Deve dizer-se "trato de escravos" ou "tráfico de escravos"?
Ou será que as duas expressões são sinónimas?
Há erro gramatical, sendo obrigatório o acompanhamento da preposição em todos os objetos indiretos; ou apenas falta de paralelismo, na frase «Gosto de dançar, cantar e pintar»?
Nessa e em outras estruturas, pode-se omitir a preposição depois de inseri-la no primeiro objeto, quando estes se referirem ao mesmo verbo e à sua mesma regência?
Nessas locuções a seguir, apesar de não haver objeto, também há obrigatoriedade de replicar a preposição?
«Eles passaram a imitar e caçoar.»
«Eles passaram a imitar, caçoar.»
Grato desde já.
Sou criticado amiúde por familiares por pronunciar -om em vez de -ão, nomeadamente, na palavra coração.
Já me disseram que se deve dizer algo que somente posso transcrever como "coraçáum", distintamente de nação ou paixão.
Esta posição, embora me pareça absurda, tem algum fundamento?
Além disso, existirá realmente uma diferença regional entre as pronúncia dos vocábulos terminados em -ão? Há algo que julguem ser pertinente sobre a questão que deve ser dito?
Auxiliem-me. Agradeço a dedicação inexaurível de quem se vem ocupando com a manutenção desta página.
Bem hajam!
Qual a forma mais correta em português europeu: «sou grato» ou «estou grato»?
Obrigado!
Há séculos, era crime o homossexualismo em Portugal, de modo que os homossexuais masculinos portugueses eram condenados ao degredo perpétuo no Brasil, então uma colônia portuguesa.
Nos documentos relativos a esses homens, era dito que foram condenados «por solicitar».
Tenho curiosidade de saber o que significaria o verbo solicitar nessa acepção, se seria solicitar sexo de outros homens, ou se seria um eufemismo.
Parece que os dicionários da língua portuguesa atuais, mesmo os melhores e maiores, não consignam essa acepção, digamos sexual, do verbo solicitar, razão pela qual recorro ao Ciberdúvidas pedindo-lhe um esclarecimento sobre este tema, citando, se for possível, o verbo solicitar nessa acepção com a sua respectiva definição em algum dicionário.
Muito obrigado.
O que significa predisposição?
Minha dúvida é sobre a análise desta frase:
«Aprendi meu ofício trabalhando.»
– «Aprendi meu ofício» = minha oração principal.
– «trabalhando» – confesso que fiquei em dúvida na hora de classificá-la.
No meu entendimento há duas possíveis de classificações:
– «trabalhando» = oração subordinada adverbial proporcional / modal reduzida de gerúndio.
Mas, busco uma opinião profissional de vocês.
Como posso classificá-la? Como proporcional ou como modal?
Obrigado!
Na resposta de 12.05.2017 à minha pergunta sobre o tema, o consultor Carlos Rocha falou do valor concessivo da perífrase verbal vir a + infinitivo, talvez porque fosse possível atribuir-lho ao exemplo específico que dei.
Interessava-me, no entanto, o aspecto durativo que somente tem a perífrase no pretérito perfeito composto, mas não no simples, como no exemplo seguinte:
«O Governo detalha esta quinta-feira as medidas para ajudar a aliviar o aumento das mensalidades do crédito à habitação, que têm vindo a escalar devido à subida das taxas de juro do BCE.» (Expresso, 18.09.2023)
É à perífrase no pretérito perfeito composto, com aspecto durativo e sem valor concessivo, que me referia quando disse ser inexistente no português brasileiro. Inexistente também no PB é a construção ter estado a + infinitivo*, quase sempre empregada no PE com a mesma acepção de ter vindo a + infinitivo, do que é prova a possibilidade da seguinte reformulação da citação anterior, sem mudança aparente do sentido:
«O Governo detalha esta quinta-feira as medidas para ajudar a aliviar o aumento das mensalidades do crédito à habitação, que têm estado a escalar devido à subida das taxas de juro do BCE.»
No PB, parece-me que sempre se empregaria ter + particípio. Quando muito, caso se sentisse a necessidade de dar à ação um aspecto ao mesmo tempo durativo e progressivo, usar-se-ia vir + gerúndio. Assim, diríamos:
«As mensalidades têm escalado.»
«As mensalidades vêm escalando.»
Uma busca ao Corpus do Português, do Mark Davies, encontrou resultados que, à primeira vista, confirmam a minha hipótese de se estar diante de inovação do PE, e não anterior ao século XX, já que não há ocorrências do mesmo tipo de construção com idêntico aspecto durativo antes do século passado, com a possível exceção da seguinte, extraída de Os Gatos:
«[...] que é isto, senão assentar cúpula infame num edificio d'estimulos condenáveis, que as pobres têm vindo a sentir levantar-se dentro delas (mercê das causas que atrás pus) e que às propensas dará a noção de que a formosura é uma coisa que publicamente toma o passo à virtude (...)» (Os Gatos, de Fialho de Almeida)
Diante do exposto, pergunto: que sentidos específicos têm ter estado a + infinitivo e ter vindo a + infinitivo (sem o valor concessivo de vir a + infinitivo) que faltariam a ter + particípio e a vir + gerúndio, considerando que as duas últimas construções também não são estranhas ao PE e são compartilhadas com o espanhol, nas mesmas acepções?
Grato pela atenção.
* Existe a construção que seria de esperar, no PB, como equivalente à do PE, i. e., ter estado + gerúndio, mas é, no caso do PB, evidente decalque do inglês, encontrável apenas no PB escrito, em textos de estilo comparável ao daqueles em que se encontram construções como ir (presente ou futuro do indicativo) + estar (infinitivo) + gerúndio.
Qual a origem da expressão «meter-se numa alhada»?
Muito obrigado!
Pesquisei antes, mas não existe qualquer entrada para aerar.
A Infopédia e o Priberam contém a entrada 'aerar', mas o último não disponibiliza a conjugação.
As questões são: este verbo é mesmo necessário na língua portuguesa? Tem alguma diferença semântica de arejar que justifique a sua utilização preferencial em algum contexto específico?
Obrigado pela atenção que o assunto vos mereça.
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