Mesmo que não se ponha em causa o nível hierárquico, é sempre importante avaliar o grau de formalidade da correspondência que se pretende trocar. Além disso, é de notar que as formas de tratamento são diversificadas, e podem ser mesmo diferentes, consoante a variante do português.
No caso do português europeu, não é usada a forma senhorita. Ao trocar correspondência com um certo grau de formalidade, é normalmente usada a forma senhora, independentemente de se tratar de uma mulher casada ou não (ex: «Excelentíssima Senhora Mariana Silva...»). Numa correspondência um pouco menos formal, uma maneira de evitar o Senhora é, simplesmente, omitir esse mesmo termo, começando a correspondência com cara ou caríssima, seguido do nome da pessoa (ex.: «Cara Mariana Silva»; «Caríssima Mariana Silva»), dirigindo-se sempre a essa pessoa na terceira pessoa do singular. Sempre que quisermos referir o nome dessa mesma pessoa, colocamos um artigo definido antes do nome (ex.: «a Mariana sabe», «a Mariana pensa», «a Mariana prefere», etc.). Apenas na oralidade, ou num tipo de correspondência muito coloquial, ainda que respeitosamente, usar-se-á, eventualmente, como forma de tratamento exclusivo a mulheres solteiras, o termo menina («a menina sabe», «a menina pensa», «a menina prefere», etc.).
No caso do português do Brasil, a forma senhorita não só pode ser usada em correspondência formal, como é mesmo a forma de tratamento preferida num discurso cerimonioso dispensado a uma mulher solteira, ao passo que senhora é exclusivo a mulheres casadas. A forma de tratamento senhorita pode ainda ocorrer num registo informal, mantendo-se o devido respeito.
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