Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: História da língua
Farajollah Miremadi Engenheiro Lisboa, Portugal 439

Na frase seguinte o que significa a combinação «tenho a»: «Tenho a dizer-vos que a origem do termo azulejo é árabe.»

É o mesmo que «tenho de» ou «tenho que» com sentido de dever? É normal utilizar infinitivo ter com a proposição a?

Muito obrigado

Joaquim Dias Quadro técnico Porto, Portugal 524

Miraldo é um topónimo do baixo latim Miraldus? Ou do germânico mir + aldo («admiração» + «nobreza, sabedoria»)?

Obrigado.

José Saraiva Leão Estudante Ciudad del Este, Paraguai 758

Qual a origem da expressão «meter-se numa alhada»?

Muito obrigado!

Tania Brito Professor Faro, Portugal 995

Gostaria de saber qual a métrica dos versos seguintes desta cantiga, uma vez que há dúvidas.

«Non chegou, madr’, o meu amigo
e oj’ést’o prazo saido»

Maria da Conceição Dias Neves Professora Castelo Branco, Portugal 3K

Na passagem do latim anima («alma») para “anma” e, depois, para alma, além da síncope, que outro processo ocorreu (de “anma” para alma)?

Muito obrigada.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo) , Brasil 2K

O site Origem da Palavra diz que alvo de branco e alvo de objetivo têm a mesma origem (etimologia). Segundo eles mesmos [...], os dois "alvos" vêm do latim albus', pois a cor de se acertar o alvo exato do arco e flecha é branca no caso!

Porém, tem um amigo meu, que me disse ter sérias dúvidas sobre esse assunto. Ele mesmo me mostrou e me explicou que os primeiros arcos e flechas tinham o alvo de outras cores, não da cor branca, e que, atualmente, é bem comum que não seja branca mesma a cor no caso!

Pois muito bem, vocês mesmos me explicam as origens (etimologias) dos dois "alvos" (de branco e de objetivo, respectivamente...)?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Luís Guilherme Marforio Estudante São Paulo, Brasil 2K

Por que se dá preferência ao ç em palavras de origem indígena?

Ex.: Piraçununga, juçara e açaí.

Rodrigo Vasconcelos Advogado Belo Horizonte, Brasil 6K

A resposta que D'Silvas Filho deu a uma consulta de 21.12.2007 sobre as variantes úmido e húmido sugere que a variante brasileira (úmido) inovaria relativamente à portuguesa (húmido), embora não escandalizasse (muito), mesmo nos «hábitos europeus» dos portugueses, já que dispensaria um h que não se pronunciava.

É isto verdadeiro apenas em parte, já que, embora o período pseudoetimológico da ortografia nos legasse húmido, era originariamente umidus o étimo latino. Assim, o que era falso cultismo (húmido) se tornou, com o tempo, a forma popular, a qual os formuladores da ortografia oficial brasileira acabariam por preterir em favor do cultismo, este sim, etimologicamente correto, úmido.

Não quero com isto sugerir que o étimo latino correto deva ser o parâmetro por excelência para a definição da aceitabilidade de determinada grafia, até porque, para mim, o parâmetro por excelência é o uso culto efetivo, real, nos nossos dias, pelo que úmido é errado em Portugal, e certo no Brasil, e húmido é errado no Brasil e certo em Portugal.

A minha única intenção foi esclarecer que, diferentemente do que sugeriu D'Silvas Filho, não houve liberalidade brasileira, mas, pelo contrário, rigorismo.

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 700

Os plurais abdómenes, pólenes, gérmenes vieram-nos do espanhol?

Muito obrigado!

Vasco Trigo Jornalista Lisboa, Portugal 14K

Em 2009 este assunto foi aqui tratado e a opinião foi que a expressão «ouvidos de marcador» não fazia sentido. Mas hoje encontrei a referência seguinte, que poderá fazer sentido:

«Não é “ouvidos de mercador” e sim “ouvidos de marcador”. Na origem do provérbio está a marcação de escravos com ferro quente, com o nome do seu dono, para que fossem facilmente identificados. “O marcador” nunca "ouvia" as súplicas e gritos daquelas pessoas» (@vilminha_reis, Twitter, 07/05/2022).

Qual é a vossa opinião?

Obrigado.