Capacitismo, deterrência e especialismo
O site Origem da Palavra determina que os termos capacitismo, deterrência e especialismo não pertencem ao vocabulário ortográfico do idioma português, e eu quero saber se vocês (do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa) conseguem classificar essas três palavras como neologismos, estrangeirismos ou outra categoria do gênero.
Por favor, muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Adjuntos adnominais e vírgulas
Na frase «A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada», deveria haver vírgulas isolando o sintagma «relativa à ação de divórcio»?
Como se classifica «relativa à ação de divórcio» sintaticamente?
Sei que «à ação de divórcio» é um complemento nominal do adjetivo relativa, mas e o sintagma inteiro? Trata-se de um adjunto adnominal?
Pergunto isso porque me parece que há uma mudança de sentido causada pela presença das vírgulas, da seguinte maneira:
«A sentença proferida pelo juiz, relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz, [que é] relativa à ação de divórcio, foi anulada.» = Fala-se de apenas uma sentença específica, e o sintagma «relativa à ação de divórcio» explica essa sentença.
«A sentença proferida pelo juiz relativa à ação de divórcio foi anulada.» = «A sentença proferida pelo juiz [que é] relativa à ação de divórcio foi anulada.» = Há diferentes sentenças, e a que foi anulada é a relativa à ação de divórcio. O sintagma tem sentido restritivo.
Não se se isso procede, mas, caso sim, como «relativa à ação de divórcio» poderia estar entre vírgulas se se trata de um adjunto?
Agradeço desde já.
Mostrar e demonstrar
Questiono-me quanto à diferença efetiva entre mostrar e demonstrar?
Por exemplo, o verbo demonstrar na frase «O Cavaleiro demonstra-se resiliente», o verbo demonstrar não me parece aceitável, por não poder ser reflexivo. Logo, a forma correta seria «O Cavaleiro mostra-se resiliente».
No entanto, na frase «O Cavaleiro demonstra resiliência», o verbo já me parece aceitável. Por outro lado, os dicionários apresentam definições que apontam para ambos serem sinónimos um do outro. Assim sendo, como posso explicar de forma coerente e clara a diferença entre os dois verbos?
Muito grata
Controlar com objeto direto preposicionado
Mesmo sendo transitivo direto, deparamo-nos com ocorrências algo controversas onde a norma culta -- termo talvez ainda mais controverso -- parece estar de troça relativamente à transitividade do verbo controlar.
Nos exemplos abaixo, o que oficialmente poderia justificar (se justificáveis) as construções? [E, sim, há mais nos exemplos a ser abordado. Estejam livres para, por favor, instruir este consulente.]
A mim ninguém controla.
A mim, ninguém controla.
A mim ninguém me controla.
A mim, ninguém me controla.
Forte abraço à equipe Ciberdúvidas.
Objeto direto preposicionado: «ouvir a todos»
Apesar de direta que é sua transitividade, ouvir ocorre amiúde em locuções como «ouvir a todos».
Gostava de saber se existe norma a legitimar tal uso.
Obrigado.
Realidade e verdade
Em todas as consultas que fiz, realidade e verdade são sinónimos. Posso construir a frase: «a verdadeira realidade não é percetível pelos sentidos do ser humano», ou estou a incorrer numa redundância?
O Ciberdúvidas continua um trabalho de excelência.
Obrigado.
O género da sigla BADESC
Em 1976 nascia o Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina S/A – BADESC. Nascia, portanto, «o BADESC» (masculino). Porém, logo na sua juventude, a sua razão social foi alterada para: Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S/A – BADESC.
A pergunta é: hoje, quando me refiro ao termo BADESC isoladamente, devo continuar com o masculino, ou troco para o feminino?
«O BADESC» ou «a BADESC»?
Sabido que quando me refiro à nova razão social deve ser «a Agência de Fomento...»
Muito obrigado. Saúde e Paz !
Cargos, parentesco e apostos
No uso da vírgula para cargos e qualificações de pessoas, usa-se a vírgula quando o cargo for ocupado por apenas uma pessoa.
Ex.: «O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou nova lei do programa Pé-de-Meia.»
Não se usa a vírgula quando o cargo for ocupado por mais de uma pessoa.
Ex.: «Na avaliação do professor da Universidade de Brasília José Roberto Fialho, os estudantes de licenciaturas já podem comemorar a abertura do programa Pé-de-Meia.»
No exemplo abaixo, podemos utilizar essa mesma regra?
«Agradeço ao meu esposo, Valdir, pela compreensão e paciência.»
A sintaxe de comparticipar
Gostaria que me esclarecessem, por favor, se a forma correta deverá ser «Os estudantes devem comparticipar os custos de formação» ou «Os estudantes devem comparticipar nos custos de formação»?
Muito obrigada.
Laço e gravata-borboleta
Sempre tive esta curiosidade, mas nunca a consegui desvendar. Como se chamam os laços que complementam alguns fatos de gala masculinos?
Tal como o casaco, não encontrei um nome apropriado em Portugal, embora no Brasil se designem por: paletó e gravata-borboleta respetivamente.
Se reparamos, muitos países possuem uma designação própria no que se refere ao laço. Seja o nœud papillon francês, a pajarita espanhola, ou o bow tie no meu idioma, como se pode ver, esse termo existe.
Assim sendo, gostaria de saber se existe ou não em Portugal. Se não existir, até que ponto se pode usar uma designação brasileira num texto meramente lusitano? Entre aspas?
Obrigada!
