Não temos uma resposta inequívoca quanto à origem da palavra, que tem registos gráficos variados.
Será uma forma popular relativamente recente (no contexto da longa história da língua portuguesa), resultado da deturpação do nome de alguma marca de lanternas – por exemplo, as lanternas Focus. Pode também relacionar-se com alguma outra marca, talvez com a forma "Fox". Não se trata, portanto, de resultado histórico direto do latim FOCUS, que em português deu fogo.
Acrescente-se que três dicionários de regionalismos do Algarve ou Baixo Alentejo registam o termo com diferentes grafias:
(1) «Fox: designação generalizada para qualquer tipo de pilha elétrica manual» (Eduardo Brazão Gonçalves, Dicionário do Falar Algarvio, Algarve em Foco Editora, 1996)
(2) «Fócse: lanterna de bolso a pilhas; lente. Ex.: Compade Zé, vô-me andando qu'isto hoje nã há lua e, im anoitecendo, nã se vê quái nada... – Nã s'apequente com isso qu'ê cá impreste-le um fócse que tenho p'ali..."» (Mário Duarte, Glossário Monchiqueiro, Grupo de Dinamização Cultural "o Monchiqueiro", 2016)1
(3) «Foxe, s. m. Lanterna a pilhas (Baixo Alentejo)» (Vítor Fernando Barros e Lourivaldo Martins Guerreiro, Dicionário de Falares do Alentejo, Âncora Editora, 2013)
Dos três registos acima apresentadas, o que se afigura conforme a ortografia é foxe.
1 O autor grafa muitas palavras e abonações de forma não convencional, como faz questão de assinalar na Introdução (Mário Duarte, op. cit., p. 10): «Todos são apresentados graficamente tal como se pronunciam, sem sujeição rígida a regras ortográficas ou gramaticais oficialmente em vigor [...].».