Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Fonética
Ramón Casado Y Heinen Estudante Bamberg, Alemanha 1K

Às vezes no português europeu a letra e pode mudar a pronúncia e tornar-se num [i] quando está no final da palavra e a seguinte palavra também começa com uma vogal.

Por exemplo, «treze euros» ['trezi 'ewɾuʃ] ou na frase «vou à casa de alguém» [...di aɫˈɡɐ̃j̃].

Queria saber se a letra e sempre se pronuncia como [i] quando a seguinte palavra começa com uma vogal ou há vogais específicas que façam com que mude a pronúncia do e. Existem regras com respeito às propriedades da vogal da palavra seguinte em relação a esse fenómeno?

A vogal que segue deve ser sempre aberta, por exemplo? E quais são os casos onde a e não se torna [i] embora a palavra seguinte comece com uma vogal?

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória (Espírito Santo) , Brasil 1K

Estava lendo um artigo do site Origem da Palavra, que indica que tataravô, como pai do trisavô, está errado... Eles dizem que, embora muitos a usem, o correto é tetravô mesmo!

Pois muito bem, qual a origem/de onde vem tataravô? É gramaticalmente incorreto e esteticamente feio utilizar tetravô? Por quê no caso? E, caso não seja, existe também "tatataravô" (que seria o «pai do tetravô»)?

A propósito: meus parabéns por sempre se empenharem em escrever no mais correto português… Muitos dos livros que leio são recheados de erros de digitação, idioma e informação! Bem triste, não é verdade isso?

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Pedro Machado Desempregado Braga, Portugal 914

Sou minhoto. Acontece que, normalmente, no registo oral, pronuncio não como "num".

Por vezes, dou comigo a dizer: "Num sei", "Num vi", "Num me disseram nada", entre outros casos.

Gostaria de saber mais sobre esta diferença entre as duas maneiras de dizer. No entanto, não encontrei "num" no dicionário nem nenhum artigo na Internet que tocasse, precisamente, o que vos descrevo.

Está registada? É aceitável ou "mau português"? Foi já abordada por algum entendido na matéria? Há outras variações noutras zonas do país?

Aguardo, se possível, uma resposta complexa e pormenorizada que satisfaça esta curiosidade.

Obrigado.

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

José Leite de Vasconcelos, na sua Dialetologia, refere-se ao português dos judeus, mas ele chega a caraterizar o falar dos judeus, apontando particularidades de pronúncia, de vocábulos, de construções, etc?

Muito obrigado!

João Pedro Estudante Portugal 760

Tal como em ministro ("menistro"), vizinho ("vezinho"), feminino ("femenino"), etc., existe fenómeno de dissimilação em litígio ("letígio")?

Francisco Pires Professor Jyväskylä, Finlândia 830

Gostaria de saber qual é a tradução da palavra inglesa : cototient.

Muito obrigado.

Guilherme Marforio Estudante São Paulo, Brasil 1K

O substantivo “visavó” pode ser considerado uma variante de bisavó ou é uma forma errônea?

Embora seu uso não seja muito comum, eu o ouço razoavelmente.

Jaroslav Dobias Professor Bratislava, Eslováquia 1K

Entendo que a forma tens termina com s e o pronome a tem de ser subsituido por la.

Mas não compreendo por que a forma "teNs" muda para "teM".

Há alguma regra que explique porque termina em m neste caso e não em n de tens?

Obrigado.

Diogo Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 7K

"Benjamin" ou "Benjamim"? Dir-se-ia que com m, mas em contexto bíblico aparece mais com n, seguindo a fixação grega dos LXX.

Como escrever?

Obrigado.

Jorge Santos Técnico superior Lisboa, Portugal 1K

No fim do período de transição comecei a usar o Acordo Ortográfico de 1990 e, até hoje, que me lembre, no que se refere a consoantes mudas, só tive uma forte discordância com o estabelecido no Acordo: foi a palavra ceptro, em que eu sempre pronunciei o pê e sempre ouvi pronunciar o pê.

É claro também que a palavra ceptro é uma palavra sobretudo escrita e muito pouco dita. Ou seja, encontra-se em livros, jornais e revistas, mas usa-se pouco na oralidade. Lembro-me de que a aprendi com o Tintin em O Ceptro de Ottokar.

Em 20 de dezembro, a propósito da conquista do Mundial pela Argentina, ouvi na CNN a palavra ceptro com o pê bem pronunciado em: «Messi pegou no ceptro», para significar «a taça», ou algo assim.

Creio que, de acordo com as transcrições fonéticas constantes nalguns dicionários, o pê não é pronunciado mas, francamente, e de forma impressiva, acho que é. Já fiz o teste com vários amigos e a opinião largamente generalizada é a de pronúncia do pê. Num universo de umas 12 pessoas, a percentagem deve andar nos 80% a pronunciarem o pê contra 20% a não o pronunciarem.

É possível também que, justamente por ser uma palavra mais escrita que dita, possa ter havido alguma corruptela oral da prolação.

Podem esclarecer?

Obrigado.