Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Cristina Aparecida Duarte Tradutora São Paulo, Brasil 855

Gostaria de saber se a palavra yucateco é admitida na língua portugesa.

Vi-a nesta oração: «A palavra sabukatán é um termo yucateco, da península de Yucatán, no México».

Ainda sobre essa palavra, não tenho certeza se podemos escrevê-la com inicial maiúscula ou minúscula: é o nome de uma língua indígena, mas acredito que deveríamos escrevê-lo com minúscula.

No texto, observei que a editora preferiu manter as palavras em espanhol: yucateco – "iucateco" em português?

E Yucatán – "Iucatã" em português?

Muito obrigada.

Carla Rosete Professora Silves, Portugal 906

Qual a modalidade e valor modal presentes na frase «Penso que é o problema mais complexo da literatura portuguesa, aquele que requer maior especialização.» (retirada do artigo "A floresta de Camões desbravada", de Luís Miguel Queirós, e publicada no Público).

Na minha perspetiva, pode subentender-se que o locutor exprime certeza relativamente à afirmação que profere, logo estaríamos perante a modalidade epistémica com valor de certeza.

Mas poderá ser que a utilização do verbo pensar remeta para a ideia de possibilidade?

Grace Guerra Matos Enfermeira Bragança, Portugal 956

É sabido que algumas profissões aparecem nos dicionários como «nome masculino».

Embora comandante seja um nome com dois géneros, subcomandante aparece em alguns dicionários como masculino (como no caso da Infopédia).

A minha dúvida é a seguinte:

Se realmente o género de subcomandante é apenas masculino, como se deveria chamar a uma mulher que ocupa esse cargo?

«A Isabel é o subcomandante da marinha» ou «A Isabel é a subcomandante da marinha»?

Maria Bolton Professora Londres, Reino Unido 946

Agradecia que me clarificassem quando «garantir que...» pede conjuntivo.

As seguintes frases não me parecem corretas:

a) «Como vamos garantir que todos os que nos procuram serão tratados com a dignidade e a humanidade que merecem?»

Não devia ser «SEJAM tratados»?

b) «Como garantir que a inteligência artificial será ética e segura?»

c) «Temos agora de garantir que os governos respondem à chamada.»

d) «Como garantir que Portugal ficará pobre para sempre?»

Obrigadíssima.

Maria Gonçalves Professora Lisboa, Portugal 1K

Na frase «A aluna pediu para ir à casa de banho», qual a função sintática da oração «para ir à casa de banho»?

Esta frase encontra-se em dois manuais de Português com soluções diferentes: num é complemento direto, noutro é complemento oblíquo.

Neste último caso, é dada a seguinte explicação: «Quando o verbo pedir é seguido pela preposição para e uma oração subordinada substantiva, a oração subordinada funciona como complemento oblíquo, indicando a finalidade da ação. assim, "para ir à casa de banho" indica a finalidade do pedido.»

Estou confusa!

Obrigada!

Pedro Miguel Ferreira Machado Desempregado Braga, Portugal 732

Afinal, berma tem e fechado ou e aberto? Segundo o Priberam, deve-se ler /é/.

No entanto, encontro respostas no site a aconselharem a alternativa.

Bem hajam!

Wilder Barbosa Saraiva Estudante Fortaleza, Brasil 1K

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, acreditavam ter chegado às Índias, daí chamar os nativos de "índios", o que se constitui em tremendo erro histórico. Como o lugar aonde chegaram foi o Brasil, seus nativos deveriam ser chamados de "brasilgenas", ou "brasigenas", nunca "indígenas".

É correto pensar assim?

Luís Oliveira Tradutor São Paulo, Brasil 1K

Em recente concurso público para professores no Brasil, uma das questões pedia ao candidato que identificasse entre as alternativas a frase em que se usava incorretamente o sinal de crase. De acordo com a banca examinadora, o erro, destacado, estaria em «Socorristas enfrentam condições meteorológicas adversas enquanto trabalham para liberar estradas e FORNECER AJUDA ÀS CERCA DE 3500 PESSOAS ainda presas em comunidade isoladas».

Em minha argumentação, tentei demonstrar que na frase em questão não haveria erro por tratar-se de um verbo bitransitivo (fornecer) regendo um objeto direto ("ajuda") e um indireto («as cerca de 3.500 pessoas»), sendo que este último, por exigir preposição, admitiria crase em «fornecer ajuda a» + «as cerca de», já que o "as" tratar-se-ia, em princípio, de um artigo definido feminino plural.

Tentando antecipar a contra-argumentação da banca, expliquei ainda que, caso a expressão «a cerca de» fosse iniciada por preposição, o sentido não seria de quantidade aproximada, mas de distância aproximada (p. ex., «a cerca de dez quilômetros») e que, fosse esse o caso, naturalmente não se admitiria crase. Contudo, para minha surpresa, a resposta ao meu recurso foi, literalmente:

«Decisão: Indeferido Argumento: Na frase da alternativa b, a expressão "às cerca de" está errada. A expressão é formada de preposição 'a' e não de crase; além disso, 'às' está no plural quando o termo posterior (cerca) está no singular.»

Apenas isso, sem mais.

Não acho que minha interpretação esteja incorreta. Ao ler passagens como «expressão formada de preposição e não de crase» e ao notar que consideraram um advérbio invariável ("cerca") como «termo no singular», fico com a impressão de que as sutilezas da questão escolhida talvez estejam além da simples aplicação de esquemas reducionistas como os que se vê em https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/acerca-cerca-ha-cerca-de.htm, fonte que acredito ter inspirado o preparador do exame. Contudo, falta-me autoridade para, caso esteja certo, fazer valer meu argumento. Agradeceria imensamente esclarecimentos.

Seja como for, por toda a ajuda e orientação que o Ciberdúvidas tem-me proporcionado ao longo dos anos, registro aqui meus mais profundos agradecimentos. Este site é insuperável, seja na clareza, na amplitude ou na solidez de suas explicações. Que possam continuar sempre assim.

Leandro da Silva Lima Professor Guarulhos, Brasil 1K

É correto dizer «Morre fulano de tal» no lugar de dizer «Fulano de tal morreu»?

O que me motivou a fazer essa pergunta é o fato de ser, no mínimo, muito comum ver a primeira forma ser utilizada nos noticiários quando uma pessoa famosa falece.

Desde já, grato.

Luísa Pinto Professora Mouriz/Paredes, Portugal 896

No excerto:

«O último elemento do grupo, o narrador, não era tão sonhador como os outros e, por isso, não via forma nenhuma naquela nuvem. Para não ficar mal perante os outros, ele afirma que vê um hipopótamo. Perante tal afirmação, toda a gente ficou espantada.»

As classes e subclasses das palavras via e para são, respetivamente, verbo principal transitivo direto e indireto (seleciona complemento direto e complemento indireto) e conjunção subordinativa final?

Obrigada.