Li com atenção o seu comentário à minha resposta anterior: A pergunta feita nessa altura tinha que ver com a acentuação portuguesa dos nomes em causa e com a sua acentuação grega. Nessa altura aproveitei para explicar quais as regras utilizadas para a acentuação das formas portuguesas dos nomes gregos e latinos. Tal como para tudo há regras que devem ser cumpridas. Obviamente que nalguns casos se respeita a tradição. É o que sucede com Meleagro, também uma figura mitológica. Embora em Português a forma correcta seja Meléagro (que ninguém usa), aceita-se aquela que foi consagrada pela tradição - Meleagro. Isso mesmo o dizem o Professor Rebelo Gonçalves (Vocabulário da Língua Portuguesa) e a Professora Maria Helena Ureña Prieto (Índices de nomes próprios gregos e latinos). Não me parece que seja o caso de Úrano. Não sou muito velha e lembro-me de que quando, na instrução primária, aprendi os nomes dos planetas se usava a forma Úrano. Claro que desde então o nível do ensino tem descido bastante, infelizmente, e o descuido também. Compreendo que nem todos podemos ter conhecimentos especializados (se sei regras para transcrição de nomes gregos e latinos, por exemplo, há também muita outra coisa que desconheço), mas se não defendermos um mínimo de regras aonde irá parar a língua? Já reparou como o nosso conjuntivo é tão mal acentuado? Que estudantes universitários acentuam formas como "possamos", "tenhamos" e "sejamos" como esdrúxulas? Se formos permissivos, como é que os nossos jovens falarão daqui por alguns anos? Compreendo que a língua deve evoluir, mas que isso não implique excesso de permissividade.