As expressões «tudo de bom», «tudo bom» e «tudo bem»
Ouve-se cada vez com maior frequência desejar a alguém «tudo de bom!».
Como se vê, nem se trata de uma pergunta, pois nunca ouvi ninguém perguntar «tudo de bom?», mas de um desejo, habitualmente numa despedida ou como remate de uma conversa telefónica.
A minha questão tem a ver com a inclusão da preposição de na frase. Não seria suficiente e correto dizer-se só «tudo bom!»...?
E, já agora, pergunta-se: «tudo bom?» ou «tudo bem?»?
Muito obrigado!
Indicativo e conjuntivo: «não importa quais desafios nos aguardem»
Sabemos que o modo subjuntivo é usado com mais frequência acompanhado de algumas conjunções ou expressões impessoais. Mas ele também é o modo usado para indicar incerteza/possibilidade.
No caso a seguir, a frase indica incerteza/possibilidade, mas não há conjunção. Qual é a melhor forma de conjugar o verbo aguardar? «Aguardem» ou «aguardam»? O uso do subjuntivo, neste caso, é aceitável?
Não importa quais desafios nos aguardem, teremos força para enfrentá-los. / Não importa quais desafios nos aguardam, teremos força para enfrentá-los.
Mais-que-perfeito simples: «pintara um belo quadro»
Tendo em conta as frases abaixo indicadas, perguntava-vos que diferenças semânticas são transmitidas com o uso do pretérito perfeito do indicativo e do pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
a. O pintor pintara um belo quadro.
b. O pintor pintou um belo quadro.
Obrigado.
Complexo verbal: «pode ir lendo»
Tenho uma dúvida em relação à estrutura desta frase : «Pode ir lendo...»
Sei que estamos a usar o presente + infinitivo + gerúndio.
A minha pergunta é se esta estrutura tem um nome gramatical ou alguma explicação gramatical em particular?
Muito obrigada.
Dever e tempos verbais: «Todos deviam sair»
Tenho uma pergunta quanto ao uso do verbo dever no pretérito perfeito simples. Ele é muito usado?
Pergunto porque numa roda de conversa um amigo disse: «Os donos da casa saíram e todos deveram sair também.»
Pela lógica, a frase é gramaticalmente correta, mas confesso que soou estranho ouvi-la.
Se tivesse ouvido o «ter de» em vez de dever, não teria soado estranho:
«Os donos da casa saíram e todos tiveram de sair também.»
Talvez seja porque quase não ouço a construção do verbo dever no pretérito perfeito simples.
Por isso, pergunto se é muito usado ou não.
Agradeço desde já a atenção dispensada.
Expressão de tempo: «tem/faz dois dias que...»
Qual o correto?
«Tem dois dias desde que a primavera começou.»
«Tem dois dias que a primavera começou.»
Obrigado!
«Não sabia» e coesão temporal
A frase «não sabia que tenho uma amendoeira no quintal» está correta? A coesão temporal não apresenta dúvidas?
Fui corrigida, porque a forma verbal tenho deveria estar no passado.
Obrigada
Há e havia II
Cada vez mais ouço/leio a utilização do verbo haver, mais no Brasil, menos em Portugal, quando representando um período de tempo, flexionado a acompanhar o outro verbo duma frase.
Por exemplo: «O preso cumpria pena havia dois anos.»
Sempre soube que não se devia flexioná-lo e dizer: «O preso cumpria pena há dois anos.»
Agradeço que me seja esclarecida esta dúvida.
A origem da locução «em rama»
Deparo-me com a antiga expressão «em rama» utilizada no sector de transformação de produtos como «farinhas em rama (moagem de, por exemplo)», «algodão em rama», «açúcar...», entre outros. Significa algo em bruto, não processado, como por exemplo, a primeira farinha extraída logo após a primeira passagem na mó.
Muito comum nas antigas moagens, o termo caiu em desuso nas moagens modernas.
Seja como for, não encontro em lado nenhum uma explicação para a origem linguística da expressão «em rama». Apenas a ligação com a outra expressão, «pela rama», ou seja, superficialmente, mas desconfio que esta é que tenha derivado da outra.
Obrigado pela atenção.
Enquanto + pretérito perfeito do indicativo
Estas duas frases são aceitáveis?
«Ontem, enquanto eu fiz o jantar, ele fez as sobremesas.»
«Ontem, enquanto eu fazia o jantar, ele fazia as sobremesas.»
Normalmente, enquanto está associado ao pretérito imperfeito quando se ensina português a estrangeiros, surgindo essa regra frequentemente em livros, para quando se trata de ações simultâneas no passado.
No entanto, a frase com o pretérito perfeito simples também me parece aceitável.
Muito obrigada pelo vosso trabalho.
