O pronome clítico o e o verbo estar
Essa questão surgiu após um impasse que tive com um colega, também revisor de texto, a respeito do uso do verbo estar com pronomes acusativos como o, lo, no. Gostaria, portanto, de esclarecer alguns pontos e, se possível, obter exemplos de uso literário dessas construções.
Em frases copulativas, como:
«O aluno está cansado.»
«A porta está aberta.»
«Tu estás feliz?»
seria possível substituir o predicativo por um pronome acusativo, formando expressões como "O aluno está-o”, “A porta está-o” ou “Tu está-lo?”? Essas formas aparecem em algum registro literário, regional ou arcaico do português?
No português europeu, na locução estar + a + infinitivo, há diferença entre «Ele está-o a fazer» e «Ele está a fazê-lo»? Existe preferência normativa ou diferença de estilo entre as duas formas? Quando o pronome sobe para o auxiliar (estar), as adaptações fonéticas continuam válidas?
Por exemplo: estás + o → está-lo; estão + o → estão-no.
Formas como «Tu está-lo a terminar» ou «Eles estão-no a construir» são aceitas?
No português do Brasil, com estar + gerúndio, qual das opções é mais adequada ou usual: «Ele o está fazendo», «Ele está fazendo-o» ou simplesmente «Ele está fazendo isso»?
Por fim, fora das locuções (estar a + infinitivo / estar + gerúndio), é possível empregar «Ele está-o» (sem verbo posterior) para retomar algo já mencionado, equivalente a «Ele está nisso»?
Agradeço desde já pela atenção e, se possível, gostaria de exemplos de uso literário (clássico ou moderno) dessas construções, caso existam.
Estatal e estadual
Gostaria de saber por que razão vários dicionários em linha (v.g. Priberam, Infopédia, Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa) e até o próprio Ciberdúvidas registam apenas um único significado para a palavra estadual (definindo-a como se referindo a algo relativo a Estado-membro de uma federação, e, por isso, diferente de estatal) quando a mesma palavra encontra uso em legislação portuguesa.
Uma pesquisa feita a partir do motor de busca no Diário da República em linha mostra que o seu uso mais antigo, pelo menos segundo o sítio, remonta a 1960, se bem que ela continua a ser usada, podendo ser mencionado, por exemplo, o conceito de «derrama estadual».
Qual a origem de estadual relativamente a estatal, e serão então as duas palavras sinónimas?
Agradeço desde já.
O aportuguesamento linque
Está correta a utilização da palavra "linque", em substituição do termo link?
Obrigada.
Coordenação de «antes de» e após
Na frase «Antes de e após isso ocorrer, você já deveria ter aprendido!», é obrigatório incluir o de logo após o antes?
Ou, pelo menos, recomendado?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Vírgulas e «mas sim»
Na frase «Não se pretende vender um produto, mas sim promover uma ideia», perguntava-vos se, neste contexto, é obrigatório isolar o advérbio sim entre vírgulas.
Julgo que as podemos dispensar. Mesmo na oralidade, posso optar por não o realçar ou enfatizar.
Obrigado
Eleição, eleições
Se a palavra eleição se referir a apenas dois candidatos, preciso colocar no plural eleições?
Quando se usa o singular e plural desta palavra?
Obrigado
Ainda a colocação do pronome com para + infinitivo
Antes de deixar a minha dúvida, gostaria de expressar a minha admiração e a minha gratidão pelo vosso trabalho. Muito obrigada!
Outro dia, conversava com umas companheiras e surgiu-nos uma dúvida com a seguinte frase: «Mal posso esperar para receber-te.» Ficámos a pensar se não seria mais correto dizer: «Mal posso esperar para te receber.»
Chegámos a discutir o seguinte: que é correto colocar o pronome antes do verbo, porque o verbo está no infinitivo e é antecedido da preposição para. Uma colega disse que as preposições atraem o pronome para antes, exceto a preposição a. Outra colega afirmou que se pode usar o pronome antes ou depois, mas que é mais natural e coloquial que o pronome venha antes do verbo. Eu, pessoalmente, penso que, pelo facto de o verbo estar no infinitivo, também é correto usar o pronome depois do verbo.
Resumindo, não chegámos a nenhuma conclusão e, por isso, deixo aqui a minha dúvida.
Mais uma vez, muito obrigada!
A retoma de orações pelo pronome o
O «o fez» está correto na seguinte frase?
«A vitória não foi pelo combate, como o fez Napoleão.»
Por favor, explique.
Grata.
Oração subordinada adverbial consecutiva reduzida: «Comemos a enjoar»
Consultando o dicionário de sinônimos da língua portuguesa, de Rocha Pombo, eis que me deparo com o seguinte abono no verbete da preposição a: «Comemos a enjoar.»
Sei que essa preposição, ao introduzir orações infinitivas, relaciona noções circunstanciais de condição ou tempo concomitante e, a meu ver, este contexto não permite perceber nenhuma dessas circunstâncias.
Para mim, essa oração seria parafraseável por: «Comemos tanto que enjoamos ou comemos a ponto de enjoar.»
Assim, por favor e se possível, peço um parecer sobre a correta interpretação para esse uso deste vocábulo em apreço.
Preposições com que e se
Tenho uma dúvida sobre o uso da preposição em frases como:
«Em uma conversa, esteja atento a se o seu interlocutor lhe entende.»
«O professor estava atento a que ninguém colasse na prova.»
«Ela mostrou-se grata a que a ajudassem naquele momento difícil.»
Esse uso da preposição antes de que ou se é realmente natural no português, ou soa artificial?
Pergunto porque, ao ensinar esse ponto aos alunos, a construção lhes pareceu estranha ao ouvido.
Gostaria também de saber se há outros exemplos com outras preposições (como para, em, com) usadas antes de orações introduzidas por que ou se, para compreender melhor a extensão desse uso.
Poderiam esclarecer a correção dessas construções e indicar bibliografia onde essa questão esteja tratada, de preferência com páginas específicas?
Muito obrigado.
