Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Orações
Fernando Pestana Estudante Rio de Janeiro, Brasil 11K

Vocês costumam ser bem eficientes em suas respostas e/ou reflexões, sendo assim quereria ouvir suas opiniões sobre minha humilde reflexão. Tentarei aqui abranger a visão morfossintaticossemântica.

Eu não concordo com as gramáticas quando afirmam que as orações subordinadas adjetivas só exercem função sintática de adjunto adnominal (nem cabe dizer que Celso Cunha, por exemplo, diz que as orações subordinadas adjetivas explicativas se "assemelham" a um aposto, porque, até onde sei, o aposto é essencialmente um termo de natureza substantiva, como ele mesmo o diz). Segundo minha tese, as explicativas exercem função sintática de predicativo, e não de adjunto adnominal; por exemplo, em «Os alunos chatos chegaram», «chatos» é um adjunto adnominal, pois tem caráter restritivo, limitador; faz parte do sintagma nominal; é uma característica inerente do termo «aluno»; não é, portanto, separado por vírgulas; inclusive é possível transformar tal termo — de valor adjetivo — em uma oração subordinada adjetiva restritiva: «Os alunos que são chatos chegaram.» Até aí, OK! Mas em «Os alunos, chatos, chegaram», «chatos» é um predicativo do sujeito, pois tem caráter explicativo; não faz parte do sintagma nominal; é uma característica atribuída ao termo «aluno»; é, portanto, separado por vírgulas; inclusive é possível transformar tal termo — de valor adjetivo — em uma oração subordinada adjetiva explicativa: «Os alunos, que são chatos, chegaram.» É visível a mudança não só semântica, mas principalmente sintática! Afinal de contas, para que serviriam as vírgulas? Eu sei que o adjetivo pode exercer essas duas funções sintáticas, sendo o adjunto adnominal NUNCA separado por vírgulas (exceto, óbvio, quando numa enumeração), como bem o dizem Celso Cunha e Lindley Cintra, Evanildo Bechara, Napoleão Mendes de Almeida, etc. Por que motivo, então, as gramáticas insistem, inclusive a desses ilustres, a dizer que as orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas exercem função sintática SÓ de adjunto adnominal? Acho que fui o mais claro possível na minha defesa de tese, talvez não tão delongado como gostaria, por saber que a prolixidade não é uma virtude.

Grande abraço para todos e, quem sabe, não haverá aqui uma concordância.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 6K

Na frase «Rosana conheceu Eduardo antes de mim», cabe dizer que a única interpretação possível é que «Rosana o conheceu antes de conhecer a mim»? Ou haverá a possibilidade de interpretar que «Rosana o conheceu antes de eu conhecê-lo»?

Obrigado.

E feliz Natal a todos os colaboradores de Ciberdúvidas!

Rodrigo Matias Professor Coimbra, Portugal 6K

Gostaria de saber se a primeira das seguintes frases (que se ouve com pouca, mas alguma, frequência) está correcta e, em caso afirmativo, se tem o mesmo significado que a segunda. Caso esteja correcta e não tenha o mesmo significado, existe alguma diferença?

1 – «Se tenho ido lá, nada disto teria acontecido.»

2 – «Se tivesse ido lá, nada disto teria acontecido.»

Muito obrigado.

Beatriz Cocco Intérprete Rio de Janeiro, Brasil 4K

Gostaria de saber como escrever correctamente: «sensor de infravermelho», «sensor infravermelho», ou «sensor a infravermelho»?

Muito grata.

Isabel Costa Professora Leiria, Portugal 14K

Na frase «Era a primeira vez que ia participar numa festa em casa alheia ainda por cima distante da sua», como classifico a expressão «ainda por cima» quanto à classe de palavras?

Helena Lopes Professora Viseu, Portugal 6K

Gostaria que me esclarecessem uma dúvida, que não consegui solucionar mesmo após troca de impressões com colegas. Como se dividem e classificam as orações da seguinte frase, extraída de um verso contido num poema do heterónimo de Pessoa, Alberto Caeiro: «Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, mas porque a amo, e amo-a por isso»?

Obrigada pela atenção.

Emanuel Afonso Estudante Nova Iguaçu, Brasil 50K

No fragmento «Só acredita em fumaça quando vê fogo», o termo quando indica condição para que a ação se realize, ou o tempo em que as ações ocorrem?

Por quê?

Margarida Pinto Técnica Lisboa, Portugal 3K

Qual das frases está correcta?

«Não fora os picos cobertos de neve, e diria que estava em...»

«Não foram os picos cobertos de neve, e diria que estava em...»

«Não fossem os picos cobertos de neve, e diria que estava em...»

Obrigada.

Gabriel Souo Estudante Pequim, China 7K

Gostaria de saber se existe uma diferença entre as frases «vou ficar em casa a estudar» e «vou ficar a estudar em casa».

O professor disse que ambas as preposições a e para têm um significado de "motivo", mas queria saber qual é a diferença.

Por exemplo, posso dizer:

«Vou ficar em casa para estudar» em vez de «vou ficar em casa a estudar»

ou

«Quantas pessoas são ao todo a jantar» em vez de «quantas pessoas são ao todo para jantar»?

Não tenho palavras para agradecer.

Consuelo Sanches Professora São Paulo, Brasil 6K

Como posso analisar o termo em destaque na estrofe que escreverei abaixo?

«Vamos visitar a estrela

da manhã raiada

que pensei perdida "pela madrugada",

mas vai escondida, querendo brincar.»

Obrigada!