Com efeito, o futuro do conjuntivo não parece ser a solução mais ajustada à frase e à sua intenção. Será preferível optar pelo presente ou pelo pretérito perfeito composto do conjuntivo, de acordo com as intenções.
Poderá optar-se pelo presente do conjuntivo, que indica a sobreposição das duas situações:
(1) «O que faças para a enfurecer, sugiro que pare agora.»
Nesta frase, o uso do presente aponta para o facto de a situação descrita como «ter feito para enfurecer» ocorrer até ao momento de enunciação ou então aponta para uma situação que se repete de forma iterativa.
Também o pretérito perfeito composto do conjuntivo pode descrever situações que se sobrepõem ao momento de enunciação:
(2) «O que tenhas feito para a enfurecer, sugiro que pare agora.»
Do ponto de vista aspetual, este tempo verbal também apresenta a situação como concluída, ou seja, no caso em análise verbaliza-se a expectativa de que a situação já tenha terminado.
Por fim, uma frase que inclua o futuro do conjuntivo tem problemas do ponto de vista da semântica temporal:
(3) «*O que fizeres para a enfurecer, sugiro que pare agora.»
Habitualmente, o futuro do conjuntivo assinala um tempo futuro relativamente ao momento de enunciação. Ora, neste caso, solicita-se que se pare uma situação que ainda vai acontecer, o que traz problemas de coesão temporal à frase.
Disponha sempre!
* Assinala a inaceitabilidade da frase.