Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Pedro Osório Graça Estudante Lisboa, Portugal 11K

Qual destas frases utiliza a forma correcta?

A) «Para lá talvez caminhemos, sonâmbulos, a passos de caranguejo.»

B) «Para lá talvez caminhemos, sonâmbulos, em passos de caranguejo.»

Existe alguma diferença entre as duas formas? Se existe, qual o significado de cada uma delas?

NOTA: O «para lá» refere-se ao Portugal pré-1974, a propósito de umas fotografias que o fotógrafo Alfredo Cunha acaba de partilhar no Facebook.

Horácio Santos Oficial do Exército reformado Lisboa, Portugal 10K

Qual o significado da expressão «sem espinhas»? Depois de um jogo de futebol em que o resultado foi de 3-1, o adepto da equipa ganhadora disse: «Sem espinhas!»

Maria Miranda Bibliotecária Coimbra, Portugal 8K

Vulgarizou-se «quais é que são» por «quais são». É permitido?

Fátima Inácio Gomes Professora Braga, Portugal 7K

Como classificar «de água», na seguinte frase?

«Agora uma estreita tira de água e monte que se avistava entre dois prédios (...)»

É que não se enquadra, a nosso ver, nos casos do complemento do nome, mas parece-nos necessário para a inteligibilidade da frase. Ex.: «Passa-me a tira» (será sempre necessário dizer de quê...).

Obrigada.

João Pais Professor universitário Lisboa, Portugal 6K

Qual a designação original utilizada na bula papal de reconhecimento de Afonso Henriques como rei de Portugal? A versão que vi na Internet não é minimamente legível.

Portucale? Portugalliae?

Pretendemos designar uma espécie de planta, e deve ser utilizado um adjectivo a partir do termo original. Há portucalensis, portugallicus.

Obrigado.

Marcos Helena Estudante Lisboa, Portugal 4K

Atentemos neste excerto do tratado monumental de Vitrúvio que colige saberes arquitectónicos – « […] si autem natura loci impedierit […].» Traduzi-lo-ia por «mas se a natureza do lugar [o] tiver impedido», substituindo o futuro perfeito do indicativo latino através do futuro perfeito do conjuntivo português. Ora, ao fazê-lo, garanto, por um lado, que a nuance semântica apologética da tentativa se mantém e, por outro, que se respeita o sistema hipotético do português. Devido a este mesmo último entrave, o francês, cioso da dita nuance semântica, poderia traduzi-lo por «mais si la nature du lieu [l’]a empêché», visto que não se pode fazer seguir um futuro a um «si» hipotético. Agora, a tradução bastante recorrente por presente é absolutamente despropositada em português e em francês (a saber: «mas se a natureza do lugar [o] impede»/«mais si la nature du lieu [l’]empêche»).

Pedia um comentário aos meus escritos, com especial enfoque sobre a importância de se salvaguardar a dita nuance semântica.

Isabel Trindade Professora Figueira da Foz, Portugal 89K

Existe 4.ª conjugação verbal?

Ângelo Abreu Desempregado Lisboa, Portugal 8K

[...] [D]eparei-me com esta questão:

«A palavra resmungar é derivada por: prefixação; sufixação, ou prefixação e sufixação?»

Já agora, qual é o radical desta palavra?

Obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 24K

A propósito de minha consulta respondida pela professora Edite Prada em 7/3/2014, ainda ficaram obscuros (pelo menos, para mim) aspectos referentes à concordância verbal na frase que apresentei. Em virtude disso, volto ao assunto com novas frases, de estrutura semelhante.

«O professor foi veementemente criticado por seu melhor amigo, que vem (venho) a ser eu mesmo.»

«O professor foi veementemente criticado por seu melhor amigo, que devo (deve) ser eu mesmo.»

«O professor foi veementemente criticado por seu melhor amigo, que continuo (continua) a ser eu mesmo.»

«O professor foi veementemente criticado por seu melhor amigo, que passo (passa) a ser eu mesmo.»

«O professor foi veementemente criticado por seu melhor amigo, que começo (começa) a ser eu mesmo.»

A minha dúvida, em suma, seria a seguinte: se, quando o verbo ser é usado numa estrutura de oração relativa + pronome pessoal, a concordância se faz com esse pronome, o mesmo não deveria ocorrer quando se trata de uma conjugação perifrástica com o mesmo verbo ser?

Cumpre dizer que a locução «vir a ser» (motivo de minha pergunta inicial), no Aulete Digital, tem as acepções de «chegar a ser, converter-se em»: «Se levasse a sério o estudo, viria a ser um grande pianista»; e de «ser, tratar-se de»: «Aquela que você criticou vem a ser minha mulher.»

Agradeço antecipadamente.

Arthur Gustavo Estudante Florianópolis, Brasil 9K

Estou com uma dúvida acerca desta frase:

«O rapaz elegeu-se presidente.»

O verbo eleger-se neste caso é pronominal, a frase está na voz passiva, ou é uma voz reflexiva? De mais a mais gostaria de saber como distinguir essas três classificações em casos como esse.

Obrigado.