Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Ana Cristina Professora Belford Roxo, Brasil 4K
Em uma prova que fiz, tinha a seguinte questão:

«... torna o outro detentor de um certo saber»; «certo saber» não possui o mesmo significado que «saber certo». A alternativa que mostra um caso semelhante é:

a) resposta correta/correta resposta;
b) paisagem bela/bela paisagem;
c) autor conhecido/conhecido autor;
d) várias respostas/respostas várias»

O gabarito marcava a resposta d), porém, sempre sinto dificuldades em questão desse tipo.

Agradeço.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil 3K

Conforme recente resposta desse incontornável sítio, uma localidade portuguesa tem o seu nome ortografado atualmente como Fão. Creio que desse topônimo surgiu também um sobrenome português, o qual, no passado, se escrevia "Fam", mas hoje deve ser Fão, a exemplo da atual forma do geônimo que lhe deu origem. Certo?

O outro apelido, "Gram", também lusitano, deve ser grafado hoje de modo correto Grão. Confirmais?

Aproveitando o ensejo, gostaria de acrescentar que no passado havia palavras comuns e também prenomes e sobrenomes terminados em -am, cujo valor fonético era /ãu/. São dois bons exemplos, entre inúmeros outros, "Cristovam" e "Estevam", hoje Cristóvão e Estêvão.

Na nova ortografia do século XX, todavia, o -am final, com o referido valor, desapareceu em todos os casos, menos em certas formas verbais paroxítonas da terceira pessoa do plural de certos tempos verbais, tais como levam, falam, trabalhavam, façam, etc. Sendo paroxítonas e terminando pelos fonemas /ãu/, estes são representados por -am, na escrita. Sendo oxítonas terminadas em /ãu/, estes são escritos com -ão mesmo: levarão, ouvirão, darão, etc.

Pelo fato, que me parece certo, de -am, em final absoluto, só ocorrer hodiernamente em formas verbais graves, sempre com o valor de /ãu/, causa-me dúvidas o valor de –am e o acerto do seu uso em prenomes hebraicos, creio aportuguesados, de personagens bíblicas nas traduções das Sagradas Escrituras para o português feitas no Brasil pelo menos. Nestas versões, ocorrem formas como "Cam", "Aram", "Adoniram", "Mesolam", "Naamam", "Anam", "Aduram", etc., etc., etc. Se nestes casos o valor fonético de –am é /ã/, a melhor grafia não deveria ser –ã? Não seria melhor escrevê-los "Cã", "Arã", "Adonirã", "Mesolã", "Naamã", "Anã", "Adurã"? Se for /ãu/, não seria melhor grafá-los "Cão", "Arão", "Adonirão", "Mesolão", "Naamão", "Anão", "Adurão"?

Espero os vossos seguríssimos esclarecimentos. Conto mais uma vez convosco, com a vossa luz sem fim, meus diletíssimos amigos.

Muito obrigado.

Rosa Rocha Professora Gaia, Portugal 33K

Na frase «Espero que ao receberem esta carta estejam bem», gostaria de saber qual a classe gramatical da palavra «ao» e o tempo e o modo da forma verbal «receberem».

João dos Santos Gil Reformado V. N. Barquinha, Portugal 9K

Fala-se de gordura, lípido, nata, como termos equivalentes relativamente ao componente gordo do leite, mas quando se quer analisar o seu conteúdo o termo técnico que surge é o de "teor butiroso". Sei que há no leite elementos como a butirina e o ácido butírico e que estes termos têm raiz em butyron, do grego, que significa «manteiga». Afinal o que é a butirina e o teor butiroso?

Ester Freitas Médica Lisboa, Portugal 6K

Gostaria de saber se se diz que um cosmético é "hipoalergénico", ou "hipoalérgico".

Obrigado.

José Cardoso Estudante Guarda, Portugal 6K

«Velhinho, caminhava lentamente.» Qual a função sintática desempenhada por «velhinho»?

Antecipadamente, agradeço a vossa resposta.

Lucimar Ribeiro Soares Professora Aimorés, Brasil 6K

O substantivo coletivo ramalhete se refere a flores e ramos também?

Paulo Fernandes Técnico comercial Braga, Portugal 4K

Tenho encontrado o verbo pagar associado a fazer-se com um sintagma nominal introduzido directamente (i. e. sem preposição):

1. «Dessa vaga de anulações têm estado a beneficiar os artistas da "segunda divisão" mais temerários, que têm vindo a substituí-los no circuito maior, fazendo-se pagar, em média, o dobro dos seus honorários normais.»

2. «E aqueles deputados que foram apanhados a roubar (fazendo-se pagar viagens que não fizeram)(...)»

Não deveríamos usar aqui a preposição por («fazer-se pagar por viagens…/pelo dobro…»)?

Julgo que deveríamos usar por em vez de de nas frases que se seguem (não?):

3. «Seis das oficinas, além de substituírem peças a mais, fizeram-se pagar de componentes não substituídos.»

4. «(…) a autarquia pretendia fazer-se pagar de um serviço anterior à privatização da recolha de lixos.»

E tenho deparado com o uso de «fazer-se cobrar» no sentido de «fazer-se pagar»:

5. «Há lojas que o fazem gratuitamente, enquanto outras se fazem cobrar pela prestação destes serviços suplementares.»

Creio que «fazer-se cobrar» é inaceitável, mas queria confirmar.

Grato pela atenção.

Anderson Diniz Professor Franco da Rocha, Brasil 6K

«Toda palavra acompanhada de artigo é um substantivo.» Esta afirmação está correta?

Eugênio Geppert Aposentado Florida, Estados Unidos 7K

É aceitável o conjuntivo depois de uma frase «só conhecia X coisas que…»? Eis alguns exemplos:

(1) «Ela só conhecia duas pessoas do colégio que gostassem dessa banda.»

(2) «Eu só conhecia três rapazes de nosso bairro cujas famílias não tivessem um pai.»

Muito obrigado.