Tenho notado que alguns vocábulos utilizados na zona de Braga não são conhecidos longe da região. São os casos, entre outros, de «carrachuchas» (com o significado de «cavalitas») e de «forrinhos» (com o significado de «sótão»). Gostaria de saber a origem destas palavras.
Obrigado.
As referências à palavra «inopinado» encontram-se, principalmente, na Internet em páginas da América do Sul. Não encontrei dicionários portugueses (de Portugal) “on-line” que a contenham. Há alguma explicação? Origem da palavra?
Muito obrigado.
Se para designarmos um rei em português, utilizamos a expressão «El-Rei», não existe também a expressão «La-Rainha»? Se não, porquê? Sei que parece uma pergunta desprovida de senso, mas, na verdade, tivemos duas rainhas em Portugal, quando as tivemos qual era a sua designação "oficial"?
Qual a definição para "docimologia", palavra relacionada com avaliação?
Gostaria de saber a origem da palavra “holerite”.
Numa consulta de algum tempo atrás, o estudante Miguel de Góis Silva questionou a forma de se escrever a palavra "príncipe" baseando-se em três pontos: a pronúncia (em Portugal, que daria margem a uma forma "príncepe"), o feminino "princesa" (e não "princisa") e a origem latina em "princeps" (e não "princips"). Os dois primeiros pontos foram esclarecidos (um sendo devido à dissimilação causada pelo i de "prín-", e o outro, a antigo galicismo – o qual, segundo o Houaiss, remonta ao século XV); no entanto, creio que se poderia também dar uma explicação sobre o motivo de o étimo latino apresentar um e ao invés de um i, uma aparente "contradição".
Na evolução natural da língua portuguesa, o caso lexicogênico (isto é, o caso de onde as palavras se originam) é, como regra geral, o acusativo (com a queda do eme no singular, além das outras transformações fonológicas que podem ser estudadas em bons livros de lingüística românica histórica), e não o nominativo:
– "gente": do acusativo "gentem", e não do nominativo "gens";
– "parte": do acusativo "partem", e não do nominativo "pars";
– "árvore": do acusativo "arborem", e não do nominativo "arbor";
– "noite": do acusativo "noctem", e não do nominativo "nox", etc.
Bem, segundo Napoleão Mendes de Almeida, em sua Gramática Latina, o radical de palavras da 3.ª declinação que possuía um i breve tinha esse i transformado em e no nominativo se este terminava em ps. Ou seja, em "princeps", o e surge como transformação do i breve do radical "princip-"; como é sobre esse radical que a declinação se baseia, temos que o acusativo singular de "princeps" é "principem" (e não "princepem"), o qual, com a queda do eme final, nos leva regularmente ao "príncipe" da língua portuguesa. O acusativo plural, aliás, é "principes", que também nos dá o plural português "príncipes".
Não sou, porém, um latinista, e também sei que a língua não pode jamais ser tratada como ser plano e regular (mesmo em suas irregularidades), de modo que seria bom ter uma confirmação ou mesmo uma correção de um dos doutos membros que compõem esta excelente comunidade virtual do Ciberdúvidas.
Por ser esta minha primeira mensagem enviada à comunidade, aliás, aproveito para
parabenizá-los pelo excelente e dedicado trabalho.
Gostaria de saber o motivo pelo qual as consoantes do alfabeto português são consoantes.
Porque a palavra computador seria derivada do inglês “computer”, se existe no português o latinismo computador, que significa «que o que faz computações, calculista» (Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, Caldas Aulete- Editora Delta)?
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