Qual é a origem da palavra brejo?
Ultimamente, tenho percebido o uso cada vez mais freqüente (ou frequente, pelo novo Acordo Ortográfico) da palavra não como prefixo de negação com relação a um adjetivo ou substantivo posterior como em: não-nascido (o que não nasceu) e não-ajustamento (ato de não ajustar). O que me chama atenção é a sutil diferença semântica entre usar o não e outro prefixo que indique negação: desajustamento, assim, me parece significar o «ato de fazer com que fique sem ajuste», enquanto não-ajustamento seria «o ato de não ajustar, de deixar de ajustar». Essa percepção estaria correta? De fato há uma diferença semântica entre usar um não e usar, se for possível, um prefixo como in ou des?
Muito obrigado!
Gostaria de saber a classificação morfossintática de «o facto de». É locução prepositiva? A propósito, uma locução prepositiva terá de iniciar por uma preposição, como «à mercê de»?
Muito obrigado pelo esclarecimento.
O Acordo Ortográfico, em vigor, prescreve assim:
«O h inicial mantém-se, no entanto, quando, numa palavra composta, pertence a um elemento que está ligado ao anterior por meio de hífen: anti-higiénico/anti-higiênico, contra-haste; pré-história, sobre-humano.» (Base II – Do h inicial e final, 3.º).
Todavia, há um adjetivo, sem hífen, nas mesmas condições acima, como aistórico (datado, segundo Houaiss, de 1930). Aliás, o próprio Houaiss informa que aistórico, menos corrente e mais usado que anistórico, refere-se a uma forma «neológica controversa; propõe-se como forma alternativa anistórico, vocábulo calcado no pressuposto de que o a- privativo grego toma a forma an- antes de vogal, o que é verdade quando não se trata de vogal aspirada — precisamente o caso de histórico, do gr. historikós».
O Acordo não acolheria aistórico por ser uma forma neológica?
Como lidar com esta situação em sala de aula, especialmente na formação de professores de língua materna?
Pode-se considerar «ardil», «mui leda», «despois de ...», «cousa», «senão ajuntar...» como exemplos do uso do registo popular da língua?
Gostaria de saber a origem do apelido Aroso.
Obrigado.
No nosso idioma, um príncipe e um grão-duque de um principado e de um grão-ducado independentes devem ser chamados apenas de «príncipes soberanos», ou também de «príncipes reinantes»? Se as duas denominações forem legítimas, haveria uma terceira?
Caberia o hífen entre as duas palavras? Elas estão sujeitas a flexão de gênero?
Gratíssimo.
Numa das cartas ao director, no jornal O Público de 30 de Janeiro, um leitor, num texto intitulado "Péssimo português", insurge-se contra a forma como aparece escrito o título “Porque errou o patriarca” e, logo a seguir, contra um artigo, escrito por «um professor que não quer ser avaliado» (percebendo ele bem a razão por que não quer), "Porque não entregarei os objectivos individuais”.
O jornalista apressou-se a dar «toda a razão» ao leitor, pedindo «desculpas pelo erro». O professor ainda não respondeu.
O que é certo é que, no dia 1 de Fevereiro, talvez sob a influência dos ensinamentos do referido leitor (mesmo entendendo que os exemplos não são perfeitamente equivalentes), no mesmo jornal e na revista Pública, surgem estes dois títulos: “Por que é que ainda não temos televisão a cores” (pág. 38 do jornal) e “Por que é que juntar uma maçã a um conjunto de frutos ainda verdes acelera o seu amadurecimento?” (pág. 47 da revista)
Voltei a consultar o Ciberdúvidas, algumas gramáticas e alguns prontuários e considero que o senhor em questão não tem razão em ser tão peremptório. Queiram esclarecer-me, mais uma vez, por favor.
Agradecendo, desde já, a vossa disponibilidade, subscrevo-me atenciosamente,
No 1.º ano do 1.º ciclo, como se ensina às crianças a divisão silábica de, por exemplo, carro, sossegado, pêssego, etc.? De acordo com o manual Pasta Mágica, a divisão silábica surge como aprendi na antiga 1.ª classe: guitarra — gui/ta/rra. Contudo, a professora do meu filho faz exercícios em que considera esta divisão errada, pois separa as palavras da seguinte forma: gui/tar/ra; car/ro; sos/se/ga/do; pês/se/go. Não estará a professora a fazer confusão com translineação? Creio que a um nível de 1.º ano do 1.º ciclo as crianças aprendem a noção de sílaba em termos fonéticos e não em termos gráficos (aqui, sim, será a translineação). O importante neste nível de aprendizagem é que a criança tenha a noção de separação baseada no som. Será que eu e as pessoas da minha geração aprendemos mal e o manual escolhido pelo colégio onde está o meu filho está errado? Será que algo mudou na nossa língua em termos de divisão silábica e não dei por isso? E aqui reforço que, no meu tempo de estudante, aprendi que uma sílaba é um fonema (som) ou um conjunto de fonemas (sons) pronunciado numa só emissão de voz. Assim, a palavra guitarra, dividida silabicamente, será gui/ta/RRA, pois os dois rr são um mesmo fonema (som). Será que até na minha formação universitária nas cadeiras de linguística me enganaram?! A noção de translineação, salvo erro, será iniciada ou em fins do 2.º ano ou no 3.º ano do 1.º ciclo, e aí, sim, a palavra será separada gui/tar/ra, mas já não será em termos fonéticos mas gráficos. Esclareçam-me, por favor, esta dúvida.
Ouvindo os jornalistas do futebol na rádio e na televisão, oiço-os sempre dizer — mal, na minha opinião — "tròfense", com o "o" aberto. Presumo que seja por se dizer o topónimo Trofa com a tónica no primeiro "a", mas também temos Escócia e dizemos /eskucês/ (e não "eskócês").
Ou /kunimbricense/ (e não "kônimbricense" nem "kónimbricense"); ou /kulumbense/ (e não /"kôlômbense"); ou /turreense/ (e não /tôrreense" nem /tórreense"); ou /furense/ (e não "fórense" nem "forense"); ou /kongulês/ (e não "kongôlês"); ou (/guês/ (e não "gôês"), /mussambikanu/ (e não "môssambicanu"); etc, etc.
Já agora: e bejense (também oiço ora com o primeiro "e" aberto ora com o "o" fechado)?
Gostava de saber a explicação fonética para estas pronúncias.
Muito agradecido.
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