DÚVIDAS

Os pronomes relativos com preposição
«a que» e «à qual»
Gostaria de saber qual o emprego correto dos pronomes relativos na seguinte frase: «A seguradora "a que ou à qual" pagamos o seguro do carro faliu.» Entendo que «à qual» ocorre porque se entende o verbo pagar como VTDI [verbo transitivo direto e indireto], ou seja, paga-se algo (o seguro do carro) a alguém (a seguradora). Porém, não entendo por que poderá ocorrer «a que».
«Não porque me apeteça»
vs. «não porque me apetece»
Procurei informação sobre o tempo e modo seleccionados pela estrutura "não porque (...), mas porque" em algumas gramáticas, mas não encontrei informação sobre este caso específico. A minha dúvida prende-se principalmente sobre o modo seleccionado pela primeira parte da estrutura, que alguns manuais e sítios da Internet afirmam ter de ser o modo conjuntivo. Assim, seria possível dizer: Vou à praia, não porque me apeteça, mas porque me faz bem. Mas não seria correcto dizer: Vou à praia, não porque me apetece, mas porque me faz bem. Agradeço antecipadamente a sua ajuda nesta questão.   [N. E. – Manteve-se a ortografia utilizada pelo consulente, a qual é anterior à atualmente em vigor.]
Coordenadas conclusivas e subordinadas consecutivas
Qual é a real diferença entre as orações coordenadas conclusivas e as orações subordinadas consecutivas? Tenho algumas construções através das quais gostaria de ser auxiliada. 1- Ela foi muito atenciosa com os alunos, por isso será contratada novamente. 2- Marcos estava muito doente, de modo que não foi à escola durante toda a semana. 3- Eu e a minha esposa vamos mudar de cidade, por isso teremos que pedir demissão da empresa. 4- Pedimos demissão da empresa... (como seria uma oração conclusiva e como seria uma oração consecutiva?) Algo que para mim é muito confuso é que identifico as orações coordenadas por causa da locução "por isso", assim como identifico a consecutiva por sua locução "de modo que", mas não consigo identificar o nível de dependência da oração subordinada consecutiva. Tenho a impressão de que pode ser tão independente quando as coordenadas conclusivas. Imagino que deve haver alguma falha na minha interpretação. Obrigada.
«Chamar alguém de alguma coisa»
Por influência das telenovelas brasileiras, ouve-se cada vez mais, infelizmente, certas expressões, como «Ela chamou-o de burro». Antes de mais, sabemos que, neste exemplo, o verbo chamar não pede a regência da preposição de, nem está correto o uso do pronome pessoal forma do complemento direto o, devendo usar-se o pronome pessoal forma do complemento indireto lhe. Havendo, porém, necessidade de analisar uma frase deste tipo, em que o verbo chamar aqui seria transitivo direto e indireto, as minhas dúvidas são : 1. O pronome o, identificado como forma do CD, passa aqui a ter a função de CI? 2. Qual a classificação sintática de «de burra»? Muito obrigada.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa