Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Semântica temporal
Pedro Miguel Ferreira Machado Desempregado Braga, Portugal 262

A frase seguinte pode ser considerada correta: «Do modo como ando e ando, andei»?

O cerne da minha dúvida centra-se na repetição da forma verbal ando intercalada pela conjunção coordenativa copulativa e. Do mesmo modo, na mesma linha de raciocínio, poderia dizer «E falei e falei e falei e falei e ele não me ouviu»?

Além disso, há ainda um caso semelhante que, para mim, é mais aceitável: o do mais. Por exemplo, «Correu mais e mais, até que chegou à meta», «Comeu mais e mais e mais até engordar».

Não vos parece que a expressão «mais e mais» tem o mesmo sentido de «cada vez mais» e pode-se tratar aqui de uma influência da sintaxe inglesa? Notem os exemplos: «Simply by going on and on...« ou «She wants more and more...».

Aguardo o esclarecimento das minhas dúvidas. Votos de um ótimo trabalho!

Manuel Mexuto Reformado Porto, Portugal 375

Não encontro informação nas gramáticas sobre a perífrase ia+gerúndio em contextos como «um míssil ia apanhando Zelensky», quer dizer, com o valor de que esteve quase a apanhar o tal.

Podem dar uma ajudinha?

José Moreno Aposentado Évora, Portugal 1K

Ouve-se cada vez com maior frequência desejar a alguém «tudo de bom!».

Como se vê, nem se trata de uma pergunta, pois nunca ouvi ninguém perguntar «tudo de bom?», mas de um desejo, habitualmente numa despedida ou como remate de uma conversa telefónica.

A minha questão tem a ver com a inclusão da preposição de na frase. Não seria suficiente e correto dizer-se só «tudo bom!»...?

E, já agora, pergunta-se: «tudo bom?» ou «tudo bem?»?

Muito obrigado!

Mariana Carneiro Tradutora Brasil 951

Sabemos que o modo subjuntivo é usado com mais frequência acompanhado de algumas conjunções ou expressões impessoais. Mas ele também é o modo usado para indicar incerteza/possibilidade.

No caso a seguir, a frase indica incerteza/possibilidade, mas não há conjunção. Qual é a melhor forma de conjugar o verbo aguardar? «Aguardem» ou «aguardam»? O uso do subjuntivo, neste caso, é aceitável?

Não importa quais desafios nos aguardem, teremos força para enfrentá-los. / Não importa quais desafios nos aguardam, teremos força para enfrentá-los.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 861

Tendo em conta as frases abaixo indicadas, perguntava-vos que diferenças semânticas são transmitidas com o uso do pretérito perfeito do indicativo e do pretérito mais-que-perfeito do indicativo.

a. O pintor pintara um belo quadro.

b. O pintor pintou um belo quadro.

Obrigado.

Vanessa Leal Professora. Lisboa, Portugal 1K

Tenho uma dúvida em relação à estrutura desta frase : «Pode ir lendo...»

Sei que estamos a usar o presente + infinitivo + gerúndio.

A minha pergunta é se esta estrutura tem um nome gramatical ou alguma explicação gramatical em particular?

Muito obrigada.

Patrícia Moreira Vendedora Faro, Portugal 1K

Tenho uma pergunta quanto ao uso do verbo dever no pretérito perfeito simples. Ele é muito usado?

Pergunto porque numa roda de conversa um amigo disse: «Os donos da casa saíram e todos deveram sair também.»

Pela lógica, a frase é gramaticalmente correta, mas confesso que soou estranho ouvi-la.

Se tivesse ouvido o «ter de» em vez de dever, não teria soado estranho:

«Os donos da casa saíram e todos tiveram de sair também.»

Talvez seja porque quase não ouço a construção do verbo dever no pretérito perfeito simples.

Por isso, pergunto se é muito usado ou não.

Agradeço desde já a atenção dispensada.

Júnior Lima Dias Estudante Vitória da Conquista , Brasil 2K

Qual o correto?

«Tem dois dias desde que a primavera começou.»

«Tem dois dias que a primavera começou.»

Obrigado!

Cristina Castro Professora Matosinhos, Portugal 1K

A frase «não sabia que tenho uma amendoeira no quintal» está correta? A coesão temporal não apresenta dúvidas?

Fui corrigida, porque a forma verbal tenho deveria estar no passado.

Obrigada

Luiz Hygino Cunha Lima Reformado Aveiro , Portugal 1K

Cada vez mais ouço/leio a utilização do verbo haver, mais no Brasil, menos em Portugal, quando representando um período de tempo, flexionado a acompanhar o outro verbo duma frase.

Por exemplo: «O preso cumpria pena havia dois anos.»

Sempre soube que não se devia flexioná-lo e dizer: «O preso cumpria pena há dois anos.»

Agradeço que me seja esclarecida esta dúvida.