Gostava de saber a origem do meu nome.
Muito obrigado.
Sou Simone, brasiliense, casada com um Francês e estou grávida de uma menina, e como sempre temos aquela preocupação com o nome dos filhos. Meu esposo gosta do nome Moema e eu até que gosto também, mas não sei seu significado. Gostaria de uma orientação, onde posso encontrar o significado deste nome.
Grata pela atenção.
Meu nome é João Carlos Silva Cardoso, estou escrevendo do Brasil e estaremos rendendo este ano (2002) homenagens a um professor emérito aqui da Casa chamado Carlos Albeto da Cruz Wenceslau, aliás, coimbrão de nascença e que completa 75 anos em 14 de setembro.
Para tanto, estamos elaborando um sítio (http://www.carloswenceslau.vilabol.uol.com.br/Wenceslau.htm), ainda em fase de construção. Dentre uma das dúvidas, gostaria de saber a origem (e o significado) do nome Wenceslau, para incluir este dado na página.
Creio que o nome "Hélder" tem origem holandesa. Nessa língua, quer dizer "claro" ou "sereno." Como é que o holandês se manifestou em Portugal?
Como escrever o nome do dirigente máximo da Al-Qaeda?
Ao contrário do que tenho feito com outros jovens e amigos (sou professor do Ensino Secundário, disciplina de Psicologia), não consigo ajudar o brasileiro Ederson a ter uma ideia do significado do seu nome. Consultados vários dicionários (o do professor J. P. Machado à cabeça) e 'sites', nenhum fala do nome Ederson. Dão-me uma ajudinha?
Refiro-me à resposta dada em Janeiro deste ano, a uma questão a propósito da pronúncia de Jápeto, o titã da Mitologia Clássica Grega, em que, a propósito, foi defendida a pronúncia Úrano para outra personagem daquela Mitologia. Depreendi que essa pronúncia era igualmente recomendada para o planeta do sistema solar. Com todo o respeito, venho apresentar as minhas reservas.
Sei que esta acentuação e a consequente pronúncia são defendidas igualmente por outros filólogos eminentes e no Vocabulário da Língua Portuguesa de F. Rebelo Gonçalves e na maioria, mas não em todas por conseguinte, das enciclopédias portuguesas.
Recolhido na minha condição que não escondo, de ignorante em questões etimológicas, pois não sei Grego e o pouco Latim do liceu já o esqueci, apesar disso atrevo-me a questionar tal pronúncia recomendada, pois me parece que contraria o uso corrente que tenho constatado e julgo que o uso corrente não pode ser ignorado e desatendido. Para maior conforto da minha tese, inquiri junto do meio académico, discente e docente, e no profissional e amador astronómico, portanto junto de gente não iletrada nem ignorante, qual a forma oral que utilizam, tendo concluído que é Urano. No muito recente e conceituado Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, igualmente Urano é a forma adoptada.
Por tudo isto, estranho a defesa de Úrano, pois me parece que não obstante a etimologia deva ser tomada em consideração por respeito ao rigor e às origens, também o uso corrente e geral e a naturalidade e facilidade da pronúncia, devam ser preponderantes e decisivos, prevalecendo sobre os radicalismos etimológicos. Se assim não fosse o Português como qualquer outro idioma, seria uma língua sem evolução, o que sabemos não sucede.
Acresce ainda que em linguagem corrente exprimimo-nos em Português, para Portugueses vulgares de hoje e não só para os saudosistas do Grego ou do Latim como se falavam há mais de dois mil anos. Defendo em suma, uma linguagem em que as palavras se adaptem às características do idioma e da sua evolução e à facilidade e naturalidade da pronúncia usual. Isto é, que as palavras se pronunciem como na generalidade os nossos contemporâneos as pronunciam naturalmente no seu meio académico e profissional e não conforme eram pronunciadas pelos Gregos ou Romanos. Sei que o exemplo de Úrano/Urano, no que se refere à pronúncia recomendada em relação ao uso e à naturalidade e facilidade de expressão oral, não é único, pois se lhe podem juntar muitos outros, como Éolo/Eolo, Pólux/Polux, Ájax/Ajax, Cíbele/Cibele, embora com menos uso de que Urano. Quem, entre o público em geral, diz Éolo e não Eolo? Se seguíssemos as recomendações de F. Rebelo Gonçalves e não só, como se pronunciaria Íinx? Não ficaria melhor no nosso idioma, Inx ou Inxe, tal como Aquelou ou Aquelo, em vez de Aqueloo, Astianax em vez de Astíniax, Anteros ou Antero em vez de Ânteros, Calais em vez de Cálais, Ceix em vez de Céix, Danae em vez de Dánae, Eunoe em vez de Éunoe, Náusica ou Nausica em vez de Nausícaa, Ogiges em vez de Ógiges, etc, etc.?
No inquérito que efectuei, uma das respostas que obtive foi Urano na forma oral, por obediência ao uso geral, mas curiosamente a mesma pessoa escreve Úrano por contemporização com a erudição. Por outras palavras, o confronto do uso contra a cultura etimológica e da cultura etimológica contra o uso.
Porque não confraternizam?
Por tudo isto não posso conformar-me com a vossa recomendação e peço que me elucidem se a minha posição é de todo inválida, ou se os filólogos e etimologistas estão à espera nestes casos, que o uso seja mais disseminado e incontornável, para só então contemporizarem e deixarem de ser um grupo de excepção.
Não descortinem por favor quisquer intenções minhas de de questionar a utilidade e a premência das recomendações etimológicas que procuro conhecer por gosto e aprendizagem.
Apenas defendo que essas recomendações devam atender até com antecipação por previsão, ao uso, à naturalidade e à facilidade da expressão oral.
Não faltam outros campos de intervenção e de afirmação para os filólogos, nomeadamente tentativas de antecipação ao uso de estrangeirismos que nos inundam e vão continuar a inundar. Serão certamente bem-vindas recomendações, bem difundidas, do aportuguesamento disciplinado desses estrangeirismos ou as sugestões de termos portugueses de substituição. Para tanto, ouvindo sem preconceitos os meios académicos e profissionais das especialidades em causa, para se obterem soluções consensuais.
Muito grato pela vossa atenção e tembém pela vossa ajuda se entenderem que a mereço.
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