A oração «de que o mito pode explicar a realidade» é uma oração subordinada substantiva completiva de nome. Esta desempenha a função sintática de complemento do nome ideia.
As orações subordinadas completivas podem ser argumentos de várias classes de palavras (sublinha-se a palavra que pede a completiva e destaca-se a negrito a oração subordinada completiva):
(i) de um verbo:
(1) «Ele referiu que o mito explica a realidade.»
(ii) de um nome/substantivo:
(2) «Encontro a prova de que o mito explica a realidade.»
(iii) de um adjetivo:
(3) «É muito possível que o mito explique a realidade.»
O caso apresentado pela consulente corresponde ao caso (ii), sendo a subordinada completiva uma oração finita. Nalguns casos é possível realizar estas orações como subordinada completiva não finitas, como em (4):
(4) «É importante a ideia de o mito explicar a realidade.»
Refira-se ainda que a oração apresentada pela consulente não é uma relativa porque a palavra que não substitui o nome ideia na oração que introduz, o que indica que não se trata de um pronome relativo, mas de uma conjunção. Veja-se a agramaticalidade que resulta da tentativa de inserir o nome ideia na oração subordinada:
(5) *«O mito pode explicar a realidade ideia»
Disponha sempre!
* assinala a agramaticalidade.