De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, a palavra esquálido tem as seguintes aceções: «que é ou está muito sujo; que está desalinhado, descuidado ou em desordem; que é considerado extremamente incorreto, baixo do ponto de vista moral; que está descorado e fraco; que está lívido, macilento; que é ou está sombrio, escuro». Estas definições indicam que esquálido tem, tradicionalmente, conotações negativas, associadas a sujidade, miséria e desleixo. Portanto, o uso da palavra para descrever um texto de forma positiva, como enxuto, sintético, conciso, é pouco convencional e não está alinhado com os significados estabelecidos.
No entanto, o uso inusitado ou criativo de palavras, mesmo em sentidos divergentes do normativo, ocorre com alguma frequência na linguagem, especialmente em contextos literários ou artísticos. A escolha de esquálido, neste contexto, pode ter sido feita de modo irónico, metafórico, ou mesmo com intenção estilística, atribuindo ao termo um novo sentido.
Portanto, ao avaliar-se esta escolha é importante considerar o contexto. Contudo, em contextos formais, tal uso é desaconselhado.