DÚVIDAS

«Caso fizesses...»
A minha dúvida é a propósito da seguinte frase: «Caso fizesses a tarefa, terias nota.» Gostava de saber se o uso da conjunção caso, nesta frase, é compatível com o verbo no pretérito imperfeito (conjuntivo). Tenho insistentemente pesquisado a respeito deste assunto; porém o único uso que tenho encontrado como, normativamente, aceitável é: «a conjunção CASO deve ser usada com o verbo no presente do conjuntivo.» No entanto, tenho visto pessoas a usarem-na, sistematicamente, com o pretérito imperfeito(conjuntivo). Gostava de, por favor, saber se este é um uso particular e, normativamente, reconhecido no Português Europeu. Para terminar, já tentei ler sobre o assunto aqui no vosso repertório, porém não fiquei satisfeito, ou seja, não fiquei esclarecido. Desde já, agradeço a atenção. Votos de força nesta fase difícil por que o mundo está a passar (COVID-19).
O valor de intensificação do artigo indefinido em frases exclamativas
Já vi muitas frases construídas com a expressão «é de um/uma», mas tenho dúvidas se é correto o seu uso. Aqui mostro dois exemplos: I – «O uso de meios ilícitos para obtenção de vantagens é de uma imoralidade imensa.» II – «A falta de cuidados no tratamento às pessoas e aos animais doentes é de uma desumanidade sem tamanho.» O uso da referida expressão encontra respaldo nos livros de língua portuguesa? Grato.
«A porta abriu-se» vs. «a loja abriu»
Com sujeito constituído por substantivo inanimado, fala-se a voz passiva das seguintes formas: (1) a porta se abriu ou (2) a porta abriu; (3) a loja abriu cedo e (3) a loja se abriu cedo. Percebo que, quando nos referimos a objetos, o uso da partícula se é mais comum. Contudo, quando nos referimos a estabelecimentos, o uso da partícula se é menos comum. Há lógica? No que se refere a esse assunto, as duas formas são gramaticais? Elas têm diferença de significado? Prefere-se uma a outra na fala coloquial? Quais são as implicações do uso ou não uso do se em tais casos? Obrigado pela atenção.
O conector pois (II)
Enquanto pesquisava critérios de diferenciação entre orações coordenadas explicativas (OCE) e orações subordinadas adverbiais causais (OSAC), verifiquei, em uma de suas respostas no campo Consultório, que os senhores classificaram a oração «Ela estudava muito, pois desejava ser aprovada» como OCE. Parece-me irresistível não ver nela uma relação de causa (desejar de ser aprovada) e efeito (estudar muito). Por que ela é classificada como OCE? E como eu poderia reescrevê-la de modo a que ela se torne uma OSAC? Por exemplo, caso o verbo “desejar” estivesse no pretérito mais-que-perfeito do indicativo (indicando que a ação de “desejar” é anterior a de “estudar”), a oração seria SAC? Parabéns pelo excelente trabalho!
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa