No verbete relativo a aquirasense, o Dicionário Houaiss apresenta a forma Aquirás. Também Rebelo Gonçalves, no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), regista Aquirás. A forma recolhida por José Pedro Machado, no seu Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, é também Aquirás, a que atribui origem obscura.
O Aulete Digital refere, no verbete de aquirasense, que esta esta é «melhor forma que aquirazense», o que significa a base de derivação deste gentílico, Aquiraz, é pior que Aquirás. No entanto, a definição do gentílico no mesmo dicionário corresponde à entrada de aquirazense, cujo artigo acolhe a forma Aquiraz, reflectindo certamente o uso preferencial da forma com -z final.
A dificuldade em identificar a ortografia mais adequada resulta exactamente de não se saber ao certo a origem da palavra. Note-se que o critério etimológico é que permite saber quando escrever -az: rapaz e eficaz são sufixadas com -az final porque evoluíram, respectivamente, de rapace e eficace, palavras latinas no caso acusativo que apresentam a sequência -ace (cf. -az no Dicionário Houaiss). Já a terminação -ás, como em ananás ou aguarrás, tem origem mais difusa, não correspondendo a um sufixo ou sequências latinas com evolução regular para o português.
Deste modo, importa salientar que o uso está a impor a forma Aquiraz. Na perspectiva etimológica, não são inequívocas as razões para aceitar Aquirás como grafia mais adequada. Com efeito, no Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi (São Paulo, Traço Editora, 1985), de Luiz Caldas Tibiriça, apesar de a entrada assumir a forma Aquiraz, diz-se que o topónimo vem «de Akyrá, nome de uma tribo indígena que habitou a região; o termo tui akyrá significa "gordo"». Se assim fosse, então talvez Aquirás fosse mais correcto, porque se trataria do plural de um hipotético etnónimo aquirá.
Contudo, a etimologia proposta por Caldas Tibirica não é confirmada por Silveira Bueno, no Vocabulário Tupi-Guarani-Português, onde se consigna a forma Aquirá, como designação de município do Ceará e «nome de uma tribo dos catapiolhos. De a-qui-rá. Pode ser ainda: equiraá: caroço grande de frutos». Mesmo no contexto desta proposta, a forma "aquirás" teria sentido como plural de um substantivo comum, que entretanto se perdeu no uso.
Em suma, a tradição normativa aponta Aquirás como grafia corre{#c|}ta, apesar de pouco se saber ao certo sobre a etimologia deste topónimo — e esse facto pode bem ser justificativo da sua vulnerabilidade ante Aquiraz, cuja terminação -az é muito mais frequente na grafia.