Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: História da língua
Joaquim Dias Quadro técnico Porto, Portugal 367

Miraldo é um topónimo do baixo latim Miraldus? Ou do germânico mir + aldo («admiração» + «nobreza, sabedoria»)?

Obrigado.

José Saraiva Leão Estudante Ciudad del Este, Paraguai 526

Qual a origem da expressão «meter-se numa alhada»?

Muito obrigado!

Tania Brito Professor Faro, Portugal 799

Gostaria de saber qual a métrica dos versos seguintes desta cantiga, uma vez que há dúvidas.

«Non chegou, madr’, o meu amigo
e oj’ést’o prazo saido»

Maria da Conceição Dias Neves Professora Castelo Branco, Portugal 3K

Na passagem do latim anima («alma») para “anma” e, depois, para alma, além da síncope, que outro processo ocorreu (de “anma” para alma)?

Muito obrigada.

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo) , Brasil 2K

O site Origem da Palavra diz que alvo de branco e alvo de objetivo têm a mesma origem (etimologia). Segundo eles mesmos [...], os dois "alvos" vêm do latim albus', pois a cor de se acertar o alvo exato do arco e flecha é branca no caso!

Porém, tem um amigo meu, que me disse ter sérias dúvidas sobre esse assunto. Ele mesmo me mostrou e me explicou que os primeiros arcos e flechas tinham o alvo de outras cores, não da cor branca, e que, atualmente, é bem comum que não seja branca mesma a cor no caso!

Pois muito bem, vocês mesmos me explicam as origens (etimologias) dos dois "alvos" (de branco e de objetivo, respectivamente...)?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Luís Guilherme Marforio Estudante São Paulo, Brasil 1K

Por que se dá preferência ao ç em palavras de origem indígena?

Ex.: Piraçununga, juçara e açaí.

Rodrigo Vasconcelos Advogado Belo Horizonte, Brasil 5K

A resposta que D'Silvas Filho deu a uma consulta de 21.12.2007 sobre as variantes úmido e húmido sugere que a variante brasileira (úmido) inovaria relativamente à portuguesa (húmido), embora não escandalizasse (muito), mesmo nos «hábitos europeus» dos portugueses, já que dispensaria um h que não se pronunciava.

É isto verdadeiro apenas em parte, já que, embora o período pseudoetimológico da ortografia nos legasse húmido, era originariamente umidus o étimo latino. Assim, o que era falso cultismo (húmido) se tornou, com o tempo, a forma popular, a qual os formuladores da ortografia oficial brasileira acabariam por preterir em favor do cultismo, este sim, etimologicamente correto, úmido.

Não quero com isto sugerir que o étimo latino correto deva ser o parâmetro por excelência para a definição da aceitabilidade de determinada grafia, até porque, para mim, o parâmetro por excelência é o uso culto efetivo, real, nos nossos dias, pelo que úmido é errado em Portugal, e certo no Brasil, e húmido é errado no Brasil e certo em Portugal.

A minha única intenção foi esclarecer que, diferentemente do que sugeriu D'Silvas Filho, não houve liberalidade brasileira, mas, pelo contrário, rigorismo.

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 608

Os plurais abdómenes, pólenes, gérmenes vieram-nos do espanhol?

Muito obrigado!

Vasco Trigo Jornalista Lisboa, Portugal 12K

Em 2009 este assunto foi aqui tratado e a opinião foi que a expressão «ouvidos de marcador» não fazia sentido. Mas hoje encontrei a referência seguinte, que poderá fazer sentido:

«Não é “ouvidos de mercador” e sim “ouvidos de marcador”. Na origem do provérbio está a marcação de escravos com ferro quente, com o nome do seu dono, para que fossem facilmente identificados. “O marcador” nunca "ouvia" as súplicas e gritos daquelas pessoas» (@vilminha_reis, Twitter, 07/05/2022).

Qual é a vossa opinião?

Obrigado.

André Lopes Padeiro Riachos, Portugal 1K

Deparo-me com a antiga expressão «em rama» utilizada no sector de transformação de produtos como «farinhas em rama (moagem de, por exemplo)», «algodão em rama», «açúcar...», entre outros. Significa algo em bruto, não processado, como por exemplo, a primeira farinha extraída logo após a primeira passagem na mó.

Muito comum nas antigas moagens, o termo caiu em desuso nas moagens modernas.

Seja como for, não encontro em lado nenhum uma explicação para a origem linguística da expressão «em rama». Apenas a ligação com a outra expressão, «pela rama», ou seja, superficialmente, mas desconfio que esta é que tenha derivado da outra.

Obrigado pela atenção.