Isto é um assunto da sociolinguística (e não só!), e os danos ou melhorias dependem da maior ou menor aceitação desses "danos" ou "melhorias", o que tem que ver essencialmente com o menor ou maior conservadorismo das pessoas postas perante essas variações.
O estatuto da comunicação, por exemplo, é definido pela distância social (assim a diferença entre o tu e o você, pelo menos em Portugal, traduz uma intimidade ou uma relação social diferente). Hoje já ninguém usa V. Ex.ª, a não ser nas cartas ou no parlamento! Etc., etc.
O papel dos defensores da manutenção da maior pureza possível da linguagem falada e escrita (vulgarmente chamados caturras e gramaticões) é o de combaterem os erros, os desvios do "bom uso" da sua língua no período em que vivem. Nunca é de mais fazê-lo, porque as línguas evolucionam, afastando-se sempre do padrão ou norma consensuais em certa época, quer por evolução natural (geralmente fonética), quer pela introdução de neologismos, aceitação progressiva de solecismos, vocábulos de calão, modificação na pronúncia de muitas palavras, etc.