Tenho ciência que "video", quando é um simples elemento de composição, não admite nunca o hífen para se unir à palavra seguinte, antes liga-se a esta por justaposição ou aglutinação. Devendo ainda levar-se em conta que, se o vocábulo que se lhe segue inicia-se por r ou s, estas letras devem ser dobradas. Outrossim, se o termo subseqüente principia com h, este deve ser suprimido. Além de tudo, não recebe acento gráfico. Assim, uma palavra nova, formada por "video" e "histeroscopia", só pode ser "videoisteroscopia".
No Brasil, entretanto, usa-se muitas vezes mais o termo "videohisteroscopia", com h, portanto. O que digo pode ser facilmente verificado por uma simples pesquisa na Internet, na qual existem trinta e um sítios brasileiros nos quais ocorre "videoisteroscopia" e aproximadamente 450 sítios também brasileiros nos quais aparece "videohisteroscopia".
Confesso-lhes que me parecem estranhos os vocábulos formados por elemento de composição que não admite o traço-de-união e por palavra iniciada com h, que é eliminado. "Videoisteroscopia" é um exemplo, porém há dois outros que se me afiguram estranhíssimos: "miniospital" e "miniotel". Ou será que devemos escrever "mini-hospital" e "mini-hotel"? Isto, porém, contraria o que foi dito por C. M., consultor do Ciberdúvidas, em parecer intitulado "Miniauditório", de 04/11/1999. Some-se a isto o fato de que muitos dicionários consignam palavras, tais como “minirreforma”, “minirregião”, “minirretrospectiva”, “minissaia”, “minissubmarino”, o que confirma que “mini-”, pelas regras ortográficas vigentes, jamais é seguido por hífen.
Sempre achei que há certas regras da ortografia portuguesa que existem só para complicar as coisas. Qual é a inconveniência em se escrever, por exemplo, "minihospital", "minihotel", "superhomem", "videohisteroscopia", "autohipnose", sem o tracinho e sem a supressão do h? Prejudicaria a compreensão, a clareza gráfica? Claro que não! Para que o hífen nestes casos, senão para complicar?
A convenção é que o h só ocorre em palavras portuguesas: a) no princípio, quando etimológico; b) no fim, em certas interjeições; c) no meio, nos dígrafos ch, nh, lh; d) no meio, em palavras unidas por hífen, no princípio do segundo elemento, quando etimológico. Mas esta é, na minha modesta opinião, uma convenção tola.
Qual a opinião do Ciberdúvidas sobre tudo isto?
Muito obrigado.
Como posso dividir as orações da seguinte frase?
«Seja Verão, seja Inverno, o António anda sempre em mangas de camisa.»
A minha dúvida é saber se as palavras «seja... seja» pertencem à classe dos verbos ou das conjunções, para então fazer a divisão correcta das orações.
Sempre me disseram que depois do verbo «ser» não deverão aparecer os dois pontos por se tratar de um verbo copulativo, por exemplo, na frase «As consequências da poluição são: aquecimento global...». No entanto, os dois pontos aparecem imensas vezes em gramáticas, manuais, etc. Em que ficamos?
Deve escrever-se “Tchernobil” ou “Chernobil”? A propósito dos 20 anos decorridos sobre o desastre nuclear nesta região da ex-URSS, actual Ucrânia, vi escrito na imprensa portuguesa ora uma forma ou outra.
Numa rápida busca pelo Google, verifica-se que a maior parte dos registos internacionais (melhor, os de língua inglesa) é com Ch (Chernobyl, com o y, que não faz parte do nosso vocabulário), enquanto os de língua portuguesa (especialmente os brasileiros) escrevem com Tch. Escrevem alguns, melhor dito, pois a Wikpédia, que adopta o português do Brasil, esreve com Ch.
Para além da questão de querer saber ainda se a forma aportuguesada leva ou não acento (a grafia seguida pelos brasileiros é, por regra, “Tchernóbil”), não estamos aqui na mesma querela sobre a grafia de nomes de países de origem eslava, como a antiga Tchecoslováquia/Checoslováquia?
Já agora, queria também saber porque é que para nomes, como Tchaikovsky ou Tchekhov (ou é Tchékhov?), se manteve o “Tch”, ao contrário do que se seguiu entre nós nos topónimos?
Finalmente: devemos pronunciar "Tchernóbil/Chernóbil" ou com o acento tónico no "il"?
Muito obrigado.
Sou jurista na área dos direitos humanos e necessito de saber o seguinte: É correcto dizer «respeito dos» direitos humanos (no sentido de cumprimento, acatamento) ou será mais correcto dizer «respeito pelos» direitos humanos? Como imaginam, esta é uma expressão que utilizo constantemente...
Desde já, muito obrigada pela vossa ajuda.
Dever-se-á dizer «problema de fertilidade» ou «problema de infertilidade», quando nos referimos à incapacidade de engravidar?
Gostaria de saber se há um termo em português como «atemporal» para a característica de espacial, talvez "aespacial". O que poderia corresponder para dar esse sentido? "Não-espacial" poderia ser uma solução?
Muito obrigada.
Deverá dizer-se «há coisas que vale a pena serem ditas» ou «há coisas que valem a pena ser ditas»? Porquê?
Muito obrigada!
Gostaria de saber a regência correta do verbo «denotar». Por exemplo, qual das duas frases abaixo está correta (se é que alguma está):
«... este valor foi denominado índice e denotado xi.»
«... este valor foi denominado índice e denotado POR xi.»
Gostaria também de saber se existe alguma referência razoavelmente completa sobre regência.
Obrigada.
Qual é o significado e já agora um exemplo da palavra identificada em epígrafe.
Obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações