Pelo que vejo no vosso artigo, a regra é usar há sempre que nos referimos a períodos temporais, mas a dúvida que eu tenho prende-se com a seguinte fase:
«O carro fez a revisão à 5000 km», ou «O carro fez a revisão há 5000 km»?
Uma vez que km não são uma medida de tempo/período, mas ao mesmo tempo utilizo a unidade km para dizer que algo foi feito no passado.
É lícita no idioma vernáculo a construção a + infinitivo em expressões como «assuntos a tratar» ou «conteúdo a publicar»?
O ato de oficializar designa-se oficialização. O ato de oficiar designa-se como?
Sou professora de português e, constantemente, ouço gente a dizer: «Na minha opinião, acho que...» Isto já aconteceu até com um ex-primeiro-ministro português. Parece-me que são dois enunciados fundidos em um. Será correto, ou não? Um aluno já foi expulso da sala de aula por ter dito ao professor que não se pode enunciar uma opinião com as duas expressões.
Obrigada.
Gostaria de saber se é gramaticalmente correto dizer: «havia havido», pois tenho ouvido demais por aí e isso cria em mim um ruído...
Tenho percebido que, ao menos no português brasileiro, as orações subordinadas adverbiais finais introduzidas pela preposição para permitem a supressão dessa preposição quando o verbo ir é o verbo principal (não auxiliar) da oração principal ao mesmo tempo que ambas as orações compartilham o mesmo sujeito. Portanto:
«Eu vou para casa para dormir.»/«Eu vou para casa dormir.»
«Ele vai cantar para deixá-la feliz.»/*«Ele vai cantar deixá-la feliz.»
«João vai ao Rio para ver Maria.»/«João vai ao Rio ver Maria.»
«João vai ao Rio para Maria vê-lo.»/*«João vai ao Rio Maria vê-lo.»
Minha dúvida é se tal fenômeno ocorre no português europeu e se essa é uma construção da norma culta.
A frase «Há quem leu e não gostou» está correcta?
Não deveria ser «Há quem tenha lido e não gostou»?
É o pão nosso de cada dia ouvir e ler frases do género «Manuel foi um dos que arranjou emprego». Como o Manuel foi um dos vários a quem isso aconteceu, penso que a única maneira correcta de dizer/escrever a frase será: «Manuel foi um dos que arranjaram emprego.»
Mas será que estou enganado e a primeira forma é aceitável? A dúvida põe-se-me por já ter deparado com concordâncias desse tipo na prosa de excelentes escritores. Até José Carlos de Vasconcelos, no livro Conversas com Saramago (p. 21), põe na boca do nosso Prémio Nobel o seguinte: «(...) um dos [sonhos] que acabou por não se concretizar foi» (etc.). Ora, neste caso, a concordância em questão não só foi utilizada por Saramago (de forma oral, de modo que, a existir erro, é perfeitamente desculpável), como «aprovada» por Vasconcelos, na passagem a escrito da entrevista.
Como sempre, fico antecipadamente grato pela vossa resposta.
Na frase «Meninos, não sujem as mesas», qual a diferença entre usar o verbo na terceira pessoa do plural e na segunda? Porque não uso «Meninos, não sujeis as mesas»?
«O documento já foi impresso», ou «O documento já foi imprimido»?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações