DÚVIDAS

A locução adverbial «em alerta»
A palavra alerta sempre foi usada sem o "apoio" do em. Inclusivamente, nos anos que estive na tropa, nunca ouvi ninguém perguntar a um soldado de sentinela se estava «em alerta»! Mas, unicamente, «alerta»: «estás alerta?» ou seja, «estás vigilante, de vigia, de sobreaviso, atento»? Pelo que ouço e leio hoje, tudo ou quase tudo é antecedido por em. Nessa lógica, será correcto escrever-se: «Estou em atento, estou em vigilante, em de vigia»? Será mais uma influência e adopção da maneira de escrever e de falar da língua espanhola e francesa, onde o em é abundantemente utilizado? Por outro lado, também está em grande moda, substituir o morreu por «perdeu a vida»! Dizem: «foi encontrado sem vida», e não «foi encontrado morto», «foi encontrado com vida», e não «vivo»! Logo, se isto está bem, porque não dizer «foi encontrado com morte»? Na expectativa do favor dos vossos esclarecimentos, com as minhas saudações, subscrevo-me antecipadamente grato.
A formação da palavra infelizmente
Gostaria que me esclarecessem uma dúvida que surgiu na classificação da palavra infelizmente quanto à sua formação. O DT não refere a «derivação por prefixação e sufixação» e há quem defenda que ela deixou de ser considerada. Deste modo, a parassíntese substitui aquilo que designávamos como derivação por prefixação e sufixação. Mas a definição de parassíntese do DT é clara, e não me parece que a palavra infelizmente possa ser considerada derivação parassintética. Devemos continuar a considerar esta palavra como derivada por prefixação e sufixação? Devemos distinguir claramente estes dois processos: «derivação por prefixação e sufixação» e parassíntese? Obrigada!
As expressões «é de longe» e «nem de longe, nem de perto»
Gostava de saber qual o significado da expressão «é de longe»: a) «Esta solução é, de longe, a melhor de todas.» b) «Este fenómeno é, de longe, o maior causador de poluição sonora.» E a expressão «nem de longe, nem de perto»? Gostava igualmente de saber o valor do verbo ser na seguinte frase: a) «Não quero o meu chapéu, quero é a Virgínia!» Porquê «quero é»? Muito obrigado!
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