DÚVIDAS

Oração adverbial com infinitivo flexionado e não flexionado
Gostaria que me esclarecessem a seguinte dúvida: «Ora certa noite, e já depois de se ter deitado, a mãe lembrou-se de que se calhar não tinha deixado o lume bem acondicionado para não pegar fogo.(...) Eis senão quando, ao passar ao quarto do filho, viu por debaixo da porta uma risca de luz. (...) A mãe nem queria acreditar.» A Estrela, de Vergílio Ferreira Neste contexto, a forma verbal passar é um infinitivo pessoal, ou impessoal? Passar refere-se à mãe (sujeito), contudo também podemos considerar «ao passar ao quarto do filho (...)» como um grupo móvel, o que me leva a pensar que, assim sendo, se trata de um infinitivo impessoal. Grato pela vossa colaboração.
O uso de anglicismos e seu aportuguesamento
nas ciências computacionais
Actualmente não encontro em Portugal qualquer aceitação oficial dos seguintes termos, aplicados às ciências computacionais, e de uso corrente, que passo a enumerar incluindo o seu significado geral: I. "Rasterizar"/"Rasterização" (eng. to raster/rastering) — processo de geração de uma imagem rasterizada (composta por píxeis ou pontos) a partir de uma imagem vectorial (composta por vectores), com o fim de ser apresentada em ecrã, imprimida ou guardada em ficheiro. "Rasterizador" (eng. raster) — Aplicação, função ou extensão de aplicação que processa dados vectoriais multicamada de uma imagem e os transforma, aplica numa só camada para a formação de uma imagem rasterizada. «Imagem rasterizada» (eng. raster image) — imagem composta por píxeis ou pontos. II. "Renderizar" (eng. render) — processo de geração de um resultado a partir de dados de um modelo, por meio de uma aplicação informática e com a finalidade de produzir uma realidade virtual. "Renderizador" (eng. render) — Aplicação, função ou extensão de aplicação que procede à criação do resultado que representa uma realidade virtual. "Renderização" (rendering) — acto de renderizar, objecto renderizado. «Imagem renderizada» (rendered image) — imagem processada segundo dados de um modelo com a propósito de representar uma realidade virtual. (Uma realidade virtual é um objecto criado por computador que apresenta as características visuais de uma realidade possível ou não). Esta terminologia é aplicada nas áreas da construção civil (ex.: projectos CAD 3D), medicina (imagologia), produção cinematográfica/televisiva. Quais são os critérios que levam «à criação de uma palavra genuinamente portuguesa que corresponda» a rastering, quando a palavra está em uso, tem significado definido e aceite? Sendo a palavra original uma invenção/adaptação de uma palavra inglesa, dada a multiplicidade de influências e origem do idioma português, o que quer dizer ou se pode esperar uma «palavra genuinamente portuguesa» quando o conceito não foi inventado neste país?
O género de bandas pop femininas
Consultei a questão que responde parcialmente à minha dúvida [...]. Embora minha questão incid[a] sobre o gênero, e não sobre o número, o fato de o uso em Portugal ser distinto demonstra que na verdade não existe nenhuma norma com relação a isso, mas apenas hábito linguístico, correto? Porém, uma nova dúvida surgiu com essa informação: por acaso em Portugal se refere a uma banda feminina como «as L7» ou «as Smashing Pumpkins» (artigo feminino)? Grato. Sucesso!
O verbo cheirar
Foi solicitado numa prova de vestibular que o candidato assinalasse uma oração sem sujeito. Dentre os itens, a resposta dada pela instituição como correta foi: «Aqui não me cheira bem.» Essa resposta se dá exclusivamente pela sintaxe dos termos aqui, não e bem como adjuntos adverbiais, ou há algo relacionado ao verbo cheirar? Pois, se formulasse «Algo não me cheira bem», o sujeito é algo, certo? O verbo é transitivo indireto? Acabei me confundindo, não sei se a questão é bem simples e eu me perdi lendo muitas teorias... Por favor, responda-me. Obrigada!
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