Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Léxico
Joana Ribeiro Serviços linguísticos Leiria, Portugal 8K

Gostaria de ver esclarecida uma dúvida sobre o uso de "não-sei-quê".

Foi-me dito que se deve escrever com hífenes, porque é assim que está no dicionário. Consultei o dicionário e, efetivamente, é assim que lá está.

Contudo, está classificado como substantivo, pelo que eu pergunto se, num contexto como o da frase «ele disse que gostaria de estudar turismo, para poder viajar e não(-)sei(-)quê», "não(-)sei(-)quê" é um substantivo?

Muito vos agradeço pelo serviço que prestam à língua portuguesa.

Helena Montez Atriz Portugal 3K

Como se diz o plural de dorminhoco? Abre-se o o, ou não?

Obrigada

António Cunha Bento Reformado Setúbal, Portugal 2K

Existe em Setúbal um antigo bairro com a denominação de "Tróino". Dado que tenho visto o termo grafado umas vezes como "Tróino" e outras como "Troino" agradeço informação sobre a grafia correcta.

Obrigado.

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 4K

Em recente entrevista ao diretor da Polícia Judiciária, tropecei com esta palavra da área do cibercrime (formada do anglicismo hacker, pirata informático», em português): "hacktivismo».

Transcrevo a frase: «Ainda recentemente detivemos um jovem, da área do hacktivismo, que atacou inúmeras estruturas do Estado e multinacionais. Temos feito um conjunto de trabalhos em que estão em causa valores importantes da própria democracia, do Estado, que se fazem e não se publicitam, face aos interesses em causa. Por vezes, a prevenção de certos tipos de criminalidade obriga a remetermo-nos ao silêncio, deixando que a Justiça atue nos seus tempos. Nós somos uma polícia pequena, mas que tem de ser uma polícia com excelência. (...)»

A minha dúvida: é aceitável um neologismo destes?

Muito obrigado.

Patrícia Abreu Professora Ponta Delgada, Portugal 3K

Na sequência da implementação do Acordo Ortográfico, gostaria de saber como devem ser classificados os nomes referentes aos meses e estações do ano em contexto escolar. Uma vez que se escrevem com minúscula, nomes comuns?

Já li explicações que referem que devem continuar a considerar-se nomes próprios. Neste caso, como o explicar a miúdos do 1.°, 2.° e, até, 3.° ciclos?

Pessoalmente, passei a evitar a classificação destes nomes, mas recentemente tive de ajudar o meu filho a resolver um exercício e deparei-me com este problema. Ele frequenta o 3. ° ano e o exercício enviado apresentava a ortografia anterior à implementação do AO, ou seja, estes nomes surgiam com maiúscula, o que me levou a uma explicação acrescida, tendo optado pela classificação de nomes comuns.

Aguardo o vosso precioso parecer.

Antonio Serdoura Reformado Tomiño, Espanha 3K

Considerando que o termo religião (religio) traduz um conceito, parece-me gramaticalmente erróneo utiliza-lo no plural ("religiões").

Não será assim ?

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 8K

Sobre a pandemia da covid-19 e alguma informação não confirmada pelos especialistas, tenho lido e ouvido – nomeadamente nas conferências de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde – a expressão «evidência científica» ou «evidência clinica». Por exemplo:

«Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a Organização Mundial da Saúde promoveu um ensaio clínico para alcançar evidência científica sobre algumas das opções de tratamento e cuja implementação reúne maior consenso junto da comunidade médica e grupos científicos especializado.»

«A diretora-geral da Saúde afirmou (...) que não há evidência científica de que as desinfeções de vias e espaços públicos sejam eficazes contra o contágio pelo novo coronavírus.»

Não se tratará este modismo um decalque do inglês evidence («There is no scientific evidence to suggest that underwater births are dangerous»)?

Em português sempre se disse e escreveu prova (ou «comprovação»)... cientifica – e nos mais variados domínios. Por exemplo:

«7 provas científicas de que o aquecimento global existe»

«A Prova Científica da Existência de Deus», etc., etc.

Tenho ou não razão?

Muito obrigado.

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 5K

«Informação é caminho para empoderar o paciente», li há dias num jornal digital brasileiro. Gostava de saber como se formou este "palavrão" ora tão usado no chamado "economês".

Muito obrigado.

Monica Machado Tradutora Devauden, Reino Unido 4K

Obrigada desde já pelas muitas e importantes respostas que nos têm dado ao longo destes muitos anos.

Hoje a minha pergunta tem a ver com a grafia de nomes de espécies zoológicas que incluam apelidos de cientistas que as descobriram e se esse apelido se escreve com maiúscula ou minúscula. Apesar das muitas pesquisas que fiz, não consegui encontrar uma explicação clara.

O dicionário online da Porto Editora grafa os exemplos abaixo com minúscula. Mas há muitas referências da especialidade que as grafam com maiúscula.

Se houver regra para isto, podem, por favor, explicar? E a regra, se existir, é diferente pré e pós-acordo ortográfico? E, se assim for, qual a forma certa para cada um dos acordos?

Cuvier’s beaked whale – "baleia-de-bico-de-Cuvier" ou "baleia-de-bico-de-cuvier", sendo que Cuvier provém do nome Georges Cuvier (1769-1832, anatomista francês?

Bryde's whale – "baleia-de-Bryde" ou "baleia-de-bryde", sendo que Bryde provém do nome Johan Bryde (1858-1925), cônsul norueguês?

Obrigada pela resposta.

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 78K

Numa sentença como «Saudade de sair sem lenço nem documento... Ô, saudade», ô expressaria o mesmo sentido da interjeição de vocativo ó?

Em caso afirmativo, a vírgula que o separa do termo saudade seria desnecessária?

Obrigado.