Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Isabel Ferreira Professora Coimbra , Portugal 192

Deve dizer-se «consolidação de conhecimentos» ou «solidificação de conhecimentos»?

Ramiro Veronese Engenheiro mecânico Porto Alegre, Brasil 189

Consideremos os seguintes exemplos:

«Bebi dois fardos de refrigerante.»

«Cortei três quilos de lenha.»

«Comprei dois litros de água.»

Nestes três casos, fardos, quilos e litros parecem todos serem substantivos que não possuem existência independente (litros de quê?), portanto, seriam substantivos abstratos. Diria mesmo que não possuem sentido independente. Parece-me intuitivo, portanto, que «de leite», «de lenha» e «de água» sejam complementos nominais, respectivamente, dos três substantivos citados, pois além de completarem os sentidos dos mesmos, possuem eles mesmos sentido passivo .

Entretanto tradicionalmente são considerados substantivos abstratos aqueles que representam qualidade, estado, ação, conceito ou sentimento; não é mencionada quantidade ou ordem de grandeza nessa definição.

Minha dúvida é se se substantivos desse tipo são de fato abstratos, ou se são concretos. Nesse último caso, «de leite», «de lenha e «de água» seriam adjuntos adnominais, o que me soa "insuficiente", pois aí seriam termos acessórios; os substantivos citados parecem requerer obrigatoriamente um complemento.

Muito obrigado desde já!

António Costa Gonçalves Reformado Coimbra, Portugal 296

Embora seja comum usar o vocábulo aquando como fazendo parte de uma alegada locução adverbial (Caldas Aulete), a verdade é que, classificando-a apenas como conjunção, o primeiro dicionário que encontrei e que o menciona é o de Cândido de Figueiredo, atribuindo-lhe os significados de ao mesmo tempo que, quando.

No meu tempo de jovem, se bem me lembro, os populares usavam o termo aquando seguido do artigo (o/os, a/as). Gostaria de saber se consideram um erro o uso do artigo (aquando a) em vez da preposição (da), ou não passará de uma escolha um pouco ao sabor da moda. Se for possível, rogo também o favor de indicar uma qualquer página de um qualquer livro em que Camilo, Aquilino ou algum outro autor clássico, dos que honram a nossa língua, apliquem essa expressão.

Obrigado pela atenção e pelo precioso serviço a que nos habituaram.

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 173

Priberam diz-nos que bacanal só pode ser do género feminino.

Infopédia diz-nos que é de dois géneros mas que, no sentido de «festa licenciosa», só pode ser masculino.

Para baralhar ainda mais, o Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa diz que o termo é de dois géneros mas que, no sentido de «festa religiosa», só pode ser feminino.

Em que ficamos? E porquê?

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 340

Gostaria de saber se, referente aos bens pessoais, a palavra pertences está correta. Já ouvi pertences e pertenças. Qual deles está certo? no exemplo:

(1) «Relaxadamente, os estagiários recolheram os seus pertences e saíram da unidade de ginecologia.»

(2) «Relaxadamente, os estagiários recolheram as suas pertenças e saíram da unidade de ginecologia.»

Essa palavra pode ser alusiva a todos os bens em concreto, como roupas, bagagens, etc.?

Obrigada!

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 315

Devemos escrever «tocar de leve» ou «tocar ao de leve»?

Alguns dicionários dão a entender que são expressões sinónimas. Curiosamente, julgo que ninguém diz «tocar de leve», mas por outro lado não percebo o sentido deste «ao».

Muito obrigado.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo), Brasil 256

Quero saber se a palavra brasiliano(a) já fez ou ainda faz parte do idioma português padrão, se é um arcaísmo ou se é um decalque do inglês Brazilian.

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo), Brasil 264

Quero saber se «minha autobiografia» é pleonasmo vicioso, redundância viciosa.

Muita gente diz que o prefixo auto- já é bastante sugestivo, mas, se a pessoa falar em autobiografia, pode ser a de outra pessoa; e, se falar «minha biografia», pode não ser a autobiografia, pois sim a biografia sobre si escrita por outra pessoa!

Ou será que me equivoquei a respeito?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Paula Costa Professora Lisboa, Portugal 325

Pode-se dizer antiguíssimo, ou só antiquíssimo é correto?

E o superlativo de bom, pode ser boníssimo?

Geobson Freitas Silveira Agente público Bela Cruz, Brasil 233

Há como me informar se há registros em algum dicionário, gramática ou mesmo Corpus do português, das locuções «não excluso que» e «incluso que» enquanto conjunções explicativas?

Vi essa informação em um livro não tão antigo (A palavra que, 1961) de Arlindo de Sousa, sem, aliás, abonar nenhum exemplo.

Obrigado