DÚVIDAS

Legendagem em português do Brasil
Vou expor a seguinte situação: Numa análise a um videojogo, foi feita uma crítica depreciativa, que teve impacto negativo na nota final do mesmo, em relação à legendagem apresentada. Quem escreveu a análise é português e fê-lo para uma publicação portuguesa. Devido a o lançamento do jogo ter sido mundial, o jogo apresenta legendas em diversas línguas, incluindo o português do Brasil, visto que a produtora quis fazer essa localização devido ao grande mercado brasileiro. Ou seja, o jogo não tem legendas em português do Brasil a pensar em Portugal. Tem, porque o lançamento do jogo foi mundial, e é possível ao jogador seleccionar a língua das legendas que se quiser. Eu pergunto se é boa prática, numa análise para portugueses, ser referido como aspecto negativo as legendas em português do Brasil, que a produtora pensou em disponibilizar para o mercado brasileiro. Isto está a levantar muitas dúvidas na blogosfera relacionada com videojogos, devido à questão do português de Portugal e do português do Brasil. Até que ponto em Portugal, só porque temos acesso à legendagem em português do Brasil, se pode depreciar algo, neste caso um videojogo?
Anexim e línguas eslavas
A resposta que os consultores Edite Prada e Carlos Rocha deram à consulta sobre o vocábulo anexim parece-me incompleta, pois esqueceram-se de dizer que, no Brasil, anexim será sempre pronunciado "anechim" ou "anecsim", conforme o caso, sem jamais "comer" o e da referida palavra. É que nós, os brasileiros, não temos o hábito, muito arraigado em Portugal, de deixar de pronunciar fonemas de certas palavras. Aqui, por exemplo, menina é "menina" mesmo, ninguém diz "m´nina". A língua portuguesa não é um idioma eslavo. Agradecidíssimo.
A pronúncia da palavra oliveira
Em relação ao artigo de João Alferes Gonçalves, em que escreve que é asneira dizer "óliveira", entre outros termos, não ficou claro que só é asneira se se exigir que a pronúncia usada na publicidade televisiva seja a "padrão", a "erudita", a "de Lisboa". Por mim, que só tenho família transmontana (propriedade de oliveiras...) mas sempre vivi em Lisboa, apesar de toda a minha vivência, apesar de toda a minha instrução (incluindo superior), sempre ouvi dizer (em família e fora dela) e sempre disse "óliveira" e muito surpreendido fiquei por saber que o padrão/erudito/lisboeta será "ô/uliveira". Concordo que se use em TV o padrão, mas por favor não se diga que "óliveira" é asneira absoluta.
Estatuto e número de falantes do mirandês
Ouvi na televisão que o mirandês era a segunda língua oficial de Portugal. Pensei que tivesse sido reconhecida como língua, mais do que um mero dialecto; por ter interesse e validade para a região de Miranda do Douro, em 99. Afinal, foi só reconhecida como língua ou é considerada a segunda língua oficial de Portugal? Ou ambas? Na Internet, encontram-se informações vagas sobre o número de falantes: 6 mil a 7 mil, e falou-se até em 15 mil. Qual é número certo? Remete-se para quem fala ou para quem sabe falar e escrever? Obrigada.
Africadas, fricativas e galego-português
Tenho lido que o antigo galego-português fazia uma diferenciação na pronúncia das palavras paço, passo e entre cozer e coser, o que explicaria as diferentes grafias. No português actual restaria somente a diferenciação entre [s] e [z]. Em Trás-os-Montes tal sistema ainda subsistiria. Gostaria de saber, especificamente, como eram esses quatro fonemas, que se perderam na língua-padrão. Haveria a possibilidade de comparação desses sons com alguma outra língua, como se processou a evolução fonética? Muito obrigado.
Ainda a pronúncia do Porto e a de Lisboa
Uma vez que nós, portuenses, somos criticados por deficiente pronúncia, gostava do vosso comentário ao seguinte. Em Lisboa, segundo julgo saber, pronunciam da mesma forma rio (ex. «eu rio») e riu (ex. «ele riu»). Parece-me um erro grave, uma vez que iu é um ditongo, o mesmo não acontecendo a io. Com efeito, na minha opinião, rio é um dissílabo e dessa forma deve ser pronunciado. Quanto à palavra sexto, que em Lisboa é pronunciada "sesto", é outro erro, uma vez que a pronúncia correcta deve ser "seisto". Há uma outra dúvida, mas que não considero erro. É o facto de diversas palavras que em Lisboa são pronunciadas fechadas e no Porto abertas e vice-versa. Ex. O diminutivo de copo que pronunciamos no Porto com o "ó" aberto e que em Lisboa pronunciam como um "u" ("cupinho").
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