Uso da vírgula após o nome da pessoa a quem nos dirigimos está correto, porque segue a regra da colocação da vírgula «para isolar o vocativo», o destinatário (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 641).
Um e-mail é correio eletrónico. Portanto, para que se elabore corretamente qualquer mensagem (pessoal ou profissional), dever-se-á seguir as fórmulas e as regras próprias de uma missiva, da correspondência.
O problema é que — e talvez devido à "moda" de se poupar no número de carateres nas mensagens eletrónicas — se têm desvirtuado muitas das práticas específicas do texto de correspondência.
Ora, se nos dirigimos a alguém (usando o nome próprio, um cargo ou função), devemos marcar que a estamos a invocar, razão pela qual se usa a vírgula.
Relativamente à questão sobre o uso da fórmula «gostaria de saber...»:
O uso do condicional simples (ou futuro do pretérito, na nomenclatura brasileira), «como forma polida de presente, denotadora de desejo» (idem, p. 461), evidencia a delicadeza em se formular aquilo que se deseja saber, transparecendo o cuidado em não dizer abruptamente o que quer saber. Por isso, é correto que ocorra no início da frase, porque é correta, também, a forma como constrói o seu discurso.