Este é um comentário relativo a uma pergunta/resposta que acabo de ler no Ciberdúvidas: Como se chama um grupo de golfinhos? Será cardume ou manada?.
Eu trabalho em comportamento animal, e não me passaria pela cabeça falar em "cardumes de golfinhos". Sempre me referi a "grupos e famílias" de golfinhos, que me parece bem mais correcto. Também tenho ouvido falar em "bandos" de golfinhos. "Cardume" tem uma conotação de conjunto indistinto, enquanto mamíferos de grande porte como os golfinhos têm um inerentemente personalizado.
Como se diz na Resposta, "cardume" refere-se claramente a peixes; ao contrário do que se diz na Resposta, os golfinhos são mais parecidos com bois e cavalos (por isso todos pertencem ao mesmo grupo, os mamíferos), que com peixes. Se o uso tem alguma força, grupos e famílias de golfinhos são decididamente os termos mais usados.
Na resposta de J.N.H. a Jara Rios de 21/10/99, J.N.H. nos deu exemplos do pretérito perfeito e do pretérito imperfeito do conjuntivo em orações subordinadas substantivas. Entendo que não há pretérito perfeito simples para o conjuntivo em português e portanto o pretérito perfeito composto tem o valor "perfectivo" que corresponde ao pretérito perfeito simples no indicativo. A minha dúvida é sobre as seguintes orações em pares com contraste pretérito imperfeito x pretérito perfeito composto. Será que todas são aceitáveis? Se não, qual é o erro nelas?
"Como se abrevia Vossas Senhorias?
De acordo com as novas tendências da Língua Portuguesa, é correto usar Vs. Ss.?
Isso ocorre só no Brasil?
Na página 10 do Dicionário da Texto Editora abreviatura significa "parte de uma palavra que a representa; sinal indicador de supressão de letra ou letras numa palavra; resumo". Igualmente na página 11 do Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora abreviatura significa "sinal constituído por uma só letra ou por um grupo de letras em substituição de uma palavra ou mesmo de uma expressão; sinal indicador de supressão de letra ou letras numa só palavra; resumo". Como por exemplo as abreviaturas "Dr", "Eng", "Arq", "Prof" e "Lx". Estas abreviaturas, como outras, não constam directamente nos Dicionários de Língua Portuguesa, mas sim em alguns anexos a esses dicionários. Julgo eu por não serem consideradas expressões ou palavras.
Pergunto o seguinte: uma abreviatura é considerada uma expressão, uma designação ou mesmo um nome na terminologia da língua portuguesa?
Há muito que porfio, sem sucesso, por explicação da abreviatura "Lx" em vez de Lisboa.
Grato pela elucidação que ireis proporcionar.
Algumas formas verbais compostas não são etimologicamente claras à sensibilidade lingüística sincrônica, como por ex., a forma futura cantarei. Quais são as formas verbais compostas em língua portuguesa e como se deu a evolução dessas formas a partir do latim?
Sobre a utilização mais correcta de: "ensino" e "apoio" (…) à/a distância, em tempo dirigi uma pergunta "telegráfica" ao Ciberdúvidas que, por sua vez, a remeteu para um espaço de reflexão onde a dúvida, paradoxalmente, cresceu. Passo a transcrever os exemplos dados como ilustração do uso mais correcto das situações em epígrafe:
"cursos por correspondência" e "trabalhos de casa". Com estas duas utilizações da língua (e uma outra que remete para áreas de "entregas ao domicílio e de publicidade" Vd Tema: A distância/À distância), estaria resolvida a questão.
Lamento insistir, mas pelos exemplos apresentados, que me parecem pertencer a interpretações diferentes, aumentou a minha necessidade de reflexão partilhada.
E outras dúvidas vieram por simpatia. É o caso de: transmissão; acção; formação; comunicação; intervenção; visão; manutenção; controlo (…) "à/a distância". Julgo que os livros têm utilizado a contracção "à", para falar de comunicação à/a distância desde os mais ancestrais sinais de fumo até à actual tecnologia…
As duas utilizações poderão estar correctas, mas eu não gostaria de ter esta dúvida/insegurança. É claro que conteúdos não devem ser sacrificados pela forma, pela sonoridade, mas esta questão (porque "À" tem mais vida e me parece, psicologicamente, soar mais distante) trouxe-me à memória João de Barros, um avô (se Camões é o pai…) da Língua Portuguesa, que afirmava (não recordo a fonte) que o nosso idioma, sendo um dos mais ricos, era materializado sem alma. O problema estava no falante que lhe atrofiava e mutilava os sons, retirando-lhe o ritmo, a cadência, em suma: a expressividade.
Com toda a consideração que a equipa do Ciberdúvidas merece pelo trabalho inestimável que está a prestar à "formação ao longo da vida" de quem se questiona neste vasto Património das palavras, gostaria, se possível, que fosse o meu estimadíssimo Professor José Neves Henriques, a dialogar com os contextos que constituem esta mensagem, segundo o método (de raiz) a que já nos habituou.
Muito grata.
Qual é a maneira mais eficiente que se conhece para ensinar conjugação verbal?
Só decorando com aquela tabela enorme de verbos constando de: radical, vogal temática e desinências? Será que essa é a maneira mais produtiva para na hora da prática o aluno saber como usar adequadamente?
Muito grato.
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