Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Sónia Gil Tradutora Lisboa, Portugal 14K

Gostaria de saber se na seguinte frase, «Se receber o cheque original após a suspensão do respetivo pagamento, não conseguirá descontá-lo», a partícula -lo está incorreta (e, se sim, porquê), se ambas as formas são possíveis, ou se deve dizer-se antes: «Se receber o cheque original após a suspensão do respetivo pagamento, não o conseguirá descontar.»

Maria Barbosa Docente Covilhã, Portugal 20K

Na redacção de um curriculum vitae:

– que pessoa usar – 1.ª pessoa do singular, impessoal, ou 1.ª pessoal do plural?

– que tempo verbal utilizar?

O CV é um documento de carácter pessoal, ou é um documento técnico científico?

Martina Maia Arquiteta Vila do Conde, Portugal 10K

Na seguinte frase onde se coloca o se?

«Por força do prazo de validade encontrar-se ultrapassado.»

«Por força do prazo de validade se encontrar ultrapassado.»

Maria Almeida Estudante Lisboa, Portugal 10K

Poderão esclarecer-me acerca do valor e função sintática do pronome o na frase «O que o aborrece no livro?»?

Constantina Armando Estudante Namibe, Angola 349K

O que é a pronominalização?

José Magalhães Escritor e fotógrafo Porto, Portugal 9K

Choram como se o dia fosse noite

E só tu cuidas delas

Poisa a pomba na cruz

E só tu deixas-te ir

Neste fragmento de um poema, temos no último verso «e só tu deixas-te ir» em vez de (no meu entender e como deveria ser) «e só tu te deixas ir».

Este é um exemplo de entre muitos os que se ouvem no dia-a-dia. Se a frase fosse «e tu deixas-te ir», estaria correcta.

Esta forma, colocando o (verbo)-te... em vez do te (verbo)..., usada agora por estudantes, professores, jornalistas, políticos, etc., é muito comum nos nossos dias tanto na escrita como na oralidade e parece-me errada, mas não encontro bases para sustentar esta minha convicção.

Podem, por favor, esclarecer-me e, no caso de eu ter razão, dar-me bases gramaticais para que eu a defenda?

Lisa Pinto Estudante Recife, Brasil 9K

Na frase «Não nos deram as chaves», como faço a substituição por pronomes pessoais?

Não consigo perceber, embora conheça os casos de próclise, mesóclise, ênclise...

Obrigada.

Andrea Britto Estudante Rio de Janeiro, Brasil 9K

Gostaria de pedir a gentileza de vocês para me esclarecerem o porquê de este se, na frase abaixo, ser classificado como sujeito:

«Um ruído se fez ouvir.»

Maria M. Doméstica Lisboa, Portugal 9K

É correto escrever: «O João dirigiu-se-me...»?

Diego Cruz Psicólogo Florianópolis, Brasil 7K

Anteriormente enviei uma dúvida com o seguinte texto:

«Gostaria de saber se há algum critério seguro e bem aceito na língua portuguesa para diferenciar uma oração relativa livre de uma subordinada interrogativa. Minha dúvida é motivada pelo fato de que, ao que parece, uma interrogativa subordina é possível ser introduzida por preposição: “perguntou de quem era o vestido”, o que já não parece possível com uma relativa livre:*"conhece de quem era o vestido”. No entanto, o que me parece é que o que permite tal distinção seria o próprio significado relacionado ao verbo da oração principal. No entanto, eu fico em dúvidas numa frase como esta: “Imagino de quem ela falou.” Não sei se ela pode ou não ser considerada gramatical. Um critério que eu, a partir de algumas poucas leituras sobre assunto, tenho estipulado é o seguinte: substituir o pronome relativo livre por algum demonstrativo acompanhando de seu pronome relativo, se resultar agramatical ou se o sentido diferir bastante, tal oração então seria interrogativa, caso contrário, seria uma oração relativa livre. Ex. “Imagino quem entrou na sala” – ?“Imagino aquele que entrou na sala”. Esta última, além de soar um pouco esquisita, muda bastante o sentido da frase. Logo, parecer-me-ia que estamos diante de uma construção cuja subordinada é uma interrogativa indireta. A partir desses argumentos – os quais coloco em dúvida - não me pareceria absurda uma frase como a que eu mencionei anteriormente: “imagino de quem ela falou”, uma vez que por este critério – o qual não sei se pode ser válido – tal oração seria uma subordinada interrogativa, a qual poderia ser introduzida por preposição. Como eu tenho acompanhando algumas respostas de Carlos Rocha a perguntas sobre o tema, gostaria, se possível, que ele comentasse sobre minhas indagações. No entanto, deixo livre para fazê-lo qualquer consultor que tenha interesse.»

No entanto, acho pertinente apresentar exemplos da aplicação do critério acima proposto também nos casos em que há em jogo uma preposição na oração subordinada. A frase 5 não se encaixa nesses casos. Aqui os apresento:

1) «Imagino de quem ela falou» – «Imagino aquele de que ela falou» (O sentido muda, logo a primeira parece ser uma subordinada interrogativa.)

2) «Imagino do que gostas» – «Imagino aquilo de que gostas» (O sentido muda, logo a primeira parece ser uma subordinada interrogativa.)

3) *«Vi com quem você saiu ontem» – «Vi aquele com quem você saiu ontem» (O sentido permanece, logo a primeira subordinada, sendo uma relativa livre, não poderia estar preposicionada. Ter-se-ia então de transformá-la numa relativa com antecedente.)

4) *«Vi ontem de quem você gosta» – «Vi ontem aquele de que você gosta» (O sentido permanece, logo a relativa livre teria de ser transformada em relativa com antecedente. Exemplo igual ao anterior.)

5) «Eu conheço quem comprou os ingressos» – «Eu conheço aquele que comprou os ingressos» (O sentido permanece, logo, a primeira seria uma relativa livre.)

Grato.