» (consultar resposta aqui).
Disponha sempre!
1. Bechara, Moderna Gramática Portuguesa. Ed. Lucerna, p. 218.
2. Idem, Ibidem, p. 219.